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No teto?

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Vicente Serejo
Uma clara dualidade marca a avaliação da pesquisa AgoraSei, apesar de ser um retrato bem antes da campanha, o que é sempre colocado, pela própria estatística, com o cuidado da reserva de expectativa: a governadora Fátima Bezerra, neste momento, lidera o voto assumido e, ao mesmo tempo, bate forte na barreira da rejeição com 39%. O que assinala não é definitivo, mas aponta a existência de uma perspectiva: a de ir para o segundo turno e, se for, será uma disputa voto a voto.  
Pelos números, é confortável ter 36% na estimulada, mais de um terço, mas revela também a existência de um universo a ser conquistado se somados os que disputam os votos mais de perto, no caso, o senador Styvenson Valentim e o ex-vice-governador Fábio Dantas. Somados, os dois representam 26,5% do universo votante. E uma dúvida, por suposto: se Valentin será candidato, o que não foi confirmado até agora, mas é, neste recorte estatístico, um voto anti-PT, com certeza. 
Quando nada, há um universo a ser conquistado que só no decorrer da campanha vai ser possível saber se é persistente na sua manifestação contra a reeleição da governadora, e se pode significar, de algum modo, o seu teto. Tudo passa, de certa maneira, pelo desempenho do candidato Fabio Dantas, hoje abaixo de Valentim, mas dentro de uma margem que pode ser considerada na margem de segurança. No quesito não estimulado a diferença hoje pró-Valentim é de apenas 1%.
Há duas projeções possíveis, ainda que sejam traços de um retrato de hoje: a chance real da governadora sustentar seu patamar e até crescer, a exemplo de todos, chegando a 40%, o que significaria uma consolidação ideal. Sua posição é confortável na indagação não estimulada se é real a intenção de voto no seu nome de 21,8%, contra 5.1% de Styvenson Valentim e mais 4.2% de Fábio Dantas, o que projeta, estatisticamente, um empate com os seus principais contendores.
A pergunta que nasce da dualidade e dos pesos contrários entre si, é esta: a governadora bateu no teto e de lá não tem como subir, ou, no calor da luta, o voto rural impulsionado por Lula que no Nordeste se mantém, em média, bem superior a 50%, irá catapultá-la para o alto? A partir de agora, a relevância passa a ser o ritmo de crescimento, estagnação e queda de cada um deles até a data do voto. Por esses números, mesmo muito cedo, pode haver segundo turno e imprevisível.  
É da natureza das lutas majoritárias, principalmente para o governo, a disputa intensa, voto a voto, e a tradição de ser levada a um segundo turno, o que, na pratica, é outra campanha. É uma exceção histórica a derrota de um governador no primeiro turno, como no caso de Robinson Faria, vítima do desgaste pelo atraso de quatro folhas de pessoal, desagradando a milhares de eleitores e suas famílias. Vence aquele que tiver mais votos. É óbvio. Mas, neste momento, a única certeza. 
TUCANOS – O ex-deputado Júnior Souto, presidente do PT, sabe: o PSDB vai para luta dividido. Se a governadora Fátima Bezerra tiver o apoio do deputado Ezequiel Ferreira, terá a grande fatia. 
DIFÍCIL – Os próceres municipais não apostam no apoio do prefeito Álvaro Dias ao candidato Fábio Dantas. Mas asseguram que Dias vai apoiar Rogério Marinho. É no modelo do fogo cruzado.
SILÊNCIO – O prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra, continua num silêncio de pedra quanto ao nome que deve apoiar para o governo do Estado. E pode ser assim sempre. Ou até o segundo turno.

PRESENÇA – O lado Rosado sob o olhar do ex-deputado Carlos Augusto, está convencido de que a eleição de Beto Rosado é estratégica. Sob pena da tradição política da família vir a sucumbir.
PERDA – A candidatura de Rafael Motta ao governo gerou perda substancial à chapa de deputado federal do PSB na soma de votos da sua nominata. Para não correr o risco de ficar sem um eleito.  

BRILHO – Anitta está na capa da Billboard com o título de ‘Visão global de Anitta’, lançada por uma das mais badaladas revistas norte-americanas. Depois da Bossa Nova, é nossa maior estrela.
HISTÓRIA – O editor Abimael Silva lança amanhã, sábado, 9h ao meio dia, no Sebo Vermelho, a segunda edição de Bravos Sertanejos do Seridó, genealogia pesquisada por Paul M. Assis Brasil. 

DANTAS – Assis Brasil conta como chegaram ao Brasil e ao Seridó as famílias portuguesas – os ‘Dantas Corrêa’ e os ‘Ribeiro Dantas’. Um livro raro e esgotado desde 2002 e só agora relançado.   

PESQUISA – É cedo para se ter boa consistência nas pesquisas. Mas mostram que o fenômeno Styvenson Valentim está vivo. Mais: o que fortalece Fátima Bezerra é a grande força de Lula com 57,8%. Bolsonaro tem rejeição de 60,2% no RN. E Carlos Eduardo lidera, mas é o mais rejeitado. 

MODERNOS – Amanhã, às 11h, no Seburubu – Av. Deodoro, de frente ao 294 – o lançamento do ensaio de Alexandre Alves – “Poesia Moderna no RN: primeiro tempo 1925-1930”. Alexandre é hoje o maior estudioso da nossa produção poética. É uma edição da Queima-Bucha, de Mossoró.
DEUS – Comovente a cena dos duzentos colchões, travesseiros e cobertores na nave da Catedral da Sé, São Paulo, para receber os moradores de rua nas noites frias da Paulicéia. No chão, entre as belas arcadas ogivais do seu estilo gótico. É como um abraço de Deus para abrigar os desvalidos.  
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