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Negócios em alta animam Armstrong

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3 por quatro – Por Ana Ruth Dantas

No escritório, as cápsulas do café são verdes. Ao lado da cadeira principal, também há uma almofada verde. As taças, localizadas logo acima da refinada adega do escritório, também são verdes. Longe de ser coincidência, a cor mostra a paixão do nosso convidado pelo time, que hoje preside.Aliás, foi pelo investimento na equipe que ele ganhou notoriedade na cidade. Um time de futebol adotado até por uma insistência indireta de laços familiares. Em casa, o empresário inglês  Antony Armstrong Emery ouvia o relato saudosista do sogro  sobre o Alecrim. A esposa de Antony também falava sobre as lembranças da sede social do clube. As histórias ouvidas pelo empresário ganharam o interesse especial dele, que se tornou conselheiro da equipe e hoje é presidente, levando o Alecrim a ganhar destaque na imprensa nacional pela contratação de jogadores de expressão.Embora tenha feito fama no Estado pelo investimento que está fazendo na equipe, os negócios de Antony Armstrong vão muito além do Alecrim. A equipe de futebol é uma paixão e um investimento, já que a partir do time promove o marketing institucional do Ecohouse Group, empresa que criou há cinco anos. O grupo que Antony comanda tem ramificação em Londres, Singapura, Toronto e Dubai, além do Brasil. Quem ouve o empresário falar sobre os negócios, a captação de investidores e os números, já tem uma mostra do empreendedorismo e ousadia desse inglês. O que poucos sabem é o início dessa história que começou com desencontros. O primeiro deles foi a própria formação de Antony. Na Inglaterra ele cursou Direito e fez especialização em Direito Tributário. Nunca exerceu a advocacia. Inquieto e com relações familiares com a América Latina, onde os avós moraram, Antony deixou a Inglaterra e desembarcou no Paraguai. O interesse pelo país surgiu exatamente porque o local se mostrava desconhecido. Antony de fato conheceu, por lá fez alguns negócios, mas a saudade da terra natal o levou de volta para Inglaterra. O que ele não imaginava era que laços familiares o trariam novamente para América Latina e mais precisamente para Natal. Em um passeio pela capital potiguar ele conheceu a esposa, a paixão o fez a projetar a vida a partir do Rio Grande do Norte. Começava aí Ecohouse Group, fundado em Londres, mas com grandes negócios no Brasil, onde está em expansão para São Paulo e Blumenau. A empresa começou com a construção de casas populares, com o programa Minha Casa Minha Vida, onde já ergueu 3 mil imóveis. Mas um novo e determinante capítulo começou recentemente, com a Ecohouse Group adquirindo 51% da construtora Conisa.O planejamento de Antony vai muito além e em duas vias: tanto na construção civil quanto no futebol. Nesse último, ele mantém parte do segredo, mas revela que está comprando um time em Milão. Já na construção civil, anuncia novos lançamentos tanto em Natal quanto no Sul e Sudeste.O convidado de hoje do 3porquatro é um empresário ousado, um empreendedor, um cidadão inquieto, por vezes desbravador, um inglês com forte laço afetivo brasileiro. Com vocês, Antony Armstrong:

Como foi  sua chegada  em Natal (ele veio para fixar residência na cidade da esposa)?
Natal foi algo difícil porque na época em que cheguei, em 2006, vim para começar. Naquele momento Natal recebia muita atenção, havia o grupo Sanchez que estava com uma publicidade gigantesca pelo mundo inteiro, todo mundo que eu já conhecia estava vendo Natal. Negócio havia para fazer aqui. Mas me dei conta que cheguei no momento errado em Natal porque justo quando eu cheguei começaram as coisas a darem errado para muitas dessas empresas. O macro empreendimento do litoral Norte, a gente sabe, não saiu. Foi aí que pensei o que fazer. Quando vi o mercado ficou meio parado e estava dominado por empresas locais, construtoras locais e bancos locais. Para eu concorrer como estrangeiro era uma impossibilidade. Foi aí que percebi, precisava voltar para o meu mundo, estabelecer tudo de novo e aí voltar para investir de novo. Porque eu não ficaria nas mãos do empresário daqui, eu chegaria como investidor. Foi exatamente como a gente fez. E fiquei um ano em Londres, reativei todos os meus contatos, a Ecohouse foi fundada em 2008. em 2010 foi fundada aqui. Hoje temos duas sedes internacionais principais, que são Londres e Singapura. Em Londres sou dono de um prédio inteiro, onde tenho 180 funcionários e em Singapura temos um andar em um dos mais reconhecidos prédios. Em Singapura temos toda equipe da Ásia. E Londres é um polo, o polo de confiança. Londres para as pessoas é o local mais seguro para fazer negócio. A jurisprudência inglesa é conhecida mundialmente. Singapura ocorre situação semelhante para a Ásia. Estamos também em Dubai, Toronto e ainda temos escritório em São Paulo.
O empresário inglês  Antony Armstrong  fala sobre os investimentos que está fazendo na equipe do Alecrim. Mas os negócios vão muito além. A empresa que começou com a construção de casas populares do programa Minha Casa Minha Vida já ergueu 3 mil imóveis na região metropolitana
O que lhe levou a colocar o foco das casas sociais para sua empresa?
Eu fundei a empresa em 2008, antes do Minha Casa, Minha Vida. Eu não estava nem pensando nisso. Em 2008, quando fundei a empresa buscava captar dinheiro, para adquirir terrenos muito baratos, fora das cidades, tipo fazenda, e esperar [o investimento]. Mas em 2009, o Governo Federal lançou Minha Casa, Minha Vida e todo meu esquema, meu planejamento já saiu da janela e eu fui repensar tudo. O Governo brasileiro me deu de bandeja o sonho de qualquer incorporador: dar o dinheiro e a gente constrói e ainda recebe incentivo de 1% de impostos. Veja que eu já tinha terrenos. Em Londres, o padrão da nossa construção é diferente. A gente compra casas vitorianas, com muitos anos, e quebrávamos e convertíamos em apartamentos. É uma filosofia diferente.

O Minha Casa Minha Vida foi o grande pulo da Ecohouse?
Tem muita gente que quer entrar no Minha Casa, Minha Vida e enfrenta problemas. Os problemas existem não por falta de profissionalismo ou por instituição querendo fazer coisa errada. Quando comecei com Minha Casa Minha Vida iniciei com 100 casas. Hoje, estamos construindo 3 mil casas. Em Extremoz e São Gonçalo. Em São Gonçalo controlamos 72% dos alvarás emitidos lá em 2012 e 2013. 72% do desenvolvimento de São Gonçalo está nas minhas mãos em nível de moradia. A qualidade das nossas casas é elogiada.

Quando o senhor viu que estava com fôlego financeiro para comprar uma empresa potiguar (a Ecohouse comprou 51% das cotas da Conisa)?
Lembre-se de uma coisa, meu poder vem do financeiro. Todas as plataformas internacionais são de captação de recursos e investimento. Eu tenho um banco de dados com 2 mil investidores privados. Não é uma lista. São dois mil investidores privados que têm dinheiro com a Ecohouse. É um banco de captação muito poderoso para qualquer empresa. Agora estou viajando para Singapura, onde vou falar para o maior jornal de lá. Fui convidado por eles para falar, junto com o ministro de Habitação de Singapura, e vou falar sobre o Brasil, sobre o que o governo brasileiro está fazendo.

Qual a garantia de investimento que o senhor oferece?
Neste momento, somos o produto mais seguro do mercado imobiliário. Até fomos convidados para irmos apresentar na maior feira internacional, que acontece na França, onde não vão pequenas imobiliárias. Temos vários produtos para oferecer aos investidores. Um dos produtos são os escritórios comerciais, por exemplo. Temos o prédio que já vendemos em São Paulo, que está a 100 metros da avenida Paulista. Teremos um prédio comercial que estou lançando em Blumenau e outro em Natal. E o lançamento em Natal será em dois meses, mas já está todo vendido. Têm produtos que dão retorno em um ano, outros dão retorno em três anos. Tem produto que o cliente compra, investe no bem imóvel.

O senhor comprou parte da Conisa, qual o potencial da sua empresa a partir dessa operação?
O potencial é giganteso. Estou agora com um projeto de expansão em Brasília, estamos com 4.800 unidades que vamos lançar agora, Blumenau, são outras 2.500 unidades. Estou com prédio em Blumenau, Natal, Fortaleza, Recife e Brasília. São prédios comerciais. Por isso lhe digo que o potencial é muito grande. Ecohouse Group é a  marca, a Conisa agora faz parte do grupo. O marketing internacional vai usar o grupo. Acho que foi a fusão (Ecohouse e Conisa) de duas situações que precisavam um do outro. Eles (a Conisa) tinham a classe A e B, e eu tinha a classe C e D. Juntando as duas empresas a gente controla as classes. Estamos controlando e com um padrão de qualidade. E a Conisa também tem a reputação deles, estão há 17 anos (a Conisa) na praça. A ideia da Ecohouse group é seguir com ramo de incorporação. As linhas de produção da Conisa estão bem feitas, então ao invés de eu começar algo do zero, estou adotando um sistema que já existe.

E o Alecrim? Como o senhor chegou a presidente do Alecrim?
Veja minha esposa é natalense. Meu sogro é o dono da Casa do Radiador no Alecrim. Ele é alecrinense doente e, desde que estou casado, ele (o sogro) sempre fala do time. Minha esposa ficava lembrando que quando era pequena ia para sede campestre festejar o carnaval. Passei um ano como conselheiro do Alecrim. O Alecrim não tinha time de futebol, o que tinha era um grupo de pessoas com lembranças. Tem ABC e América, mas tem outro time na capital que tem história também. E tem uma torcida, que ainda depois de 26 anos não ganhou nada. Mas veja que essa torcida merece um troféu e dizer: “obrigado gente porque vocês ainda estão vestindo verde mesmo sem ganhar nada, todo ano levam sofrimento”. Estou profissionalizando o clube. Sou dono de um time de futebol na Itália (ele não revela o nome), em Milão. Tenho um estádio de 28 mil pessoas. Mas essa notícia é outra coisa, eu e meus sócios vamos fazer um anúncio público dia primeiro de abril.

O senhor está gastando ou investindo no Alecrim?
Investindo. Marketing institucional esportivo é a melhor forma de fazer conhecer uma marca. A Ecohouse está tendo muita mídia espontânea, nacionalmente já está tendo repercussão grande. Já saiu uma reportagem sobre mim por ser o primeiro estrangeiro a ser presidente de um clube centenário.

Perfil

Antony Armstrong é formado em Direito e fez mestrado em Tributação e Fiscalização internacional na unidade de Salamanca. Quando desembarcou no Paraguai, depois de sair da Inglaterra, ele tabalhou em uma agência de viagens e atuou com clientes corporativos. Depois de voltar para Inglaterra, entrou em uma imobiliária. Quando entrou na empresa havia 4 funcionários, quando deixou havia 500 funcionários e enveredou para o seu próprio negócio foi quando criou a Global, que tinha segmento de consultoria e investidora. Em 2004, vendeu as participações da empresa para o fundo de investimento

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