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No rumo da incerteza

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Woden Madruga

O assunto dominante em quase todas as prosas, incluindo aí até cochichos que se percebe durante a missa, é a tal da pesquisa eleitoral. Dependendo do instituto, cada pesquisa tem força diferente, conotações, temperos. Há pesquisas para todos os gostos e gastos, principalmente quando elas aparecem com o selo local. Quer dizer: institutos estaduais, municipais, matutos.  As pesquisas estão nas manchetes, constituem o prato do dia dos cardápios floreados e são motes não somente para jornalistas políticos (cronistas e articulistas) mas, também, para os ditos cientistas políticos, quem sabe até para sociólogos, peagadês com muitos pós.
 As duas últimas pesquisas – a do Ibope e do Datafolha – mostrando o cenário político do país faltando menos de duas semanas para a eleição, tem rendido análises e interpretações, que vamos encontrar nos analistas políticos dos jornais impressos e da televisão. Acompanho-os na tentativa de entender o momento político que atravessamos na véspera de uma eleição presidencial que apresenta em três vias: dois candidatos já na reta da chegada e um terceiro com jeito de chegar.

Gostei de ler o artigo de Miriam Leitão, em O Globo, de ontem. Foi escrito no rastro da pesquisa do Ibope, de segunda-feira, e do que disse o cientista político Lúcio Rennó. Atendendo sugestão do Mestre Gaspar, transcrevo alguns trechos do artigo, começando pelo começo:

– O cenário eleitoral permanece indefinido, apesar de estar faltando pouco tempo para o primeiro turno, diz o cientista político Lúcio Rennó, da UnB. “Em 2014, duas semanas antes poucos imaginavam que Marina não estaria no 2º turno”, lembra. Ele acha que a abstenção pode ser alta, e ela acontece mais no eleitorado de menor renda do Norte e Nordeste, por isso o PT precisa ficar atento.  Mesmo assim, ele acha que o mais provável, no momento, é uma disputa entre Bolsonaro e Haddad, como mostrou ontem a pesquisa Ibope.

– Esta eleição, mais do que as anteriores, até pela redução do tempo de campanha, privilegia mais os movimentos abruptos de um contingente muito significativo do eleitorado, na reta final, finalíssima mesmo, nos últimos dois ou três dias.

– Um dos fenômenos aos quais menos se presta atenção, segundo o professor, é a abstenção. Ela costuma ser maior do que a captada nas pesquisas. Nas últimas eleições, o não comparecimento e os brancos e nulos chegaram a quase 30%:

– Ela ocorre principalmente em estados com a renda média familiar per capita baixa. Isso tem correlação alta de voto nos estados com o PT. Esse é outro elemento que nenhuma pesquisa está captando e que numa eleição tão apertada pode dar surpresa na hora da apuração. É difícil prever a abstenção. E não é trivial o efeito. Se sobe mais, com 35% dos votos totais um candidato pode se eleger no 1º turno.

– Esta campanha para os cientistas políticos tem um grau imenso de incertezas. Uma delas é o que acontece com o líder das pesquisas se ele fica em silêncio na reta final, e sendo uma pessoa com declarações tão controversas quando Jair Bolsonaro. Rennó admite que o silêncio e a não exposição em debate podem proteger o candidato do PSL, mas alerta eu este é o momento que é “um pesadelo ds campanhas” porque qualquer palavra errada, ou certa, qualquer fato pode mudar tendência.

– As participações de Bolsonaro nas entrevistas e sabatinas cristalizaram o voto dos que já estavam com ele. O aumento recente nas pesquisas se deve à facada. É besteira dizer que a facada não teve efeito. (Afirmação de Rennó).

– A volatilidade natural  de fim de campanha, que este ano está maior, faz com que outros cenários de segundo turno não estejam descartados, e candidatos como Ciro e Alckmin, e até Marina, podem tornar a disputa mais competitiva. Por enquanto, explica, o que tem se cristalizado é o voto que favorece os dois polos.

Miriam Leitão arremata:

– O cientista político acha que a abstenção e esse eleitorado que pode migrar na última hora para o voto útil são dois imponderáveis, e para os quais as pesquisas não ajudarão muito. ”

Atraso 
Terminando o mês de setembro (restam quatro dias) e faltando dez para as eleições de 7 de outubro o governo do Estado ainda não concluiu o pagamento do 13º salário de 2017. Também não se sabe quando começará o pagamento da folha de setembro. Talvez antes da eleição.

Caravana 

O candidato Carlos Eduardo (PDT) no começo da tarde de hoje atravessa a Ponte de Igapó no rumo de São Gonçalo do Amarante. Faz campanha por lá até a boca da noite.

Literatura 

O escritor Silviano Santiago, mineiro, ganhou o Prêmio Rio de Literatura-2018, na categoria Prosa de Ficção com o seu romance Machado (Companhia das Letras). Vai botar na sua conta bancária 100 mil reais.  Com este mesmo livro, Silviano ganhou ano passado o Prêmio Jabuti.

Na categoria Poesia, a vencedora foi a poeta pernambucana Adelaide Ivánova, que também é fotógrafa, com o livro O Martelo, edição da Garupa Editora.

O Prêmio Rio de Literatura é promovido pela Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro em parceria com a Fundação Cesgranrio.

Feira Literária 
Está acontecendo, desde segunda-feira, 24, na Escola Lápis, a Fliartec (Feira Literária de Arte e Cultura) com a proposta de levar para os seus alunos o universo da literatura através de narrativas e exposições artísticas. 
Homenageia quatro autores potiguares de literatura infanto-juvenil: Louise Fernandes, Marcos Medeiros, Manoel Cavalcante de Souza Castro e Gabriela Barbalho. O evento vai até sexta-feira, 28, das 7 às 12 horas e das 13 às 17. A Escola Lápis de Cor fica na avenida Amintas Barros, 2823, Lagoa Nova.

Cascudo 

Sexta-feira agora, 28 a partir das 10 horas, no auditório do Ministério Público do Rio Grande do Norte, acontece o projeto “Projeto Literatura e Direito”, parceria do MPRN com a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Tema da Mesa: “Cascudo e o Direito”, celebrando os 120 anos do historiador.

Na mesa estarão o poeta Diógenes da Cunha Lima e as netas de Luís da Câmara Cascudo: Daliana e Camila.

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