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Nelson Teich descarta flexibilizar isolamento com aumento de casos

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BRASÍLIA (AE) – O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou ontem que uma flexibilização do distanciamento social não deve ocorrer enquanto casos do novo coronavírus estiverem em “franca ascensão”. O assunto foi um dos pontos de tensão entre o presidente e o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta e é constantemente usado pelo chefe do Executivo para criticar prefeitos e governadores. “A gente tem uma diretriz, a gente tem um ponto de partida, mas algumas coisas são básicas: não dá para você começar uma liberação quando você tem uma curva em franca ascendência”, disse Teich.
Ministro Nelson Teich admitiu que o Brasil pode vir a registrar cerca de 1 mil mortes por dia
O atual ministro da Saúde defendeu as medidas de ampliação de isolamento social anunciadas pelos governos de São Paulo, Rio e Amazonas, como resposta ao aumento de casos de óbitos e contaminações do novo coronavírus. O ministro ainda admitiu que o Brasil pode vir a registrar cerca de 1 mil mortes por dia. Ontem foram registradas mais 435. E considerou que medidas de flexibilização já anunciadas correm o risco de ser canceladas.
As gestões paulista e fluminense são alvo de críticas diárias do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que o aumento de mortes seria culpa do isolamento social adotado pelos Estados. Indagado sobre o aumento das restrições de circulação, o ministro disse que se trata de uma “medida coerente” e, dada a situação desses Estados, é o que precisa ser realmente feito. 
“Se você tem lugares com aumento de incidência e mortalidade, a primeira coisa é aumentar o distanciamento para diminuir o contágio”, disse Teich. “É uma medida absolutamente natural diante do número de casos.”
A posição do ministro foi reiterada pelo assessor especial do Ministério da Saúde, Denizar Vianna. “Qual a avaliação do ministério? Se nós estamos diante de uma doença onde não há, ainda, um tratamento específico, onde não há prevenção, não há vacina, resta o quê? O isolamento social”, comentou. “Então, a medida adotada é coerente por parte do gestor.”
De acordo com o chefe do Centro de Contigência da Covid-19 em São Paulo, David Uip, aconteceu ontem uma reunião entre a Secretaria Estadual da Saúde e o Ministério da Saúde, com a presença de Teich. Segundo Uip, o ministro defendeu a manutenção do isolamento social e também falou sobre a dificuldade da compra de insumos, principalmente respiradores.
A mudança de postura de Teich, que hoje já não dá nenhuma data para qualquer flexibilização das medidas de isolamento social, deve-se, basicamente, ao aumento acelerado de mortes e contaminações. O País encerrou abril com um total de 5.901 óbitos e 85.380 pessoas contaminadas. Por isso, decisões de flexibilização correm o risco de terem de ser canceladas, dado o avanço da doença. “Em algum momento, isso vai ter que ser flexibilizado. Na hora que isso acontecer, vai ter de ter calma, porque pode ser que você tenha de recuar”, afirmou.
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