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Nicolelis ganha ‘Oscar’ da medicina nos EUA

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O médico e neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis é notícia mais uma vez na comunidade científica mundial. O paulista, que é idealizador e coordena o Instituto de Neurociências de  Natal, foi anunciado como ganhador do Pioneer Award (Prêmio Pioneiro) do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, considerado o mais importante no ramo do incentivo aos estudos da medicina do país. Ele foi agraciado devido a uma composição que escreveu sobre o que prevê para o futuro na medicina no desenvolvimento da investigação dos princípios básicos de neurofisiologia, que permitem circuitos neurais no cérebro a gerar comportamentos sensoriais, motores e cognitivos – o que ele chama de “interface cérebro-máquina”.

Satisfeito com o apoio recebido nos Estados Unidos, Miguel Nicolelis evita polêmica no BrasilO prêmio, que é considerado o Oscar da medicina americana e foi concedido pela primeira vez na história a um pesquisador brasileiro, faz parte de investimentos do Instituto Nacional de Saúde em pesquisas que estão no limite do que se conhece na ciência. Anualmente, os valores aplicados pela agência, de acordo com Nicolelis, chegam a U$ 37 bilhões. No caso do pesquisador brasileiro, serão disponibilizados U$ 2,5 milhões (o equivalente a R$ 4,5 milhões) durante cinco anos para expandir os estudos sobre o cérebro humano que ele comanda em solo americano, mais especificamente na Universidade Duke, onde leciona. A Universidade também receberá U$ 1,2 milhão para soluções administrativas no local. “Recebi a notícia com muita felicidade e otimismo para o desenvolvimento do estudo nesse campo”, disse o cientista.

Apesar de ser um investimento feito nos EUA e que não pode ser aplicado em outras áreas ou localidades, Miguel Nicolelis vê a possibilidade de que os estudos desenvolvidos em Duke possam ser levados ao Instituto de Neurociências no Rio Grande do Norte. “A ideia é que os estudos comecem a dar resultados entre três e cinco anos. Vai ter repercussão no que fazemos em Natal porque várias ideias poderão ser trabalhadas”.

Satisfeito com o apoio recebido em solo americano,  o cientista acredita que a diferença de incentivo à ciência entre Brasil e Estados Unidos é muito grande não só no campo financeiro, mas também na forma como se vê a pesquisa na América do Sul. Para ele, o Brasil precisa de instrumentos para que se desenvolvam ideias inovadoras. “A diferença de incentivo e apoio é muito grande, mas não é apenas  financeira, monetária. É uma diferença de visão. Esse prêmio é dado para pesquisas futuras, que estão no limite da ciência. A ciência brasileira precisa de instrumentos como esse para desenvolver essas ideias, porque a indústria do conhecimento é que vai garantir o nosso futuro”, garante o pesquisador, que foi capa da revista Science devido a um estudo que poderá ser aplicado no tratamento de pacientes vítimas do Mal de Parkinson.

Apesar de ser um ano eleitoral,  Nicolelis garante que não pretende entrar em debates com políticos para tratar abertamente sobre o que poderia ser mudado na forma de se gerir a ciência no Brasil.

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