Alex Medeiros
Os jornais da Europa destacaram ontem que a farmacêutica AstraZeneca admitiu um retrocesso no desenvolvimento de um tratamento com anticorpos para a Covid-19, porque não ficou provada a sua eficácia nos ensaios clínicos em pessoas que foram expostas ao vírus. O tratamento com anticorpos, designado AZD7442, encontrava-se na fase três de desenvolvimento, com ensaios clínicos em larga escala para aferir as suas segurança e eficácia.
Estes ensaios clínicos, segundo adiantou a agência France-Press, envolveram 1.121 voluntários adultos que não foram vacinados e que tinham sido expostos a uma pessoa infetada durante os oito dias anteriores, tendo o tratamento reduzido o risco de desenvolver Covid-19 com sintomas em 33% desse universo. Os ensaios vão prosseguir para avaliar a eficácia dos anticorpos em pessoas antes de expostas ao vírus e em doentes que com reações graves.
A vacina da AstraZeneca já levantou muitas questões, sobretudo quanto aos efeitos colaterais, como coágulos sanguíneos. Alguns países pararam de usá-la, enquanto outros estabeleceram limites de idade.
No Reino Unido, por exemplo, onde mais de 20 milhões de doses foram administradas até agora, ela foi reservada prioritariamente para pessoas acima de 30 anos.
Convém lembrar que em março, fatos semelhantes aconteceram com o uso geral da vacina Oxford-Astrazeneca na Alemanha, que suspendeu a aplicação após haver uma relação com riscos de coágulos.
O órgão regulador de medicamentos do país encontrou 31 casos de um tipo raro de coágulo sanguíneo entre as quase 2,7 milhões de pessoas vacinadas.
Já em outros países europeus, a vacina da farmacêutica anglo-sueca Vaxzevria enfrenta restrições etárias, sendo recomendada em Portugal, por exemplo, só para pessoas acima dos 60 anos.
Esta decisão surgiu dias depois da Agência Europeia de Medicamentos ter indicado uma “possível ligação” entre a vacina e “casos muito raros” de formação de coágulos sanguíneos.
Ontem, a rede Jovem Pan divulgou que nos EUA e em Israel já há investigações sobre supostas inflamações cardíacas provocadas pelas vacinas da Pfizer e da Moderna, depois que casos raros e brandos de miocardite foram identificados em pessoas imunizadas com tecnologia de RNA mensageiro.
As autoridades americanas querem investigar se a inflamação pode ser considerada um potencial efeito adverso dos imunizantes. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, os casos são mais frequentes em homens jovens, e acontecem quatro dias após a vacinação com a segunda dose.
Ao todo, 789 casos foram registrados nos EUA até o último dia 31 de maio, sendo que 216 ocorreram após a primeira dose e 573 depois da segunda aplicação. Já em Israel, um comunicado oficial também informou que o problema está sendo investigado.
Segundo o ministério da Saúde do país, 148 casos de miocardite próximos da data de vacinação foram identificados até o mês passado. Apesar da inflamação acometer jovens com idades entre 16 e 19 anos, 95% dos casos são considerados leves. Enquanto isso, a Inglaterra segue assustada com a variante Delta. A praga está longe de ser contida.
Era da inocência
O maior equívoco desses tempos é a grande parte da humanidade acreditar de maneira quase mística na indústria farmacêutica achando que está acreditando na ciência. É como um religioso confundindo o seu deus com a sua igreja.
Na onda do pico
O prefeito cutucou de novo a governadora: “Quem realmente aplica a vacina? A prefeitura! E ainda foi quem treinou e contratou o pessoal, além de organizar toda a estrutura e os locais de vacinação, batendo recorde de atendimento”.
Na onda do pico II
A governadora postou: “Olhaí, galera! Já marcou no calendário? Até setembro vamos vacinar todos os maiores de 18 anos. São João ainda é dentro de casa, sem aglomeração, mas essa notícia já deixa todo mundo mais aliviado”.
Coronachata
O perfil do governo do Ceará no Twitter postou: “Uma boa e uma ótima notícia: a boa é que mais uma vacina contra a Covid-19 está sendo desenvolvida. A ótima é que ela é 100% cearense”. Será a Coronachata ou a Tonhavac?
Fake news
Fizeram uma montagem na fala do ex-governador Robinson Faria e a falsa narrativa se espalhou pelo estado. Nada é mais antigo no mundo político do que as fake news, que antigamente eram popularmente chamadas de boatos.
Boatos
Mentiras que entraram na história do RN: a intensão de Dinarte Mariz em fechar a Lagoa Manoel Felipe, a culpa de Agnelo Alves no incêndio do mercado do Centro, Carlos Alberto retirando a esposa de uma caixa de fogão.
Revistas
Com décadas de batente na mídia, Toinho Silveira surpreende com sua inquietude e agilidade, fazendo parecer leves seus 130 quilos. Sem limites para inventar e ousar, está editando duas belas revistas: Tomorrow RN e Première.
Dunas
O fotógrafo João Maria Alves, o menino que saiu das Quintas para revelar a natureza do mundo, abre exposição no sábado, a partir das 10h no Mercado de Petrópolis com direito a uma live. A expo “Dunas” fica aberta até 14 de agosto.
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