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Natalense usa 13º para pagar dívida

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PROPOSTA - Na classe A, as prioridades para gastar o 13º salário são outras: comprar presentes e viajar

Animados para as festas de fim de ano e, ainda mais, otimistas em relação a 2007, nem por isso os natalenses estão menos comedidos na hora de gastar o décimo terceiro salário. A maioria conta com o benefício do salário extra, que já começou a ser pago desde o último dia 20 por empresas privadas e pelo setor público, para saldar dívidas ou aumentar o saldo de poupanças. É o que mostra os indicadores apurados pela pesquisa Certus/Tribuna do Norte sobre os hábitos de consumo da população em Natal para o período de festas natalinas.

A pesquisa ouviu pessoas detentoras de fontes de  rendimento, com perfil sócio-econômico das classes A,B,C e D, em várias áreas da cidade do Natal. “Concentramos a mostra em pessoas que têm rendimentos, aquelas que têm algum poder de compra. Neste sentido, a classe E, de acordo com a caracterização sócio-econômica adotada, não está representada por ser, em grande parte, recebedora de benefícios mais do que consumidora de bens”, explicou o diretor da Certus, Mardone França. As questões apresentadas nos questionários eram para identificar “as expectativas para 2007; sentimento pessoal em relação às festas de final de ano; prioridades nos gastos para o 13º salário; preferências quanto ao local para fazer compras; expectativas de gastos com presentes, em relação ao ano passado e opiniões sobre a decoração natalina na cidade”

De forma geral, levando-se em consideração todos as estratificações adotadas na pesquisa (sexo, idade, classe sócio-econômica, vínculo empregatício e região da cidade onde mora), os natalenses esperam que 2007 sejam bem melhor do que 2006. O índice dos que esperam o ano novo “melhor” é de 87,65%, chegando a superar os 90% entre os servidores públicos (95,31%) e quem está na faixa etária entre 25 a 34 anos (92,81%). O otimismo só decai, um pouco, entre os que têm 60 anos ou mais e aposentados (76,56%). Entre os integrantes da classe A, o índice dos que esperam um 2007 melhor é de 80,30% que, apesar de não ser um índice baixo, chama a atenção pelo contraste com o percentual registrado entre integrantes da classe D, 91,07%. “Acredito que essa diferença seja devido aos níveis de informação que uma e outra classe têm acesso. Quem é mais bem informado tem condições de uma análise mais crítica da realidade e, por isso, tende a ser menos otimista nas suas expectativas”, analisa Mardone. Entre os aposentados, que vivem as incertezas nos reajustes e perdas nos vencimentos, o otimismo (76,56%) também fica abaixo da média.

Os índices sobre “as expectativas em relação às festas de fim de ano” não chegam aos mesmos níveis do sentimento de otimismo, mas não deixam se ser positivos. Somando-se os “muito animados” (17,73%) e os que declararam estar apenas “animados” (35,26%), há uma predisposição maior para comemorações entre cerca de 53% dos natalenses. Entre eles, há um equilíbrio de homens e mulheres e uma maioria (60,61%) de integrantes da classe A. O bloco dos “mais ou menos” é de 38,65. Os “desanimados” e os “muito desanimados” somam 7,97%.

Como gastar o 13º terceiro salário

No levantamento sobre as prioridades para o uso que fará do décimo terceiro salário, a pesquisa Certus/Tribuna do Norte registrou que os natalenses mantêm a tendência de honrar compromissos financeiros assumidos. Mais da metade dos entrevistados (54,13%), disseram que usarão o 13º para “pagar dívidas”. “O resultado mostra bem como está a situação financeira da população”, analisa Mardone, chamando a atenção para os índices mais altos da resposta entre os que declararam ter rendimentos entre três e cinco salários mínimos. “São os integrantes da classe C, onde o pagamento de dívidas com o décimo atingiu 61,54%, e da classe D, onde esse índice foi de 57,14%, que formam a parcela da população economicamente ativa mais endividada”.

Entre os que ganham mais, de 15 a mais de 20 salários mínimos, e que formam a classe A, as prioridades para os gastos com o décimo terceiro salário são outras: comprar presentes (14,29%) e viajar (26,19%). No geral, apenas 9,57% de todos os entrevistados disseram que usariam o décimo para comprar presentes e 7,92% citaram planos de viagens para os gastos planejados. A segunda prioridade apontada para o uso do 13º (poupar, 16,50%) está distribuída de forma equilibrada entre todas as classes sócio-econômicas. Gastos com reformas na casa ou apartamento é a prioridade para 11,55% dos entrevistados.

Junto com a definição de como gastar o décimo, os natalenses também têm preferências quanto ao local  “onde fazer as compras dos presentes”: os shoppings têm a preferência de 4163% dos consumidores. Os outros locais de compras mais citados foram as “lojas do Alecrim” (14,34%); “lojas do Centro” (13,94%); “supermercados” (5,53%) e “ambulantes” (5,38%). A citação dos supermercados deve-se, sobretudo, aos hiper que, além de alimentos e outros bens não duráveis, também contam com secções de eletrodomésticos, brinquedos, roupas etc.

Ao especificar as preferências dos natalenses sobre os locais onde eles pretendem fazer as compras de presentes, a pesquisa Certus/Tribuna do Norte acabou registrando um dado curioso: os shoppings são locais de compras preferidos por 44,71 dos homens contra 38,46% das mulheres. “O senso comum é de que as mulheres gostam mais dos shoppings, mas talvez isso seja apenas quando é apenas para passear ou pesquisar preços. Na hora de comprar, como os homens são mais objetivos na escolha dos produtos, os shoppings acabam obtendo essa preferência pela concentração geográfica das lojas e pela segmentação da oferta”, analisa Mardone. A preferência das mulheres por compras no comércio de rua (Alecrim, Centro e ambulantes) soma  37,24%. Entre os homens, o índice é de 30,19%.

A decisão de comprar presentes entre os 14,29% dos entrevistados, no entanto, não está atrelada, para a maioria, à disposição de gastar mais este ano do que em 2005. Apenas 33,67% deles acham que as comprar este ano serão maiores. Para 27,25%, os gastos serão iguais aos do ano passado e 37,47% planejam gastar menos. A relação só se inverte entre os da classe A, com nível salarial acima dos 20 salários mínimos, onde 55,17% dos que admitiram usar o 13º na compra de presentes  (14,29%), pretendem gastar mais do que no Natal de 2005.

Comerciantes esperam vender mais durante ciclo natalino

Os  comerciantes estão otimistas com as vendas de natal, mas reclamam que o movimento ainda não atingiu o esperado. A maioria acredita que nas próximas duas semanas a procura deve aumentar.

Any Kallyne de Lima é gerente de uma loja de sapatos de um Shopping Center da cidade. Para ela, a movimentação deve melhorar nos próximos dias. “Está esquentando agora”, afirma. Ela conta que é comum as pessoas deixarem para comprar os presentes na última semana. Para ela, o Carnatal atrapalha as vendas. “As pessoas gastaram com a festa e agora esperam o décimo terceiro”.

Alismar Barcelos também trabalha na gerência de uma rede de lojas da cidade. Para ele, a movimentação está dentro do esperado para o período. A expectativa é que esse ano, as vendas superem 25% o ano passado. “Os natalenses sempre esperam para comprar na última hora, com o décimo terceiro melhora”, comenta.

Já a vendedora de uma loja de jóias e relógios, Gildesandra Alves, acredita que o movimento está abaixo do esperado. “Precisa melhorar”, diz. Ela conta que a loja também espera superar as vendas do ano passado e acredita que com o décimo terceiro, os consumidores vão começar a procurar as lojas.

No comércio de rua o período natalino também é aguardado com ansiedade. A ambulante Flaviane Lopes diz que o movimento já aumentou bastante. “Aqui no Alecrim, as pessoas já estão fazendo as compras de natal”. De acordo com ela, a expectativa é que esse ano, o comércio esteja mais aquecido, em relação ao natal passado.

Já o camelô Cristian Santana acredita que em 2006, as vendas não serão tão boas quanto no ano anterior. “Não esquentou até agora, ano passado estava melhor”, afirma. Ele é uma das poucas pessoas pessimistas em relação ao próximo ano. “Acho que 2007 será um ano difícil para o comércio”, diz.

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