Michel Escanhola (Guarujá) Mais do que esquentar a briga entre os sedãs, a sexta geração do Nissan Sentra chega com o propósito de mostrar que a montadora japonesa não fabrica apenas picapes ou modelos off-road. Produzido no México, o veículo foi apresentado nesta terça-feira (13), no Guarujá, Litoral Paulista, e começa a ser comercializado no mercado brasileiro a partir do dia 23. Disponível em três versões de acabamento e duas opções de câmbio, o Sentra tem preço sugerido a partir de R$ 58.500.
Da edição passada do modelo nada sobrou. Tudo é novo na nova geração, que já chega como modelo 2008. Construída a partir da plataforma C, concebida pela aliança Renault-Nissan – a mesma usada pelos Renault Scénic e Mégane – a novidade não esconde certa influência do cupê esportivo 350Z, principalmente graças ao conjunto ótico. Na traseira, os destaques são as lanternas translúcidas, que lembram muito as do Ford Fusion, e a linha do porta-malas, mais alta que o habitual. Lançado mundialmente no Salão de Detroit (EUA) passado, o Sentra 2008 chega ao mercado nacional seis meses depois de ter sido apresentado no Canadá, Estados Unidos e México. O modelo fez sua primeira aparição no Brasil em outubro de 2006, durante o Salão do Automóvel de São Paulo.
Dotado de um motor 2.0 16V, em alumínio, de 142 cv, o sedã é o primeiro modelo da Nissan a contar com 3 anos de garantia. Outra novidade é a transmissão automática continuamente variável, o câmbio Xtronic CVT com função overdrive. Esse item está disponível em todas as versões, mas custa R$ 5 mil a mais que o câmbio manual de seis marchas, o que faz o Sentra automático mais acessível custar R$ 63.500.
A Nissan garante que, independentemente da versão, o modelo é bem equipado, uma vez que as diferenças entre as configurações 2.0, 2.0S e 2.0 SL são o nível de acabamento, rodas de liga leve e equipamentos como o sistema de som. Por falar nisso, todas as versões contam com entrada auxiliar para tocador Apple i-Pod e MP3.
Por dentro, a primeira impressão que se tem do carro é que ele parece ser maior do que realmente é. Mesmo assim, os ocupantes do veículo têm tudo à mão. Desde os comandos do painel aos porta-objetos, todos os componentes internos estão bem localizados.
Durante o test-drive de 180 quilômetros entre o município de Guarujá e Maresias (distrito de São Sebastião, no Litoral Norte Paulista), o Sentra mostrou muita disposição. O trajeto de ida foi realizado com a versão SL (topo de linha), equipado com transmissão automática e teto solar. Nessa configuração o valor do sedã sobe para R$ 81.700.
Mesmo disponibilizando 90% do torque máximo de 20,3 kgfm já a 2.400 rpm, o consumo de combustível fica mais regular com o câmbio CVT. As acelerações são uniformes, o que impede que o veículo dê trancos. O modelo responde prontamente aos comandos do acelerador e nas curvas tem boa estabilidade. No entanto, o ruído interno na versão com câmbio automático é maior que no mecânico. Além do preço, outro ponto favorável à transmissão de seis marchas é o desempenho, principalmente nas retomadas, embora a caixa CVT ofereça mais conforto.
O comportamento do Sentra com câmbio mecânico lembra muito o do seu “primo distante” Renault Mégane. Apesar de ambos contarem com transmissão de seis marchas, o diretor de Vendas, Marketing e Planejamento de produto da Nissan Mercosul, Nélio Bilate, afirma que os equipamentos são distintos. A concorrência é pesada, (Renault Mégane, Chevrolet Vectra, Toyota Corolla e Honda Civic) e os investimentos da Nissan também. A montadora japonesa tem planos de investir US$ 150 milhões até 2009, quando pretende comercializar 40 mil veículos por mês no Brasil.
