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Neurocientistas estão em Natal

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INSTITUTO - Miguel Nicolelis quer desenvolver tecnologia de conexão de um braço robóticoComeça hoje em Natal o II Simpósio Internacional de Neurociência, um dos mais importantes eventos do ano nesta área do conhecimento científico. O evento vai contar com a presença de nomes reconhecidos mundialmente em pesquisas neurocientíficas. Até domingo estarão reunidos em Natal 25 conferencistas e mais de 600 pesquisadores de todas as partes do planeta.

E é exatamente este o principal objetivo do evento, reunir na capital potiguar os grandes estudiosos do cérebro humano, sua morfologia e seu comportamento. “Queremos trazer novamente os líderes da neurociência mundial”, explicou Miguel Nicolelis, presidente do comitê organizador do simpósio. Segundo ele, o conhecimento adquirido e as ações realizadas pela ciência precisam ser descentralizados, não visando apenas as principais cidades do país.

Nicolelis é co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke (EUA), considerado o mais importante centro de pesquisa no mundo. É ele quem coordena o Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN), gerido pela Associação Alberto Santos Dumont, OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), com sede em São Paulo.

O evento, que acontece no Grande Hotel Natal Serhs, na Via Costeira, terá início com uma palestra  de Mriganka Sur, do Instituto de Tecnologia de Massachusets (EUA) e será encerrado com uma outra importante conferência de Sidarta Ribeiro, uma outra grande autoridade mundial que já trabalha no IINN.

Um outro objetivo do simpósio é aproveitar a presença dos cientistas para celebrar a inauguração dos centros científicos que farão parte de IINN. “Na verdade é uma inauguração simbólica, já que as atividades já tiveram início há mais de um ano”, explicou o Dr. Nicolelis. De fato, o IINN já desenvolve várias pesquisas em sua sede no bairro de Neópolis, enquanto o Campus não fica pronto, no distrito de Jundiaí, em Macaíba.

Foram vários anos de trabalho desde a concepção até a concretização do campus do IINN, que deverá estar funcionando até o mês de abril. Serão cinco unidades. Além da sede, o IINN será composto ainda por dois centros de Educação Científica, em Natal e Macaíba e um Centro de Saúde Materno-Infantil e um Centro de Pesquisa.

A perspectiva é de que sejam realizados, por exemplo, no centro de saúde, cerca de 20 mil atendimentos por ano a mães e crianças. A gestão será da unidade de saúde em parceria com o Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, e com uma ajuda da Prefeitura Municipal de Macaíba. A obra foi financiada pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde.

Atualmente o IINN já proporciona educação diferenciada a 10 crianças de uma favela de Neópolis. Mas com a inauguração dos centros, o número de jovens a serem educados subirá para cerca de 600. O objetivo final é que elas sejam 5 mil futuramente. “Nosso objetivo é oferecer um tipo de educação que não se vê nem nas escolas particulares”, explicou o cientista Miguel Nicolelis.

Em busca do conhecimento

“O Brasil só vai ser um país quando todas as regiões se abraçarem e forem beneficiadas pelo conhecimento científico, pela tecnologia de ponta e pela educação”, disse Nicolelis, recentemente considerado pela revista Scientific American, um dos 20 pesquisadores mais importantes em atividade no mundo.

Miguel Nicolelis é tido por muitos colegas como o maior cientista vivo do Brasil, e pretende desenvolver no IINN, dentro de três anos, uma tecnologia de conexão de um braço robótico que poderá ser movido a impulsos nervosos. A moderna cirurgia deverá ser feita com os profissionais do Hospital Sírio Libanês e significa um avanço antes inimaginável na melhoria de vida de deficientes físicos.

Mas apesar de todas as credenciais de Miguel Nicolelis e do intenso movimento causado na comunidade científica em torno de Natal, o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal da capital parecem não ter percebido a importância dos acontecimentos e do cientista de São Paulo tido como sumidade.

O Governo Federal já investiu cerca de R$ 13 milhões no projeto. As doações de pessoas físicas e entidades privadas são ainda maiores. E para o Governo do Estado, a única coisa pedida pelo IINN foi a pavimentação da estrada de 3km que dá acesso ao campus. A promessa foi feita há quatro anos, mas ficou só nisso. “Sou muito bem recebido pelo Governo. Mas quando vou perguntar pela estrada não tenho nada de concreto”.

Já para o prefeito Carlos Eduardo, o pedido foi tão somente a drenagem e a pavimentação da rua onde fica a sede do IINN, em Neópolis, mas esse pleito parece mais difícil de ser atendido. Miguel Nicolelis reclama da dificuldade em se encontrar o prefeito. “Eu nunca consigo encontrá-lo. É mais fácil falar com o presidente da República”.

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