A passagem da tocha fez Natal sentir o gostinho dos Jogos Pan-americanos 2007, pelo menos por meio dia, tempo da estada do maior símbolo do esporte na cidade. Mas, foram as apresentações das meninas da ginástica artística do Brasil que fizeram a torcida potiguar sentir o verdadeiro clima da competição, mesmo longe do Rio de Janeiro.
Com a realização do Torneio Internacional de Ginástica Artística no ginásio da UFRN (hoje começa às 10h), Natal teve o privilégio de testemunhar bem de perto o que as “feras” da modalidade serão capazes de fazer no Pan. Daiane dos Santos, a mais assediada pela torcida, comentou o momento em que vive a seleção e a importância de se apresentar longe do eixo Rio-São Paulo neste país continental.
“É muito bom poder se apresentar em várias cidades pelo Brasil para mostrar um pouco da ginástica. O Nordeste, então, é muito receptivo. Natal é uma terra maravilhosa, encantadora e tem um público muito carinhoso”, disse, Daiane, em meio aos pedidos dos fãs para posar para fotos. “A seleção já está num nível muito bom de preparação e este torneio serve para mostrar aonde podemos melhorar. É muito bom participar de um torneio como este antes do Pan. A ginástica é muito perfeccionista e precisamos estar sempre bem”.
Uma das mais experientes do grupo, Daniele Hypólito acrescenta afirmando que só com os treinos é praticamente impossível observar o que falta para “limpar” (na linguagem da ginástica, "limpar" significa apagar as possíveis falhas nos movimentos, seja nas barras, traves ou solo). “Daqui para frente vamos apenas "limpar" o que falta. E esse torneio é muito importante. Quanto mais limpo maior a chance de fazer uma boa apresentação e, conseqüentemente, de ganhar medalhas”, destacou Daniele.
Também encantada com a receptividade do povo natalense e as beleza naturais da cidade, Daniele revelou que a experiência não a impede de sentir o mesmo frio na barriga que deixam aflitas as atletas mais novas. “A adrenalina é muito intensa. No momento da competição não tem essa de ser mais ou menos experiente. É igual para todo mundo”.
Apenas seis vão representar o Brasil no Pan 2007
Daiane dos Santos, Daniele Hypólito, Lais Souza, Jade Barbosa, Juliana Santos, Milena Miranda, Ethiene Franco, Khiuani Dias e Ana Claudia Silva. Quem deve representar o país nos Jogos Pan-americanos? Das nove atletas que estão se apresentando em Natal, apenas seis serão convocadas para o Pan do Rio.
Aos 15 anos, a potiguar Ana Cláudia, que está entre as nove, considerada seleção "permanente", torce e treina muito para se uma das selecionadas. O torneio de Natal, segundo ela, pode definir a equipe do Pan. “Acho que um torneio como este pode ser seletivo sim. Mas, não só ele. A expectativa é muito boa de estar no Pan”, afirmou Ana Cláudia, que está há 7 anos na seleção.
A famosa atleta potiguar, que foi a pivô da mudança de sua família para o Paraná, disse já está acostumada com o frio da região Sul e aproveita a estada na sua terra natal para matar as saudades dos familiares e amigos. “É muito bom rever todo mundo e competir com o calor de Natal”.
Georgette Vidor elogia a iniciativa da Confederação
“Eterna” técnica de ginástica da seleção brasileira e do Flamengo, a ex-treinadora, Georgetti Vidor, foi uma das presenças ilustres do Torneio Internacional de Ginástica Artística, que está sendo realizado neste fim de semana, na UFRN, em Natal.
Uma das precursoras do desenvolvimento da modalidade no país, Georgette, que hoje está ‘presa’ a uma cadeiras de roda por ter sido vítima de um acidente de trânsito, elogiou a iniciativa da Confederação Brasileira de Ginástica, que tenta massificar a ginástica pelo Brasil.
“O que a Confederação fez foi sensacional. Está sendo feito, aliás, um trabalho muito bom. Faltou apenas mais dinheiro, mais verba para continuar este trabalho de massificação do esporte”, disse Georgette, que mantém 15 projetos voltados à ginástica, beneficiando cerca de 1.200 crianças de baixa renda. “Nosso objetivo é o de massificar o esporte e formar e incentivar treinadores”, disse Georgette, que é da família Mulatinho de Natal.
