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No campo de Rubinho

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Woden Madruga
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Muita gente boa vai dividir hoje a agenda entre a Praça Augusto Severo, na Ribeira, onde acontece o Festival Literário de Natal, e a sede da AABB, no Tirol, onde haverá o lançamento de Memórias Póstumas do Estádio Assassinado, livro de Rubens Lemos Filho. Vou tentar chegar nos dois. Livro sempre atrai, mormente quando trata de coisas de futebol. Nelson Rodrigues, por exemplo, dos maiores nomes de nossa literatura, era vidrado nos dois. Veja esta frase dele: “O mau da literatura brasileira é que nenhum escritor sabe bater um escanteio”. Esta outra: “Nunca um idiota da objetividade prospera no futebol”. Mais uma: “Quando o juiz sopra o apito inicial, está, na verdade, abrindo uma janela para o infinito”. Uma quarta: “Ai do escritor que não usa, de vez em quando, um mínimo de cafonice”. Tem a quinta: “Não sou um escritor unânime, porque a unanimidade é uma burrice”.  Grande Nelson Rodrigues, genial!

Este é o quarto livro de Rubens Lemos Filho, jornalista derna dos 17 anos, entrando por estas portas da Tribuna do Norte, por onde também passou o seu pai, sempre saudoso Rubão, outro apaixonado por futebol. Foi cronista, comentarista de rádio e até técnico. Memórias Póstumas do Estádio Assassinado é um livrão de 470 páginas com muitas ilustrações, numa bonita edição da “8 Editora”, de Adriano de Souza e Flávia Assaf.  A derrubada do Estádio João Machado para no seu lugar construir a tal Arena das Dunas, um “assassinato” sim, motivou Rubinho a contar várias estórias que estão anotadas em suas crônicas e reportagens.

Na quarta capa do livro, o editor – também poeta – Adriano de Souza, diz:

– Rubens Lemos Filho escreveu um livro vingador, com a paixão do menino roubado em seu brinquedo mais querido e a razão do jornalista indignado com os predadores da cidade, que pejam de avançar sobre bem tão valioso quanto os dinheiros públicos: a memória coletiva. Na tabelinha entre o sentimento e a reflexão, o autor resgata jogadores, times e jogos que podiam reunir um sexto da população em torno de uma bola rolando nas linhas do poema arquitetônico.

– Ao registrar a história do estádio, RLF narra a própria história do futebol potiguar, que ascendeu ao amadorismo tosco simbolizado pelo Juvenal Lamartine às domingueiras de clássicos locais (e de confrontos com os maiores clubes do país) que superlotavam o Castelão. Um período que durou pouco mais de uma década, até o declínio progressivo nos anos de Machadão, quando os jogos mais importantes a ser testemunhados por públicos inferiores aos das antigas preliminares entre galinhas-mortas que esfriavam o sol para elefantes, dragões e periquitos. ”

No livro, que tem orelhas do acadêmico Carlos Alberto de Miranda Gomes, lê-se, também, um depoimento do arquiteto Moacyr Gomes da Costa, autor do projeto do estádio Castelão/Machadão: “Como nasceu o ‘Poema de Concreto’”.

No FLIN
A programação de hoje no Festival Literário de Natal começa cedo, coisa das 8 horas com a abertura do Espaço Sesc/Flin, voltado para a garotada, uma série de contações de histórias, estendendo-se até às 15 horas. Em seguida um bate papo entre os ilustradores Luiza de Souza e Aureliano Medeiros, com mediação de Michelet Ferret.

Poesia
Na boca da noite, 18 horas, acontece na Tenda Moacy Cirne uma mesa redonda sobre Nísia Floresta com a participação das poetas Diva Cunha e Nivaldete Ferreira.

Ás 19 horas, na Tenda dos Autores, será a vez da cantora e compositora Zélia Duncan dividir a mesa com a poeta Marize Castro. As duas vão conversar sobre a vida e a obra da poeta, escritor, dramaturga e cronista Hilda Hilst.

Mais tarde, coisa das 22 horas, Zélia Ducan subirá ao palco para apresentar seu espetáculo musical.

Violeiros
O programa de hoje do Flin se completa com o Festival de Violeiros, que considero uma das principais atrações do evento. Eles representam o melhor da cultura popular do Nordeste, a gema de nossa cultura.

Tem gente do quilate de Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova, Sebastião Dias, Zé Carlos do Pajeú, Raimundo Caetano, Amâncio Sobrinho, Ismael Pereira, Jonas Bezerra e Jessier Quirino. Começa às 20 horas.

Tamarindo
O Sebo Vermelho está com o seu estande montado num dos recantos da Praça Augusto Severo, onde acontece Flin, parada para se ver e comprar livros e esticar papos.

Final da tarde de hoje vai acontecer o lançamento de Tamarindo, revista cultural editada em João Pessoa, Paraíba. Trata-se do primeiro número, na capa Ariano Suassuna – “O cavaleiro da pedra do reino”.

No time dos colaborados um bocado de gente boa, entre eles Gonzaga Rodrigues, Hildebrando Barbosa Filho, Políbio Alves, José Nunes, Marinalva Freire Silva e Irani Medeiros que, recentemente, lançou aqui em Natal, o livro Fabião das Queimadas – de Vaqueiro a Cantador, com o selo do próprio Sebo Vermelho.

De estradas
Pesquisa da Confederação Nacional de Transporte de Rodovias (CNT), divulgada ontem, mostra a caótica situação das estradas estaduais (gestão do governo do Estado) do Rio Grande do Norte. Confira os números: 69,3% de nossas estradas são péssimas; 28,7%, ruins; 2% regulares.

Arrumando os números: no Rio Grande do Norte não tem nenhuma estrada boa, apenas dois por cento delas são “mais ou menos” ou regular.
Mestre Gaspar está doido para saber quais são essas “estradas regulares” (2% do mapa rodoviário estadual) apontadas na pesquisa da CNT. Daqui pras Queimadas, nunca!

Chove no Cariri

Choveu ontem na região do Cariri, sul do Ceará, naqueles mundos do Padim Ciço. No município de Cedro, foram 17 milimetros; em Lavras da Mangabeira, também 17; Penaforte, 10; Crato, 9 Aurora, 4,6. Ao lado, já na região do Sertão Central e Inhamuns, no município de Araripe, que faz divisa com Pernambuco, a chuva foi de 18 milímetros; em Campos Sales, encostado no Piauí, 2,5. São números da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia).

A previsão para hoje na mesma região é de “nebulosidade variável com possibilidade de chuvas isoladas”

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