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No rastro de Romaria

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Woden Madruga
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Dias atrás falei por aqui a respeito da bonita reportagem sobre a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida, que eu tinha visto no Globo Rural de domingo 15, obra do grande repórter José Hamilton Ribeiro entrevistando o músico Renato Teixeira, autor de “Romaria”, um dos clássicos da música popular brasileira. Renato Teixeira conta toda a história desse sucesso que emocionou muito este matuto das Queimadas. Antes que me esqueça, quero afirmar, alto e bom som, que o Globo Rural, dirigido por Humberto Pereira (amigo de infância dos irmãos Betinho e Henfil), é um dos três melhores programas da televisão brasileira. Os outros dois, esqueci.

Bom, esta semana passei pela banca e adquiri o número de outubro da revista Globo Rural que traz a reportagem impressa de José Hamilton Ribeiro com o título “Sou caipira, Pirapora”, e subtítulo “O músico Renato Teixeira conta a história de ‘Romaria’, clássico da MPB que tem mais de 100 regravações”.  Taí, gente, uma boa sugestão de leitura, recomendação, também válida para os jovens coleguinhas de jornal, incluindo os atuais e futuros blogueiros. A pedido do mestre Gaspar transcrevo alguns trechos da reportagem.  José Hamilton Ribeiro vai contando/cantando:

– Renato Teixeira venera a “Santíssima Virgem” por ter dado a ele inspiração e engenho para fazer “Romaria”, música que lhe oferece uma posição ao lado de Pixinguinha, Tom Jobim, Ari Barroso, Luiz Gonzaga, autores de canções que figuram numa lista das 30 músicas mais gravadas em todos os tempos no Brasil.

– A primeira pessoa a ouvir “Romaria” foi o produtor musical Marcus Pereira que vinha fazendo em várias regiões do país um resgate das canções guardadas na lembrança das pessoas mais velhas. A Coleção Marcus Pereira é hoje uma preciosidade (…) Marcos Pereira ouviu Renato cantar “Romaria” sentado, de costas, com a mão no rosto. Ao fim, Renato ansiava pelo que ele ia dizer. Não disse nada. Estava chorando. Sufocando os soluços, balbuciou: “Você, Renato, fez uma coisa forte. Cuide bem dela”.

Renato Teixeira passou três anos atrás de quem gravasse “Romaria”, até chegar na soleira da porta de Elis Regina.  José Hamilton conta:

– Renato já tinha antes mandado músicas para Elis Regina, sem retorno. Desta vez, vai pessoalmente, com indicação da agência onde trabalhara e que atuava agora para Elis. A cantora resolver gravar “Romaria” imediatamente. Renato tinha 32 anos. Na voz de Elis Regina a música mostrou força. E algo aconteceu na vida de Renato Teixeira. “Eu ainda trabalhava na agência (de propaganda), fazendo jingles. Desci uma tarde para tomar um café na rua, ia entrando no bar, vi um homem que passava, assobiando. “Uai, ele está assobiando ‘Romaria’. Deu um tremor nas pernas, até esqueci do café.  “Sabe o que é uma pessoa assobiando sua música na rua? É o sucesso, Renato, é o sucesso. ”

– Uma vez coube a Renato “esquentar o público” para Luiz Gonzaga num teatro. Encerrou sua parte com “Romaria” e, quando voltava do palco, esbarrou com ele no corredor. Ouviu, então, do “rei do baião”: “O senhor cantou sua ‘Asa branca’, hein, seu Teixeira? Só tenho um conselho a lhe dar: toda a vez que lhe couber cantar ‘Romaria’, cante com toda energia, como se fosse a primeira vez. E daqui a muitos anos o senhor verá que eu tenho razão. ”

Adendo de WM: Nelson Motta incluiu “Romaria” em seu livro 101 canções que tocaram o Brasil (Estação Brasil – GMT Editores Ltda., Rio de Janeiro, 2016). Outra boa leitura.

Noite de breu
Manoel Guedes de Oliveira,  seu Neném, aposentado do Lóide,  morador do Barro Vermelho há mais de 70 anos (ainda do tempo do Sítio do Doutor Choque e das vacarias), fez um levantamento pelas diversas ruas do bairro e constatou que mais de 30% das luminárias públicas estão apagadas (queimadas). Já faz é tempo.

Tem rua que é um breu só.

Livro
Quem anda pela terrinha, derna de terça-feira, vindo de São Paulo onde vive, é Marcius Cortez. Ontem foi visto pelas esquinas da velha Ribeira. Dia 30, última segunda-feira de outubro, ele autografará, na Livraria Saraiva, do Miduei, o seu livro: Stanley Kubrick: o monstro de coração mole, editado pela Perspectiva, de São Paulo.

Vai ser uma noitada de muitos papos sobre cinema, incluindo o grande diretor biografado.

Viva a Ribeira
Boa notícia.  A Secretaria de Justiça e Cidadania fechou o Centro de Detenção Provisória (CDP) do bairro da Ribeira, que há anos ocupava um lugar inadequado, na praça Capitão José da Penha, a trinta metros do calçada da Igreja do Bom Jesus das Dores.

Os fregueses do SAPS, ao lado, à frente o poeta Milton Siqueira, agradecem. O bairro todo.

Política
Li na coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo:

– O DEM pretende definir até o fim do ano se terá ou não candidato próprio à Presidência da República. Os dirigentes do partido, que apostavam em João Dória, voltaram à estaca zero depois que o prefeito não decolou nas pesquisas.

– Eles consideram que Dória não é carta fora do baralho, mas acham que o prefeito, por enquanto, se perdeu em polêmicas desnecessárias.

Salesiano
O padre Angel Fernandes Artime, espanhol, reitor-mor da Congregação dos Salesianos, chega hoje a Natal para uma visita ao Colégio Salesiano Dom Bosco, localizado em Nova Parnamirim, onde fará a palestra de abertura do Seminário Regional de Educação, que acontece de hoje até amanhã na instituição.

Tema central do seminário: “Educação em tempos de diversidades: tensões, desafios e propostas”.

Música A Rádio Universitária, da UFRN, realiza dia primeiro de novembro, no auditório da Escola de Música, a sétima edição do Festival de Música Potiguar Brasileira. A homenageada deste ano é a cantora Glorinha Oliveira. Bravos!

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