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Nova Direita?

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Vicente Serejo
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O que chamam hoje, no Brasil, de ‘a nova direita’, é tão velha, em métodos, quanto aquela nova esquerda que pareceu conquistar grandes contingentes ao longo dos seus quatro mandatos presidenciais do PT. Inovou ao criar o sindicalismo de base partidária, ao contrário do peleguismo de Getúlio Vargas, mas na trajetória deixou-se fascinar pela força. Trocou seu programa político por um projeto de poder e acabou caindo cercado de acusações e condenações por todos os lados.
Imaginaram os seus ideólogos que, no rastro do desastre político – o maior da história contemporânea – daria apenas no governo anódino de Michel Temer, também sob o duro crivo das suspeições. Veio a reação dos setores conservadores, retomando, como sempre, a retórica da moralidade, fruto do repúdio coletivo, e na sua forte onda levou Jair Bolsonaro ao poder na mesma aspiração de base populista que levara Lula ao Planalto como um líder nascido do povo.
A rigor, para quem conhece a história política do Brasil, nada é novo. Ou, tão velho que não tenha suas raízes em algum lugar do passado. Ao tomar posse como presidente, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, marxista da escola de Florestan Fernandes, na Universidade de S. Paulo, apelou para o país abrir os olhos na direção da modernidade política encerrando o governo populista de Getúlio Vargas e refundando a vida republicana que levasse o Brasil à justiça social.

Não é justo alegar que, no poder supremo, o marxista renegou o que escrevera. Só apelou para que afastassem suas ideias pessoais. E o fez como teórico da sociologia política, não como alguém que chegara ali para conduzir uma nação com todos os matizes ideológicos, marcada pelo mesmo atraso de quando, às calmas margens do Ipiranga, Dom Pedro I deu o grito patético da independência e, anos depois, um marechal enlouquecido de patriotismo proclamou a República.

O que não há no Governo Bolsonaro e havia no Governo Lula? Quem olhar com isenção, ambos tocam um modelo populista. Do populismo de um novo e melhor bolsa-família, aos títulos de terra e de casas, antes vermelhas e hoje verde-e-amarelas. A nova direita, é claro, não é nova. Buscará a consagração populista como fez a nova esquerda. De iguais passados, apojados no velho assistencialismo, agora mitigado pela fraude enganosa e mágica de um tal neoliberalismo. 

Um país de profundas desigualdades sociais não se moderniza gastando mais com armas do que com aulas. Substituindo polícias por milícias. Congelando de forma generalizada e injusta salários miseráveis como se todos devessem pagar pelos privilégios de poucos. Quem enfrentou, de fato, a fome dos bancos, evitou a inquietação social que afasta os investimentos nacionais e estrangeiros? Temos é um país farto de esmolas e não de empregos. Nova direita? Pois, sim!

GROGUE – Desde que saiu a notícia da saída da Petrobras do Rio Grande do Norte que a bancada federal cambaleia grogue e sem rumo no ringue de Brasília. Levou um direto no queixo. 

AINDA –  Não será desta vez que a política local ficará livre dos jogos familiares e de compadrio, mesmo depois de uma derrota acachapante nas urnas de 2018. A teimosia pode ter um preço alto. 

ELEIÇÃO – Dia 11, das 15 às 17h, a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras elege um novo acadêmico. Disputam o advogado Armando Holanda e o teatrólogo e romancista Racine Santos.

LIVRO – O novo livro de Antônio Melo – ‘Diário das Folhas Mortas: certas mentiras precisam continuar para que verdades verdadeiras permaneçam mentirosas’ vai ser lançado também aqui.

OPÇÕES – Na Amazon, por enquanto, será mantida a edição virtual, mas terá a edição especial, em papel, a ser impressa e lançada em Natal. Circula até final da segunda quinzena de setembro.

CRIADOR – O doutor Miguel Nicolelis tem um novo livro na praça: “O Cérebro como criador de tudo”. Já está na prateleira das principais livrarias do Brasil e no catálogo virtual da Amazon.

SAFRA – Dos cajueiros do Piauí começam a chegar às quitandas de Natal os cajus sumarentos e carnudos. É como se inaugurassem, com as mangueiras em flor, o verão que vem com setembro. 

TIPO – De Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, provocado para dizer como é um jornalista de verdade: “Não sei. Só sei que os bonzinhos sempre fracassam”. E puxou um trago.

JOGO – De um deputado intrigante e sussurrante sobre reuniões da AL, ainda sem data para o retorno: “Ninguém sabe se as sessões presenciais voltam logo ou só quando o governo garantir os 15 votos para aprovar sua reforma da previdência”. E acrescentou: “Se for assim, pode demorar”.

ELOGIO – Marcelo Navarro, ministro do STJ, recebeu um elogio consagrador pela tradução do último livro de Andrea Camilleri – Riccardino – originalmente publicado em italiano. A tradução de Navarro, inédita no Brasil, é o tema do artigo mais recente do escritor José Paulo Cavalcanti.

LUTA – São pessimistas as notícias que chegam de Mossoró e que avaliam a possibilidade de uma aliança unindo as forças de Allysson Bezerra e Cláudia Regina. Ele, teria o sonho de vencer a estrutura tradicional e dominante de poder. Ela, a obsessão pessoal de derrotar Rosalba Ciarlini.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.




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