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No RN, jovens sentem dificuldade para ingressar no mercado de trabalho

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Ricardo Araújo
Editor de Economia

Portar um diploma de conclusão de Ensino Médio ou Graduação não é mais uma chave que abre portas para o mercado de trabalho para os jovens no Rio Grande do Norte. Entre 2015 e 2019, analisados os primeiros trimestres de cada ano com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de jovens de 18 a 24 anos fora da força de trabalho saltou dos 158 mil para 168 mil. No mesmo período, enquanto o salário mínimo variou R$ 210, o rendimento médio real dos jovens na faixa etária analisada saiu dos R$ 741 para R$ 831 – diferença de R$ 90 em cinco anos – cerca de 2,3 vezes menos. Na média nacional, no primeiro trimestre deste ano, tal rendimento ficou em R$ 1.186.
De 2015 a 2019, número de jovens fora da força de trabalho saiu de 158 mil para 168 mil, diz IBGE

“Não há ganho de renda real para os jovens que estão trabalhando. Havia uma expectativa de desenvolvimento de políticas para essa população, o que não ocorreu nos últimos anos”, destaca o Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE no Rio Grande do Norte, Flávio Queiroz. Ele cita que a falta de incentivo ao primeiro emprego e a abertura do mercado de trabalho para jovens recém-formados transformam o quadro negativamente. Conforme o coordenador da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios no Rio Grande do Norte (PNAD Contínua), Samuel Marques, “as pessoas estão aceitando ganhar menos para não ficar sem trabalho no Estado”.

Com dificuldades de ingressar no mercado de trabalho, o recém-formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Francisco Camargo Alves Filho, decidiu concluir uma especialização na área e ingressar no Mestrado com vistas à carreira acadêmica. “Em geral, existe uma baixa oferta de empregos e uma concorrência muito grande. Na área do Direito, a oferta de pessoal é muito grande. São inúmeros cursos. Existem mais cursos de Direito no Brasil do que no resto do mundo inteiro. Existe muita gente querendo trabalho”, destaca Francisco Camargo Alves Filho. Assim como ele, existem inúmeros colegas de turma desempregados e os concursos para a carreira jurídica estão cada vez mais restritos e o mercado de trabalho formal cobrando experiência e oferecendo salários baixos.

“Na verdade eu preferi não me inserir nesse mercado por ora, porque se cobra muito de um advogado iniciante e não são todos os escritórios que estão dispostos a criar um ambiente propício para conciliar academia e trabalho”, complementa Camargo Filho. Conforme informações dispostas no portal da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio Grande do Norte (OAB/RN), “em 2015, o governador Robinson Faria sancionou a lei que institui o piso salarial para os advogados em exercício profissional na iniciativa privada. A lei estabelece a remuneração mínima de R$ 1.300 mensais para quem cumpre até 20 horas semanais de trabalho, e de R$ 2.600,00 para aquele advogado cuja jornada é de 40 horas semanais”.

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