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Natal à procura do tempo perdido

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Ney Lopes Júnior
Advogado, jornalista e vereador em Natal (RN)

Não culpo ninguém, mas nada melhor do que lembrar o livro de Marcel Proust, intitulado “À Procura do Tempo Perdido”, para encorajar futuras ações em Natal, que resgatem os nossos “objetivos permanentes” e tradições, através de projetos “inovadores”, que estimulem investimentos, gerem empregos estáveis, reduzam a exclusão social e, sobretudo, incrementem o turismo, indiscutivelmente a vocação natural da cidade.

Não tenho dúvida, de que tudo começará pela revisão do atual Plano Diretor, instrumento indispensável para estabelecer regras e diretrizes das políticas urbanas, como altura máxima de prédios, destinação de lixo e perfil de determinadas áreas, envolvendo questões hídrica, drenagem, saneamento básico, produção de alimentos e outras.

Na abordagem de iniciativas relativas ao “trading turístico “de Natal, discute-se a proposta do empresário Felinto Rodrigues Netto, presidente do Grupo Dial (FM 98 de Natal), acerca de cerimonia anual de homenagem ao mais expressivo fato histórico da cidade, que foi a realização há 77 anos da chamada “Conferência do Potengi”, quando nasceu a heroica Força Expedicionária Brasileira (FEB). Na ocasião (28 de janeiro de 1943), os preside ntes Getúlio Vargas (Brasil) e Franklin Delano Roosevelt (Estados Unidos) encontraram-se, na Rampa, bairro das Rocas.

O presidente Roosevelt veio de Marrocos, após reunir-se com Winston Churchill, primeiro-ministro britânico e Charles De Gaulle, líder das forças francesas livres. No diálogo com Vargas comunicou que a cidade de Natal fora identificada como o ponto geográfico avançado da América continental, mais próximo da África e Eu  ropa. Po r tal razão, seria o local ideal para instalação de uma unidade de apoio às forças aliadas.

O “acordo” firmado na Conferência do Potengi ” viabilizou a Base Aérea de Parnamirim (“Parnamirim Field”), transformada em ponto estratégico para o transporte de suprimentos destinados às frentes no norte da África, que resistiam ao Eixo (união da Alemanha, Itália e Japão). A cidade de Natal, até hoje, não preserva a memória dessa “Conferência do Potengi”, que colocou o Brasil como único país da América do Sul a participar da patriótica luta em defesa das liberdades humanas, 

O mais grave: Natal é a única cidade, com presença no desenrolar da II Guerra Mundial, que não revive fato histórico ocorrido em seu território Inúmeros exemplos no mundo registram eventos, com a presença de chefes de estado, convidados especiais, descendentes dos combatentes. Tal ocorre na Normandia (França), celebrando o “dia D”

 , que fo i início da libertação do continente europeu da ocupação nazista. Também, na França festejos pela batalha de Libertação de Paris (26.08.44). No dia 8 de maio repetem-se comemorações no Champ Elysèes pela rendição dos nazistas. Até na Alemanha, a data é objeto de sessão solene nas câmaras alta e baixa do Parlamento, também chamado dia da libertação.

Idênticas comemorações envolvem líderes de diversas nações bálticas, da República Tcheca, Eslováquia, Romênia, Espanha, Bulgária, Chipre e Croácia, atuais membros da União Europeia, que foram ocupados pelos nazistas ou governados por líderes ligados a eles, que se reúnem em Gdansk, local onde a Alemanha invadiu a Polônia em 1939. Na Rússia, a cerimonia anual celebra os êxitos da União Soviética na guerra. Israel recebe líderes mundiais e visitantes para registrar a data em que o campo de concentração de Auschwitz foi libertado.

Na Câmara Municipal de Natal fiz proposta de institucionalização, por lei municipal, do dia 28 de janeiro como a data de realização anual da homenagem a “Conferencia do Potengi”, à margem do rio Potengi, com a presença de chefes de estado e convidados especiais. Imagine o leitor o significado de iniciativa nesse sentido para nossa economia (geração de empregos e oportunidades) e divulgação do Estado, na mídia interna e externa.

O empresário Felinto Rodrigues já defende junto ao Presidente Jair Bolsonaro, que tal homenagem seja inserida no “calendário turístico” do país. No debate próximo do Plano Diretor de Natal estarei vigilante, na defesa das pré-condições necessárias à realização desse evento histórico para cidade de Natal. Vamos aguardar e torcer para dar certo!

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