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Notas do meu ofício

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Valério Mesquita – escritor

Li na imprensa que a bancada federal do Partido Socialista Brasileiro está insatisfeita com o presidente Lula. A aguerrida agremiação não ganhou um ministério para brincar de gastar o dinheiro público. Para compensar os descontentes, a saída metalúrgica do torneiro mecânico que nos governa foi criar a Secretaria dos Portos, à nível de ministério, para colocar um político socialista. O povo brasileiro merece o governo que tem. No censo estatístico que o IBGE empreende este ano, inúmeros agentes já estão designados para contar quantos ministérios existem hoje na esplanada em Brasília.

02) Outra jóia de notícia publicada nos jornais se refere a inauguração das obras de melhoria do estádio Machadão no dia 13 de maio. O presidente Luís Inácio, à convite, virá novamente a Natal trazendo à tira-colo o governador do Rio de Janeiro Sr. Sérgio Cabral para assistir a partida Vasco e América e possivelmente a glória de testemunharem o milésimo gol de Romário. Lula e Cabral são vascaínos doentes. Só o dinheiro das despesas dessa viagem pífia é do tesouro nacional. Enquanto isso, lá no Rio, os cariocas já assistiram a milésima morte por balas perdidas.

03) Dando continuidade a onda de violência que assola o país, a Cosern anunciou nova majoração  nos índices  de consumo de energia elétrica aos usuários do Rio Grande do Norte. O fato é que ninguém explica a razão desse aumento. Na esteira da criminalidade contra a economia popular outros virão: o da água, o do telefone residencial e tudo que se refira a cadeia alimentar começando pela Ceasa.

04) Conheci o ex-prefeito de Patu João Pereira de Araújo no governo do seu primo Cortez Pereira. Foi a maior liderança popular do município. Agricultor, homem apegado as suas raízes, caracterizava-se pela franqueza rude por ser de poucas letras. Certa vez, pediu uma audiência ao monsenhor Walfredo Gurgel para reivindicar a construção de um pontilhão. O governador procurou atenuar o pedido, parecendo a João que não estava propenso a atender. Ai o prefeito patuense apelou para a sua proverbial firmeza: “Governador, é pouca coisa. Em “menos de merda” eu faço o serviço”. Na linguagem matutês do sertão quer dizer: “em pouco tempo”. Aí o monsenhor, que havia sido professor de português no ginásio de Caicó, compreendendo o significado da expressão, ponderou: “Eu entendo João, mas desconheço esse advérbio”.

05) Nessa época, o Projeto Rondon que levava estudantes brasileiros aos mais distantes regiões, visitou Patu para cumprir os seus objetivos. Entre várias atividades sociais e comunitárias, duas estudantes gaúchas resolveram entrevistar os habitantes sobre o divórcio, assunto que se discutia no Congresso Nacional. O primeiro a ser ouvido foi o prefeito João Pereira. Quando escutou a pergunta divórcio, respondeu com outra: “O que é divórcio, meninas?”. Explicando que era a dissolução do casamento, etc., etc., o prefeito católico juramentado, saiu-se com essa curiosa mais positiva opinião: “Não sou contra nem a favor e muito pelo contrário, em questão de coisa e tal, além do mais é isso mesmo”.

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