O novo salário mínimo, em vigor desde o dia 1º deste mês, deverá acrescentar cerca de R$ 395,4 milhões à economia do Rio Grande do Norte a partir de maio. Os cálculos, feitos pela representação estadual do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-Econômicos (Dieese RN), também apontam que o novo valor da remuneração – que passou de R$ 350 para R$ 380 – vai gerar em torno de R$ 9,6 milhões em impostos.
Baseando-se em dados Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, o Dieese estima que cerca de um milhão de pessoas têm sua remuneração ligada ao salário mínimo no RN. São beneficiários da Previdência Social, empregados formais, trabalhadores informais e domésticos. De acordo com a entidade, a maior parte deste dinheiro estará na mão de aposentados e pensionistas, que são mais de 425 mil e 41% do total de pessoas que recebem até um salário mínimo no estado.
O reajuste foi de 8,57%. Esse percentual representa ganho real estimado em 5,25%, descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período de 12 meses até março, cuja taxa ainda não foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o supervisor técnico do Dieese RN, Melquisedec Moreira, como as pessoas que ganham até um salário mínimo – ou têm seus vencimentos baseados nele – não costumam poupar, este incremento deverá transformar-se diretamente em consumo. Assim, o aumento traz consigo o crescimento da arrecadação: a estimativa é que sejam acrescidos R$ 9,6 milhões em impostos.
O Nordeste é a região onde o impacto do novo valor do mínimo deverá ser sentido com maior intensidade. Isso porque 61% dos trabalhadores nordestinos ganham até um salário mínimo, percentual bem maior do que as demais regiões, nas quais esta categoria de empregado não passa dos 40%. No Brasil, a média da quantidade de pessoas que sobrevive com esta remuneração é 34,9%.
Em todo o país, o aumento de R$ 30 no valor do salário mínimo vai trazer uma renda extra de quase R$ 1,3 bilhão por mês na economia a partir de maio. Em um ano, o incremento chega a R$ 16,8 bilhões, de acordo com estimativas do Dieese nacional.
Desde o primeiro ano do governo Lula (2003), quando o mínimo era de R$ 200, o ganho real acumulado até hoje chega a 31,9%.
34,9% É a média da quantidade de pessoas que sobrevive com esta remuneração no Brasil
R$ 30 é o aumento do valor do salário mínimo que vai trazer uma renda extra de quase R$ 1,3 bilhão na economia
