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Novo PIB faz país “crescer” mais com Lula

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CRESCIMENTO - Serviços ganham peso e indústria perde no novo PIB  que o IBGE deverá divulgar na próxima semanaRio – A participação do setor de serviços no Produto Interno Bruto  (PIB) foi ampliada em cerca de 10 pontos porcentuais com a nova metodologia  do PIB, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE). Essa variação ocorre em todos os anos entre 2000 e 2005 na comparação  entre a série antiga e a série nova do PIB. No dado mais recente, de 2005, os  serviços respondiam por 54,1% do PIB e passaram para 64%. Já a indústria teve  sua participação reduzida de 37,9% para 30,3% do PIB e a agropecuária teve queda  de 8% para 5,6%.  O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, explicou que parte do aumento em serviços  se deve ao crescimento de segmentos do setor, como serviços de informação. Outra  parcela reflete à passagem de alguns segmentos que eram contados como industriais  para serviços. Isso ocorreu, principalmente, por causa do fenômeno da terceirização. 

Nunes explicou que o investimento em valores avançou, mas caiu como proporção  do PIB com a divulgação da nova metodologia. “O PIB é bem maior do que estimávamos  anteriormente. Então como proporção do PIB, o investimento caiu porque não cresceu  tanto quanto o PIB”, afirmou.  Outro motivo dado por ele para a queda do investimento é que o setor de construção  civil “tem uma magnitude menor do que estimávamos antes”. A construção civil,  que na série antiga do PIB, em 2005, respondia por 6,9% da economia em geral,  diminuiu essa participação para 5,2% no mesmo ano, pela nova série.  

Nunes observou que o outro componente do conceito de investimentos como formação  bruta de capital fixo (FBCF), o setor de máquinas e equipamentos, aumentou a  sua participação no PIB com a nova metodologia. No entanto, o IBGE, ainda não  divulgou a expansão específica do setor de máquina e equipamentos.  Segundo o presidente do IBGE, a participação do setor informal na economia subiu  e esse é um dos elementos que explicam o avanço do PIB em relação ao cálculo  anterior. O setor informal correspondia a cerca de 8% do PIB na série antiga  e agora ocupa aproximadamente 10% do PIB. 

A participação de diversos setores na economia foi alterada. Dentro da indústria,  o segmento de extrativa mineral, formado basicamente pelos setores de petróleo  e gás e mineração, teve sua participação no PIB reduzida, de 4,6% para 2,6%,  no dado mais recente, que é de 2005.  Já a indústria de transformação encolheu de 23% para 18,4%.

A produção e distribuição  de eletricidade, gás e água, que é contabilizada pelo IBGE no setor de indústria,  aumentou sua participação de 3,4% para 4,2%. A construção civil teve sua parcela  reduzida de 6,9% para 5,2%. No setor de serviços, o comércio elevou sua participação  de 7,2% para 10,7%. O segmento de transportes, armazenagem e correio, ampliou  sua fatia no PIB de 1,9 para 4,9%.  Os serviços de informação tiveram a sua participação elevada de 2,9% para 4,2%. 

PIB revisado de 2006 pode  chegar a 3,5%

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avalia que, com a  nova metodologia do IBGE para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), a expansão  da economia brasileira deve ter ficado num intervalo de 3% a 3,5% no ano passado  (acima da taxa oficialmente divulgada no final de fevereiro, de 2,9%).

Na próxima semana, será  divulgado o PIB de 2006, revisado a partir da nova metodologia e que será então  o índice oficial para as estatísticas.  “Como estamos vendo nos anos anteriores, as revisões ficaram, em média, 0,50  ponto porcentual acima dos números anteriores. Por este motivo, acredito que  o PIB do ano passado fique próximo a 3,5%”, afirmou o ministro, durante entrevista  à imprensa concedida ontem após participar do Forum Panrotas, em São Paulo. 

De acordo com Mantega, o governo já havia percebido que alguns indicadores,  como o de desemprego e de massa salarial, vinham crescendo, mas que o PIB continuava  modesto. Por isso, ele considerou a revisão atual “muito significativa”.  “A pesquisa está mais precisa e reflete mais a realidade. Para a nossa satisfação,  2003, que foi o ano mais modesto, cresceu 1,1% em vez de 0,5% verificado anteriormente”,  afirmou. O ministro disse que cogita revisar sua projeção para o PIB deste ano,  mas que antes terá de se debruçar sobre os novos números. “De qualquer forma,  atingir 4,5% ou 5% de crescimento é mais fácil”, disse ele, acrescentando que  ajustará os resultados porque a economia brasileira vem crescendo mais do que  o visto inicialmente. 

Em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mantega afirmou que,  com o ministro Walfrido Mares Guia assumindo o Ministério de Relações Institucionais,  as alianças formadas levarão à aprovação do projeto. “Percebemos com os novos  números do PIB que é ainda mais necessário fazer investimento em infra-estrutura  porque o crescimento da economia está mais robusto”, disse.  Investimento  Mantega esclareceu que ainda não teve acesso aos novos dados de Formação Bruta  de Capital Fixo (FBCF) divulgados hoje pelo IBGE. Ele fez a afirmação após ter  informado estar “muito satisfeito” com os dados do PIB revistos pela nova metodologia  do IBGE. A FBCF refere-se aos acréscimos ao estoque de capital fixo realizados  a cada ano, visando ao aumento da capacidade produtiva do país.  Os números de FBCF, ao contrário dos do PIB, quando revisados mostraram taxas  inferiores às verificadas no levantamento anterior.

Governo comemora a revisão do  PIB de 2,3% para 2,9%

Brasília – O ministro Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão)  afirmou que a revisão dos números do PIB dos últimos cinco anos, mostrando  que o desempenho da economia foi melhor nesse período do que vinha sendo divulgado,  “mostram que a economia brasileira, na prática, é quase 11% maior do que vinha  sendo calculado”. O ministro fez a afirmação ao sair de uma audiência com o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao qual apresentou os dados revisados,  entre eles a informação de que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia  e Estatística), a economia em 2005 cresceu 2,9%, e não os 2,3% divulgados.

Bernardo contou que Lula ficou “muito satisfeito”, mas isso não muda, segundo  o ministro, o discurso governista: “Vamos continuar fazendo esforço para melhorar  esse quadro. Achamos que os indicadores divulgados são muito positivos. Primeiro,  porque houve nos últimos quatro anos, no governo Lula, um crescimento da economia  maior do que foi divulgado. Segundo, temos indicadores mais positivos sobre  o que aconteceu com a carga tributária, com a dívida, com o déficit nominal,  que era de 3,3%, mas, na verdade, se mostrou ser 3% do PIB.”

O ministro afirmou que, de acordo com palavras do presidente Lula, esses resultados  devem continuar estimulando o governo “a melhorar ainda mais”. “Temos de buscar  um crescimento sustentável”, disse Bernardo. Questionado se os dados considerados  positivos mudam a meta de crescimento da economia do País, o ministro respondeu:  “A nossa projeção está no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Queremos  crescer 4,5% este ano e 5% nos próximos anos e vamos manter o crescimento sustentável.”

Revisão é ajuste e não muda perspectiva

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,  Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que a revisão dos dados do PIB e de investimento,  divulgada pelo IBGE, é apenas um ajuste que não muda o ânimo e a perspectiva  atual. Segundo o ministro, o governo está olhando para a frente. Ele afirmou  que as vendas no varejo vão bem, a produção no setor automobilístico está batendo  recordes, o setor de máquinas e equipamentos tem tido recuperação positiva,  além da expectativa de uma safra agrícola recorde. “A nossa função no ministério  é olhar para a frente”, disse.

Ao ser questionado se a revisão para baixo da taxa de formação bruta de capital  não aumentaria os desafios do governo para atingir 25% do PIB em investimentos,  Furlan respondeu que só o setor da construção civil deve agregar 2,7% do PIB  nos próximos anos. “O que precisamos hoje é colocar as sandálias da humildade,  aprovar o PAC e fazer com que as vaidades pessoais fiquem em segundo plano”,  disse o ministro em relação às votações no Congresso. Para ele, enquanto continuarem  as discussões sobre emendas, haverá insegurança e o investidor continuará aguardando.

“Nessa necessária discussão é preciso pensar que o tempo é muito valioso. E  que temos que entrar no segundo semestre com o pé no acelerador”, afirmou o  ministro, que participou da solenidade de posse da diretoria da Associação Nacional  das Empresas Concessionárias dos Aeroportos Brasileiros (Ancab), na sede da  CNI, em Brasília.

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