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Nova draga chega a Natal domingo

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Ciro Marques – Repórter

Com alguns furos no casco e sem nenhuma estimativa de quando será retirada da situação de encalhe que completa hoje 12 dias, o navio-draga La Belle está oficialmente fora da obra de dragagem do canal de acesso e da bacia de evolução do Porto de Natal. Como medida para não atrasar a obra, a empresa Bandeirantes Construções e Dragagens, responsável pela embarcação, decidiu antecipar a chegada de outro navio-draga, o americano Reem Island, que deve aportar na capital do Estado já na madrugada deste domingo. Inicialmente, a vinda dele estaria marcada apenas para o final do mês.

“Reorganizamos o cronograma da obra para não atrasá-la. Com isso, ainda podemos garantir que a dragagem no Rio Potengi deve ser concluída até o final do ano”, afirmou o diretor geral da empresa Bandeirantes, Ricardo Sudahia. No novo cronograma, a Reem Island ficará uma semana em processo de nacionalização após chegar a Natal. Ao ser legalizada, ela começará o trabalho de dragagem do rio não necessariamente de onde La Belle parou, mas sim fazendo um serviço que já pode ser inicializado, de aprofundamento do canal.

“A Reem Island é uma draga bem maior que La Belle e pode fazer todo o serviço de aprofundamento em cerca de dois meses”, afirmou o diretor. No entanto, o trabalho de alargamento do canal, que estava sendo desempenhado pelo La Belle, será continuado por outra draga, que também teve a chegada a Natal antecipada: a Mercey. “É uma draga diferente do La Belle e da Reem Island, que usam a sucção para retirar a areia do fundo do rio. A Mercey tem escavadeiras que servem para a remoção de pedras e, por ser menor que a Reem Island, poderá continuar o trabalho feito pelo La Belle nas regiões mais rasas do canal”, explicou  Sudahia. A Mercey deve chegar a Natal no dia 10 de setembro e ficará em atividade junto à Reem Island no rio Potengi.

Com essas mudanças no cronograma da obra, a expectativa da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) é que a data de conclusão da obra não seja alterada. “Ainda esperamos que a obra seja concluída no final do ano. Não foi feito também nenhuma alteração no projeto, que é o aprofundamento de 10 metros para 12,5 metros do canal do rio Potengi. O valor da obra também continua orçado em R$ 36 milhões”, garantiu o diretor-presidente da Codern, Emerson Fernandes.

No projeto, deve-se, novamente, quebrar parte da pedra da Baixinha e da Bicuda – uma do lado esquerdo e outra do lado direito de quem passa pelo canal em direção à Redinha. No entanto, para retirar apenas mais 2,5 metros das duas pedras é um trabalho bem mais árduo que foi o aprofundamento do canal, realizado há sete anos. “Já retiramos o triplo de quantidade de pedras que foram retiradas há sete anos, quando se aprofundou 10 metros o canal. Isso porque, quanto mais fundo, mais extensa são as pedras”, afirmou Sudahia.

O diretor geral da Bandeirantes, inclusive, lembrou da dificuldade que é trabalhar nas águas de Natal devido a essas duas pedras. “É uma operação difícil. Essa região é uma das mais complicadas do Brasil”, declarou Marcelo Sudahia. Para o diretor-presidente da Codern, apesar dos problemas naturais da região, o Porto de Natal tem a área bem sinalizada. “Ali há uma boa estrutura para a navegação”, garantiu Fernandes. 

Futuro da embarcação é incerto

Se a obra no canal do rio Potengi continua com o futuro garantido devido à chegada das duas outras dragas, o do La Belle não é igual. Ainda encalhada na pedra da Baixinha, a embarcação, avaliada em 3 milhões de dólares, já apresenta avarias no casco. Uma nova tentativa de retirada, inclusive, ainda não tem data para acontecer, apesar da empresa garantir que ela sairá da barra da Redinha e não terá o mesmo destino da corveta Forte de Coimbra, que só saiu do encalhe desmontada. “Ela não nasceu ali e vai sair dali um dia, mas vamos fazer tudo, da forma mais consciente possível, para não haver riscos para a tripulação nem para o meio-ambiente”, declarou o diretor geral da Bandeirantes, Ricardo Sudahia.

Sobre como será feita a próxima tentativa de retirada e quando isso ocorrerá, a Bandeirantes, no entanto, não faz promessas. “A embarcação está em uma situação em que não será mais avariada. Por isso, agora, esperaremos o melhor momento para fazer uma nova tentativa. Não adianta chegar um super rebocador e puxá-la de qualquer forma, porque isso poderia causar ainda mais danos e ela, provavelmente, afundaria”, explicou Sudahia. Uma maré alta como a vista no início da semana, acima de dois metros, deve ocorrer só no final do mês.

Embarcação La Belle não pode ser mais avariada, segundo a Bandeirantes, porque nela já foram colocados milhares de litros de água. Dessa forma, a embarcação fica “sentada” sobre a pedra da Baixinha e, sem balançar, não se choca contra o fundo do canal. “Foi quando retiramos o óleo, que ela ficou bastante leve, que mais houve danos. Porque não sabemos direito como é o fundo do canal e se ela não ficar firme, pode balançar e acaba se chocando nas pedras, resultando em avarias”, explicou o diretor geral.

Para a nova tentativa de desencalhe, La Belle terá que passar por um trabalho de reparo do casco e preenchimento com ar-comprimido, para que possa flutuar e ser retirada de forma mais fácil. Quando isso ocorrer, a draga será levada direto para o Porto de Natal, onde passará por uma avaliação e uma recuperação. “Vamos ver se ela vai para outro lugar fazer os reparos ou se serão feitos aqui. Mas, em Natal, ela não deve voltar a trabalhar”.

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