Natal está na disputa para ser a capital escolhida para sediar um evento internacional pioneiro na discussão dos problemas do trabalho e da educação do País em relação ao mundo. Tudo indica que o I Simpósio Internacional de Educação para o Trabalho deve ser realizado na segunda quinzena de novembro, trazendo pesquisadores de Portugal e Chile. Cogita-se ainda a vinda de profissionais da Espanha, da Itália e dos Estados Unidos.
O fórum será destinado a estudantes, professores e empresários, mas será aberto ao público em geral. “A intenção é incutir a importância de se reformular a educação tradicional, que ainda não está focada em uma linha de formação para a sociedade da informação”, explica o coordenador do evento e diretor da Faculdade de Ciências Empresariais e Estudos Costeiros de Natal (Facen), Jerônimo Freire. Ele conta que a iniciativa surgiu da aceitação do conselho do Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa (Ipep) em publicar uma revista de cunho científico, que traz debates neste sentido.
“Em um dos artigos surgiu a discussão em torno da situação atual do País, que passa por um momento de ‘janela demográfica’, na qual 35 milhões de habitantes são aptos a trabalhar (estão entre os 15 e os 35 anos de idade) enquanto Portugal passa por um momento contrário, no qual a população está envelhecendo”, relata Jerônimo Freire. A polêmica em torno do assunto se deu pela contradição em se ter tanta mão de obra em um país no qual o índice de desemprego é tão alto em relação a países como Portugal.
“A nossa preocupação é trazer novos nichos e promover a reciclagem dos profissionais”, afirma o coordenador do evento, que analisa a formação atual como inadequada. “A educação não estimula os brasileiros – que são pessoas altamente criativas – à criação de patentes, à formação de mercados e à geração de emprego e renda.É por isso que ficamos atrás de países como os Estados Unidos”, avalia ele, que também é físico, mestre em Engenharia de Materiais e doutorando em Educação.
O debate científico ganhou o aval do Ipep, que resolveu promover o fórum, que seria luso-brasileiro, mas já ganhou o interesse de outros países. “Estamos em momento de formação de parceiros e conquista de patrocinadores ”, afirmou
Ao final do evento será formulado um documento que poderá ser utilizado como sugestão de políticas públicas na área da Educação para o Trabalho.
