Uma tentativa de fuga quase acabou de forma trágica para detentos do Presídio Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. No início da manhã de ontem, a estrutura de um túnel cavado pelos presos cedeu e o desaparecimento de dois deles fortaleceu a cogitação de soterramento. Os dois homens foram encontrados horas depois escondidos no terreno da penitenciária. Ocorrências dessa natureza tornaram-se constantes e para coordenador, o Sistema Penitenciário está em colapso.
Segundo o diretor da unidade, Wellington Marques, eram 5h30 da manhã de ontem, quando os agentes iriam abrir as celas para o banho de sol e perceberam um movimento. “Eles se apressaram para sair do buraco e voltar às celas. Imagino que tenha sido nesse momento que houve um desabamento”, disse.
A direção realizou uma contagem e foi constatada a ausência de dois detentos. Dada às circunstâncias, foi cogitado que eles estariam soterrados no túnel. Luciano Bezerra da Costa, 37 anos, e Rosiel Luiz da Silva, 35, estavam desparecidos e só foram encontrados no final da manhã.
Os dois estavam próximo a fossas descobertas em um ponto do extenso terreno do presídio de Alcaçuz. Cobertos de areia, eles só foram encontrados após uma segunda busca dos agentes penitenciários.
Estima-se que 30 pessoas iriam fugir da unidade. Nove celas da Ala A do pavilhão 3 estavam com os cadeados quebrados e todos se encaminhavam para a cela 11, onde tinha início o túnel.
O plano de fuga dos detentos, porém, teve erros de cálculo. O túnel acabava a dois metros do muro, o que impossibilitou o alcance da liberdade por parte dos detentos. As dimensões do túnel escavado chamou a atenção das autoridades da guarda carcerária. O buraco possuía doze metros de profundidade e quase vinte de comprimento.