sexta-feira, 29 de março, 2024
27.1 C
Natal
sexta-feira, 29 de março, 2024

“Nossa articulação é a favor do Brasil e de uma nova visão da política”

- Publicidade -

Bate-papo

Eduardo Campos, Governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB

O jornal Folha de São  Paulo noticiou que o ex-presidente Lula estaria articulando o isolamento do PSB nos estados…

Na verdade o PSB está vivendo outra dinâmica. A nossa dinâmica desde sábado passado mudou [quando foi feita a aliança com a ex-senadora Marina Silva].  Há um fato novo na política brasileira, de grande repercussão, um verdadeiro terremoto. Construímos com a Rede Sustentabilidade [liderada por Maria Silva] uma aliança programática, que vai ser apresentada ao país em torno de uma proposta e uma visão do que é necessário se fazer neste instante. Nós reconhecemos que o Brasil construiu democracia, estabilidade econômica, incluiu muitas pessoas no mercado do trabalho.
O senhor avalia que isso não foi suficiente?

Sabemos que dentro desse Brasil que mudou há um país que quer mais, que está temeroso de perder os avanços que construímos, de perder os postos de trabalho, de ver a ascensão social se reduzir. Isso tudo fez com que nossos partidos, o Rede e o PSB, que vinha por caminhos diversos, mas assemelhados, apresentassem uma porposta que pudesse ser oferecida a um debate nacional. Nós vamos seguir fazendo isso, nossa articulação não é contra quem quer que seja, é a favor do Brasil e de uma nova visão política. Agora nosso desejo é poder simplesmente, sem ferir quem quer que seja, construir uma alternativa consistente, que sabe o que está acontecendo no mundo. Na hora em que os políticos deixam poucas opções a participação do povo é menor. Então nós compreenderemos qualquer reação que qualquer partido venha a ter. Nós não vamos nos focar no debate eleitoral, mas político. E acredito que eles também vão respeitar nosso direito. Nós somos um partido político que tem 60 anos de história. Na eleição de 2010 nós retiramos uma candidatura própria para fechar já no primeiro turno com a presenta Dilma. Então que se compreenda as posições. Acho que vamos ter um belo caminho em 2014.

O projeto do PSB passa pelas candidaturas próprias ao Governo e Senado em estados como o RN?

Nós estamos até o final do ano consolidando um documento de referência da aliança do PSB. Ontem eu tive uma reunião em São Paulo com Marina Silva e combinamos que dia 29 de outubro vamos ter um grande seminário para discutir economia, educação, semiárido, o desafio do Nordeste, etc. E vamos acompnhar o quadro nos estados. Aqui no RN nos sabemos que o povo quer mudar. Quem mora aqui perto, quem vem aqui ou mora longe já sabe que há um enorme desejo de mudança. O PSB quer ajudar essas mudanças ocorrerem. Nós vamos com muita tranquilidade, dialogando com as forças da oposição do nosso campo político para construir as saídas. Claro que a gente fica feliz de ver as pesquisas de opinião que colocam os quadros do PSB de forma destacada nos primeiros lugares para todos os cargos majoritários que a gente simula. Mas nós não queremos fazer a política isolada, só o PSB. Queremos fazer isso compartilhando com as forças políticas com as quais temos muito respeito, com a sociedade. Vamos fazer o debate com tranquilidade e tenho confiança que aqui vai se encontrar um arranjo.

O afastamento do PT e PSB é recomendado também para os estados?

Não. Nós temos uma relação em muitos estados do PSB com o PT. Por exemplo, no Recife, nós disputadmos as eleiçõe com o PT e o PT governa conosco a cidade do Recife, está lá no nosso governo. No Estado eu disputei a eleição em 2006 com o PT e o PT está no meu Governo até o dia de hoje. Eu tenho situações aonde isso não acontece. Na Paraíba, o Ricardo Coutinho, nosso companheiro do PSB, foi fundador do PT, mas lá o PT não está com ele. Ou seja, nós temos situações dessa natureza. O fato é que nós precisamos nesse momento juntar as boas ideias, para que essas boas ideias juntem as boas pessoas que estão espalhadas em muitos partidos, para que possamos fazer coisa boa pelo Brasil. Para que as coisas boas que os outros fizeram no Brasil não sejam jogadas fora. Nós não podemos jogar fora o que construímos e para isso é preciso ter coragem de afirmar uma coisa que todo mundo sabe: ou a gente melhora a política no Brasil ou a gente não melhora o Brasil.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas