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Na visita ao Brasil, Pompeo eleva tom contra Maduro

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A visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, ontem, foi marcada pelo endurecimento no discurso contra o líder venezuelano Nicolás Maduro, mas com poucas mudanças efetivas nas estratégias americana e brasileira para conter o líder chavista. Ele e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, subiram o tom das críticas e fizeram diversas declarações de apoio mútuo na região. 
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, vai a Boa Vista para discutir a crise na Venezuela com o ministro Ernesto Araújo
Nas visitas que fez ao Brasil e à Guiana, mais cedo, o americano chamou Maduro de “traficante de drogas”, lembrando acusações que o próprio governo americano fez contra o regime chavista em março. Araújo acompanhou Pompeo nas críticas e disse que o líder venezuelano deve cair “para o bem dos venezuelanos e de todos”. 
“Ele não é apenas um líder que destruiu seu país numa crise com as proporções mais extraordinárias na história moderna, ele também é um traficante de drogas, enviando drogas ilícitas aos Estados Unidos e aos americanos todos os dias”, disse Pompeo. 
Em suas críticas a Maduro, Araújo deixou claro que o Brasil não tem a intenção de mediar a crise entre o governo e a oposição na Venezuela. Ele fez elogios ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, apesar de questionado sobre a efetividade da estratégia de apoiá-lo, o que até agora parece ter tornado a mudança de regime mais provável. 
“Em um conflito você imagina diálogo entre duas partes iguais”, explicou Ernesto Araújo. “Não existe isso, você tem um lado repressor e um lado reprimido. Não se trata de uma negociação, o governo Maduro nunca teve boa fé.” O secretário de Estado, no entanto, veio também em socorro à crise de imagem brasileira, em meio aos graves incêndios no Pantanal. Ele anunciou o início de uma cooperação ambiental a partir de outubro. A iniciativa não tem muitos detalhes, mas segundo Araújo terá foco em investimento estrangeiro em iniciativas de desenvolvimento sustentável na região amazônica. 
Pompeo foi questionado sobre as vantagens para o Brasil na relação entre os dois países, e evitou dar exemplos de como o País tem se beneficiado da proximidade entre os governos de Donald Trump e Jair Bolsonaro. Na semana passada, o Brasil prorrogou por três meses a isenção de tarifas para o combustível a base de álcool americano, decisão que foi mal recebida no setor sucroalcooleiro no País.
Maia afirma que houve afronta à diplomacia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que a rápida passagem por Roraima do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, era uma afronta à tradição da política externa e da defesa brasileiras. Nas três horas em que esteve em Boa Vista, ao lado do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, Pompeo, chefe da diplomacia americana, endureceu o discurso contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que foi chamado de “narcotraficante”.
De acordo com Maia, a visita do secretário de Estado ao Brasil, a apenas 46 dias da eleição presidencial americana, não condiz com a “autonomia” da política externa brasileira. “A visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela, no momento em que faltam apenas 46 dias para a eleição presidencial americana, não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa”, disse o presidente da Câmara em nota.
Maia afirmou ainda que o Brasil “deve preservar a estabilidade de fronteiras e o convívio pacífico com os países vizinhos” da América Latina. Ele também citou a Constituição e afirmou que o País precisa seguir os princípios de independência, autodeterminação dos povos, não intervenção e defesa da paz nas suas relações com outros países.
Em Boa Vista, Pompeo e Araújo se uniram para criticar o regime chavista. “Ele (Maduro) não é apenas um líder que destruiu seu país numa crise com as proporções mais extraordinárias na história moderna, ele também é um narcotraficante que envia drogas ilícitas aos EUA e aos americanos todos os dias”, disse o secretário de Estado.
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