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No Mormaço da música brasileira

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No passo dos pernambucanos

O Mombojó é uma das crias mais originais do fértil mangue (beat) pernambucano. Desde o primeiro álbum, “Nadadenovo”, de 2004, a banda de Recife chama atenção de público e crítica para sua música repleta de referências e difícil de definir. Seguiram-se os álbuns “Homem-espuma” (2006) e agora o novíssimo “Amigo do tempo”, lançado no mês passado. Será um misto de tudo isso – com destaque para o novo disco – que a banda apresentará nesta sexta em Natal, segundo o tecladista Chiquinho, em entrevista ao FIM DE SEMANA. Ele compõe o grupo juntamente com Felipe S (vocal e guitarra), Marcelo Machado (guitarra), Samuel (baixo) e Vicente Machado (bateria).

Móveis Coloniais de Acaju (DF)Natal será a segunda cidade depois de Recife a conhecer os novos grooves do Mombojó no palco. O show, novinho em folha, destacará “Amigo do tempo”, um disco que Chiquinho define como “mais dançante, contínuo e pesado”. O tom geral da crítica, aliás, é que este é o disco mais pop da banda. “A ideia do show é mostrar o Mombojó de hoje. Se estamos mais pop, como dizem, foi um processo natural. Nunca fazemos algo pensando num  tipo de público. O novo CD manteve a nossa filosofia de não ter regras e  fugir dos rótulos. Acho que estamos sim, mais pop, no sentido de que mais gente ouça nosso som, que curtam, baixem, copiem , passem pros amigos e divulguem. Sempre foi nossa intenção”, diz.

“Amigo do tempo” foi sendo feito aos poucos, durante os últimos quatro anos. Registra as várias experiências pelas quais a banda passou – incluindo a morte de um integrante por infarto, e a consequente saída de outro. “O disco registra um pouco de tudo isso, como nos reorganizamos, trabalhamos com paciência, fazendo as coisas com calma, contando com o tempo para ajustar as coisas”, diz. São sentimentos registrados em canções como “Papapa”, “Justamente”, “Antimonotonia”, “Amigo do tempo”, “Triste demais”, “Praia da solidão”, e “Casa caiada” – que foi liberada para download desde o ano passado.

Conhecida pela música que junta referências de  rock, surf music, jazz, samba e eletrônica, banda também frequenta outros palcos com o projeto paralelo Del Rey, dedicado ao repertório de Roberto Carlos. Mas a divisão entre os grupos é clara. “Não tocamos Roberto quando estamos como Mombojó. O Del Rey é como se fosse um playground laboratorial pra gente. Nos dá mais experiência de palco, pois tocamos para públicos mais variados. Tem um clima mais descontraído, leve, e que acabamos levando para o show do Mombojó. E claro, o Rei é uma das influências da banda, ao lado de outras citadas pelo tecladista, como Stereolab, Cidadão Instigado, Daft Punk, Nação Zumbi, entre outros.

“Amigo do tempo” foi lançado de forma independente, evidenciando a liberdade de movimentos que as boas bandas possuem hoje. “Para nós tem sido algo bem proveitoso. Costumo dizer que somos mesmo é dependentes do nosso público. É com o dinheiro dos shows que organizamos a vida da banda. É difícil não ter o apoio de uma gravadora, mas é bom por termos todo o processo nas mãos. A música, downloads, preços acessíveis, bons shows, e tudo mais.

Serviço:

Festival Mormaço 2010. Sexta e sábado, às 21h, no Armazém Hall, Ribeira. Preços: R$20 (individual) e R$30 (casadinha). Antecipados na Touch (Midway Mall).

O movimento dos Móveis Coloniais

A turma é grande. A festa que faz no palco, também. Excessivo, animado e cheio de sonoridades diversas, o grupo brasiliense Móveis Coloniais de Acaju se firmou no meio musical brasileiro como uma novidade capaz de agradar a vários gostos. Não à toa, a própria banda se definiu como uma absurda “feijoada búlgara”. Desde 1998 na estrada, a trupe de músicos lançou dois discos, “Idem”, e o recente “C_mpl_te”, que já está há um ano e meio sendo divulgado em shows pelo Brasil. E este Móveis que Natal ouvirá no sábado.

“A feijoada está cada vez mais gostosa, com temperos novos, mas conservando a essência de sempre”, brinca o baterista Gabriel Coaracy, em entrevista ao FIM DE SEMANA. Gabriel comanda o ritmo do Móveis, ao lado de André Gonzáles (voz), BC (guitarra), Beto Mejía (flauta transversal), Eduardo Borém (gaita cromática e teclados), Esdras Nogueira (sax barítono), Fábio Pedroza (baixo), Fabrício Ofuji (produção), Paulo Rogério (sax tenor) e Xande Bursztyn (trombone).

Os ingredientes principais, segundo ele, seguem combinando ska, rock, jazz swing de orquestra, música brasileira e ritmos do leste europeu. São sonoridades encontradas em músicas como “Seria o Rolex?”, “Sem palavras”, “O tempo” e “Falso retrato (u-hu)”,  os singles já lançados pela banda. Tanta informação é devidamente organizada pelos dez integrantes do combo candango. “A gente trabalha muito e tenta ser o mais horizontal e diluído possível. Na banda não tem ‘o compositor’, ‘o letrista’. É um processo coletivo onde todo mundo contribui”, explica. E funciona bem.

Gabriel acredita que o Móveis se firmou por se permitir ser o máximo possível autossuficiente. “C_mpl_te”, por exemplo, foi lançado de forma virtual e gratuita. “Centralizamos tudo que fazemos. Divulgação, produção e conteúdo. São 24 horas por dia de trabalho; nós carregamos peso, vendemos, contamos o dinheiro, fazemos a social. A gente acredita que esse é o caminho para se manter no mercado de hoje. Temos uma parceria com a Trama, mas mesmo ela é uma gravadora que incentiva novos modelos”, diz.

Tudo isso, ainda com o mérito de ter sua eclética “feijoada” apreciada por muita gente. “A gente circula bem por entre públicos do rock e da MPB. Acho isso ótimo”, afirma Gabriel. Exemplos disso, são as indicações para prêmios de música recebidas pela banda. “No prêmio Música do Brasil (antigo Tim) estamos indicados em melhor banda pop/rock, e no do Multishow, na categoria ‘Experimente’, de revelações.  Acho que nosso público é esse: gente sem preconceito”, conclui.  O currículo do Móveis Coloniais de Acaju incluem uma série de shows pela Europa, participação em festivais de todo Brasil, em especiais de TV como o “Som Brasil” (especial Raul Seixas), e até um festival próprio, o Móveis Convida, que já chegou a reunir quatro mil pessoas. 

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