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Natal de Ontem e de Hoje

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Gomes de Melo
[ colaborador ]

A cidade do Natal e o Estado do Rio Grande do Norte foram abençoados por Deus, por suas posições geográficas. Pelo mar deu origem a grandes descobertas da navegação, conforme tese do escritor Lenine Pinto, assegurando que o Brasil foi descoberto por Cabral em Touros, e o Pico do Cabugi seria o Monte Pascoal. Com relação à aviação, nossa cidade tornou-se o marco das descobertas dos grandes radies da aviação internacional, de aviões e hidroaviões: sendo Natal o ponto mais próximo da África, tendo importância fundamental na 2ª Grande Guerra e Parnamirim consagrada como o “Trampolim da Vitória” pelos aliados.

Em Natal, no dia 28 de janeiro de 1943, aconteceu o encontro entre os presidentes Getúlio Vargas, do Brasil, Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt, dos Estados Unidos da América, na Rampa do Rio Potengi. Tal encontro foi denominado de “Conferência do Potengi”, em que houve a decisão do Brasil de participar da 2ª guerra contra o Eixo. Nele, tamanha foi à importância de Natal, mudando o destino dos aliados e, também da humanidade. Cabe lembrar que muitas e grandes foram as atrocidades praticadas pela Alemanha, nos seus campos de concentração.

Bem antes da 1ª Guerra, os franceses, em 1918, já pensavam em ligar a França à América do Sul, via África, passando por Dakar até chegar a Natal, que é o ponto mais próximo da África, indo até a Argentina e a outros países da América do Sul. Era o começo da criação de várias companhias francesas de aviação, num negócio inicialmente de correio aéreo postal e posteriormente transformando em exploração comercial de passageiros e cargas, imitados também por italianos, ingleses, portugueses, espanhóis e americanos.  Coube à França receber os brasileiros Augusto Severo e Santos Dumont, em experimento aviatório, e também ao Brasil receber dos franceses com experiência na aviação intercontinental.

O piloto Paul Vachet em 1927 chegara a Natal, vindo da França e pousara o seu pequeno avião, na Praia da Redinha. Vinha com o intuito de encontrar em Natal um terreno onde pudesse construir um campo de pouso para os aviões da companhia, de que era procurador. O Coronel do Exército, Luís Tavares Guerreiro, narra esse fato numa carta publicada no jornal “A República”, datada de 3 de outubro de 1943, endereçada ao historiador Câmara Cascudo sobre Parnamirim., pois este último escrevia naquele jornal uma coluna intitulada “Acta Diurna”. O Cel. Guerreiro afirma que foi procurado, no quartel, pelo advogado Alberto Roselli, o aviador francês Paul Vachet e seu amigo Manoel Machado, que era proprietário do engenho Pitimbu, os quais procuravam saber sobre o assunto.

O Cel. Guerreiro que era profundo conhecedor daquela área, junta-se à comitiva na busca de encontrar um local adequado que se prestasse para um campo de pouso, o qual posteriormente se tornaria uma grande Base Aérea. Caminhando a cavalo encontraram uma grande campina, agradando a Vachet que disse “Aqui, em caso de necessidade, aterraria sem o menor perigo”. Com a escolha do terreno era o princípio da instalação da Latecoère em Natal.

O comerciante português Manoel Machado, sócio da firma M. Machado & Cia, homem de uma grande visão empresarial, doou parte de sua propriedade Pitimbu, numa área total de um milhão de metros quadrados, cuja escritura de doação entre vivos foi registrada  no livro de Notas 128, às fls. 88 a 90 do Cartório do Tabelião Miguel Leandro, hoje 1º Ofício de Notas de Jairo Procópio de Moura. Trata-se de uma Escritura Histórica.

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