Ricardo Araújo
Editor de Economia
“Não há ganho de renda real para os jovens que estão trabalhando. Havia uma expectativa de desenvolvimento de políticas para essa população, o que não ocorreu nos últimos anos”, destaca o Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE no Rio Grande do Norte, Flávio Queiroz. Ele cita que a falta de incentivo ao primeiro emprego e a abertura do mercado de trabalho para jovens recém-formados transformam o quadro negativamente. Conforme o coordenador da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios no Rio Grande do Norte (PNAD Contínua), Samuel Marques, “as pessoas estão aceitando ganhar menos para não ficar sem trabalho no Estado”.
Com dificuldades de ingressar no mercado de trabalho, o recém-formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Francisco Camargo Alves Filho, decidiu concluir uma especialização na área e ingressar no Mestrado com vistas à carreira acadêmica. “Em geral, existe uma baixa oferta de empregos e uma concorrência muito grande. Na área do Direito, a oferta de pessoal é muito grande. São inúmeros cursos. Existem mais cursos de Direito no Brasil do que no resto do mundo inteiro. Existe muita gente querendo trabalho”, destaca Francisco Camargo Alves Filho. Assim como ele, existem inúmeros colegas de turma desempregados e os concursos para a carreira jurídica estão cada vez mais restritos e o mercado de trabalho formal cobrando experiência e oferecendo salários baixos.