Durou pouco a suposta maioria que a Mobilização Democrática (MD) teria na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. Domingo passado, com a criação do partido – resultado da junção do PPS, PHS e PMN – o que poderia ser uma bancada composta por Robinson Farias, Antônio Jácome, Ezequiel Ferreira, Raimundo Fernandes, Ricardo Motta (todos do PMN); Wober Júnior (PPS); e Arlindo Dantas (PHS); deve contar apenas com os dois representantes.
Um dos sinais disso é que nenhum deputado potiguar do PMN participou do congresso extraordinário realizado em Brasília e que consumou a junção e o nascimento da Mobilização Democrática. A única novidade – segundo Wober Júnior – é que o deputado eleito Arlindo Dantas (PHS), deve permanecer no novo partido. Arlindo havia descartado a possibilidade de ficar no MD alegando que isso traria problemas políticos na sua base eleitoral, São José de Mipibu.
Wober Júnior foi ao congresso extraordinário que criou a MD e disse que vai continuar lutando para manter todos os deputados que fazem parte do PHS, PMN e PPS no Estado. Ele explicou que com a criação, automaticamente todos os que pertencem a esses partidos passam a ser da MD. O problema é até quando. Wober Júnior sabe das dificuldades que existem para a permanência de todos mas disse que mesmo assim conversará com os deputados do PMN na tentativa de convence-los a permanecer na MD.
O deputado Robinson Faria considerado principal figura desse processo, deve mesmo sair da MD porque nacionalmente o partido fará oposição ao presidente Luís Inácio Lula da Silva. Robinson já avisou que seu futuro partido tem de ser governista em âmbito estadual e nacional. Em silêncio permanecem Ezequiel Ferreira de Souza e Raimundo Fernandes. Mais calados ainda está Ricardo Motta, que rompeu com o governo durante a eleição e agora vive o dilema de permanecer ou não na oposição.
Já o vice-governador Antônio Jácome sinalizou ontem, através de nota oficial em que defende o desarmamento como fator inibidor da violência, que irá para o PMDB. “Nos próximos dias, Jácome deverá divulgar nova filiação partidária, provavelmente vindo a integrar os quadros do PMDB, partido pelo qual iniciou sua militância política, tendo sido eleito vereador e primeiro deputado estadual evangélico do RN”, diz a nota, divulgada pela assessoria do vice-governador.
O deputado Wober Júnior descreveu o congresso extraordinário que criou a Mobilização Democrática como espetacular. “Somos o 6º partido do pais”, comemorou, referindo-se ao fato da MD já nascer como 6ª bancada na Câmara Federal. Ele esclareceu que a nova legenda terá um posicionamento de centro/esquerda. No Estado, a MD fará parte da base da governadora Wilma. Nacionalmente a legenda não apoiará o governo Lula mas manterá o diálogo aberto. O presidente nacional da legenda será o deputado Roberto Freire.
No Rio Grande do Norte, segundo Wober Júnior, o partido começará a ser organizar e irá atrás do fortalecimento necessário para enfrentar a eleição municipal de 2008. O número da MD é 33. Sua composição atual é de 22 deputados federais (22 eleitos pelo PPS, três pelo PMN e dois pelo PHS); um senador; um governador; três vice-governadores (TO e MA, pelo PPS, e AM pelo PMN); 81 deputados estaduais (42 eleitos pelo PPS, 32 pelo PMN e sete pelo PHS); 367 prefeitos (307 do PPS, 31 do PMN, e 29 do PHS); e cerca de 4 mil vereadores. Essa composição garante à MD o mesmo tempo de TV que os outros grandes partidos, cerca de 20 minutos semestrais e mais 40 minutos de inserções nos intervalos comerciais.
