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Natal sem o VLT

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Carlos Eduardo – Advogado, ex-prefeito de Natal

Aprovada como uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol de 2014, Natal não terá o desejado sistema de VLT, ou veículo leve sobre trilhos. Ao invés disso, o Ministério das Cidades aventou a hipótese de contarmos com o BRT, um projeto de linhas rápidas de ônibus, os chamados corredores. O nosso VLT, definitivamente, não entrou no PAC da Copa. Já Recife e Fortaleza foram contempladas com aquele sistema. Um claudicante erro geodemográfico, no qual faltou empenho tanto do governo do Estado como da prefeitura de Natal. O processo é inadmissível e mais uma vez a cidade perde nova oportunidade de assegurar melhor qualidade de vida a seus habitantes. A seus moradores e a seus visitantes.  

Em todo o mundo, leigos e estudiosos apontam que o caminho a ser adotado para tentar diminuir a poluição e os grandes congestionamentos é investir no transporte público de massa. Afinal, as pessoas só vão deixar seus veículos em casa para ir a trabalho ou lazer se tiverem um meio de locomoção público de qualidade. Seria o caso do VLT em Natal. Mesmo porque, ao contrário de outras cidades, não temos condições de construir um metrô devido à formação dunar dos terrenos de Natal e também porque nosso aqüífero está muito próximo à superfície.  

Diante do fluxo de pessoas no período da Copa do Mundo e da própria expansão demográfica de nosso sítio, a solução mais lógica seria instalar um sistema de trens sobre trilhos à superfície. Quando estive na Prefeitura, o VLT foi um projeto sonhado por nossa administração, que apresentou ao BNDES um amplo estudo elaborado por técnicos da então STTU. Na ocasião, recebemos apoio entusiástico dos técnicos daquele órgão, que visitaram Natal em 4 ocasiões, e por mais de 3 vezes estive pessoalmente no BNDES para acompanhar os trâmites do projeto. No nosso VLT, a primeira linha ligava a Ribeira ao campus da UFRN e tinha, naturalmente, diversos desdobramentos pelos vários bairros da cidade. Por sinal, a CBTU também elaborou um projeto de VLT que iria até o aeroporto de São Gonçalo do Amarante.  

Infelizmente, a prefeita de Natal, que durante a campanha eleitoral anunciou aos quatro ventos a construção do VLT, agora aceitou esta decisão do Ministério dos Transportes sem tugir nem mugir e não mostrou força nem senso de oportunidade para insistir nesse projeto tão vital para a nossa cidade, um espaço que recebe todos os meses cerca de 2 mil unidades em sua frota de veículos. Cabe culpa também ao governo do Estado que se diz parceiro de Natal no projeto da Copa e não demonstrou interesse em defesa do sistema. Era muito importante um projeto definitivo e moderno como o VLT, que favoreceria efetivamente nossa população em seus deslocamentos. Por isso, é incompreensível que Natal perca esta oportunidade. É um absurdo que, mais uma vez, Recife e Fortaleza levem vantagem sobre nós, certamente por injunções políticas. Faltou competência aos nossos governantes.

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