quinta-feira, 18 de abril, 2024
26.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

Natal 420 anos: Quase vinte anos depois…

- Publicidade -
MIchele Ferret
repórter
Vinte anos atrás, Fernando Henrique Cardoso começava o segundo mandato no Brasil, enfrentou uma forte crise que quase derruba o plano real. Nessa época, foi introduzido o regime de câmbio flutuante. O filme Central do Brasil de Walter Salles ganhava o Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Estrangeiro, perdeu o Oscar, um apagão atingiu dez Estados em todas as regiões deixando 60 milhões de brasileiros às escuras. Dois circuitos da usina de Itaipu causaram a queda de energia, mas foi um raio que atingiu a subestação de Bauru da CESP. Em 1999, também, a CPI do judiciário foi instalada no Senado Federal. O Maníaco do Parque, condenado a 121 anos de prisão pela morte de dez mulheres no Parque do Estado, em São Paulo. No futebol, o  Corinthians conquistou o tricampeonato brasileiro contra o Atlético Mineiro. Se destacavam jogadores como Marcelinho Carioca, Rincón e Edílson. Nessa época também começou a ter destaque o jogador Ronaldinho Gaúcho. Rivaldo foi eleito o melhor do mundo pelo Barcelona. Outro destaque foi o goleiro Dida que defendeu dois pênaltis de Raí na semifinal diante do São Paulo. 
E 1999, como todo ano, levou embora o cineasta Stanley Kubrick, o saltador João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, o escritor João Cabral de Melo Neto, o dramaturgo Plínio Marcos, o autor de novelas Dias Gomes, o ex- governador de São Paulo Franco Montoro e o ex- presidente João Figueiredo, o último do regime militar. No RN, o governador era Garibaldi Alves Filho, a prefeita Wilma de Faria e quem hoje esta perto dos 50 anos começava a vida. Para saber mais, a TRIBUNA DO NORTE saiu às ruas para entrevistar pessoas sobre onde estavam e o que sonhavam em 1999 e o que almejam para 2020.
Rosineide Batista, 47 anos
Rosineide Batista, 47 anos
“Meu sonho era ter minha casa própria e ter filhos”
Uma das pessoas que começavam a vida em 1999 é a diarista Rosineide Batista, 47 anos. Ela tem 24 anos de casada e trabalha na mesma residência que trabalhava há 20 anos atrás. “Comecei a trabalhar aos nove anos. Minha vida começou muito cedo. Quase sem ninguém na vida, meu sonho era ter minha casa própria e ter filhos. Consegui os dois. Perdi cinco gestações e adotei meu filho”, lembra.
Hoje ela tem sua casa própria e adotou o filho, Igor Batista, seu melhor amigo. “Meu sonho para o futuro é continuar educando meu filho e continuar a trabalhar no que eu gosto e cuidar da minha família”.
O desejo para o ano vindouro é muita paz no mundo, “porque o mundo está muito violento. Todo desejo é de paz. E também ver meu filho trabalhando e estando bem”.
O que mais incomoda Rosineide é a violência, o medo. “Acho que o sonho de todo brasileiro é paz no mundo”, acredita. 
O que mais marcou sua vida nesses últimos vinte anos foi a chegada do seu filho. “Perdi um filho no dia 19 e ele chegou no dia 21 e isso marcou até hoje. A vida tem um ciclo, uma coragem e é isso que quero dela”, finaliza.
Pedro Balduino, 29 anos
Pedro Balduino, 29 anos
“Com essa coisa da virtualidade,  as relações estão muito velozes”
Quadrinista e artista visual, tinha 9 anos de idade em 1999 e já sonhava em ser quadrinista. “Eu lia muito A Turma da Mônica e me inspirava muito em Maurício de Souza e queria ser quadrinista, já amava desenhar. Realizei meu sonho. É muito menos glamouroso do que eu sonhava quando criança. Desejo hoje continuar no mundo da arte e percebo que existe uma relação muito boa com o que eu sonhava e o que conquistei hoje em 2019”.Para ele, o que mudou no mundo foi a maneira cada vez menos analógica de se comunicar. “Essa coisa da virtualidade fez com que todo mundo ficasse muito veloz, as relações estão muito velozes e isso tornam as coisas mais fáceis e ao mesmo tempo é tudo muito difícil, a maneira como as pessoas se relacionam mudou muito, por conta da tecnologia, isso é o mais gritante daquele tempo para hoje”. 
Quando projeta o futuro, Pedro acredita  ele será um velho vendo as crianças dominando todo tipo de tecnologia. “Daqui a 20 anos estarei muito obsoleto em algumas coisas, embora eu perceba que as pessoas estão no caminho de tentar retomar meios mais lentos de se comunicar, sonhar, viver”, acredita. 
Elissandra Dantas, 37 anos
Elissandra Dantas, 37 anos
“O Brasil está muito burocrático e mais preconceituoso”
Tinha 17 anos em 1999. Ouvia Ivete Sangalo que estourava,na época, com a banda Eva. “Eu trabalhava em uma empresa e sonhava em estudar e fazer faculdade. Vinte anos depois tenho dois filhos, sou mãe, dona de casa e ainda sonho em ser pedagoga, fazer faculdade de pedagogia”, disse. Ainda hoje, ela escuta Ivete Sangalo e sonha em viajar bastante. “Primeiro quero conhecer o meu país inteiro, depois o resto do mundo”.
Para ela houve muita mudança no país de 20 anos para cá. “O Brasil está muito burocrático e muito mais preconceituoso. Tudo isso se torna pesado para a toda a população”.
Se fosse deixar um recado para  daqui a vinte anos ela acredita que cada um deve confiar em si e ter fé para seguir adiante. Elissandra estava com seus dois filhos: Arthur Davi (9) e Miguel (2), seu filho mais velho sonha em ser cientista para rever os dinossauros. É a coisa que mais quer no universo. 
Seja na realidade ou na fantasia, sonhar não custa nada. Rever os dinossauros ou querer um mundo mais justo é uma distância muito pequena para o desejo de um feliz ano novo.
- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas