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Novos contextos para antigos retratos

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O passado é exposto, revisitado e ganha novos contornos em “Fingimento das Palavras”, exposição que está aberta no Instituto Histórico e Geográfico do RN, Cidade Alta, como parte da programação cultural que movimenta o espaço após sua recente reabertura. A jornalista Ângela Almeida, autora da mostra, volta ao tema histórico – um trabalho sobre fotos antigas potiguares e pernambucanas – para dar outro tratamento às suas narrativas originais.

As fotografias do Século XIX ganham colagens de outros tempos e uma escrita ficcional que apresenta novas histórias para as cenas retratadas

As fotografias do Século XIX ganham colagens de outros tempos e uma
escrita ficcional que apresenta novas histórias para as cenas retratadas

“Fingimento das Palavras” apresenta uma seleção de fotografias antigas, datadas de fins do século XIX e começo do XX, oriundas de Pernambuco e Rio Grande do Norte – principalmente Ceará-Mirim. São imagens de personagens da elite da época, todas feitas por fotógrafos de Recife. Ângela resolveu fazer pequenos comentários visuais e narrativos sobre as fotos, acrescentando frases e montagens sutis com imagens do século XV.

A jornalista conta que, durante o processo, não se interessou em identificar as pessoas, nem contextualizar época ou estéticas. “A imagem foi o gatilho para criar outra imagem a partir dela. Tentar abrir a imagem para outros contextos. Então fui tentando elos entre as imagens entre tempos, contextos, técnicas, linguagens diferentes”, explica Ângela, ressaltando se tratar de um trabalho de “costuras narrativas”.

Ângela criou para cada fotografia pequenas frases sugerindo outras relações de afetos, de traições, paixões veladas, amores impossíveis ou possíveis que não estavam sugeridos nas fotos originais. “A escrita ficcional também passou a embaralhar o tempo das imagens originais e provocou nelas outros tempos mais efêmeros, híbridos, estranhos e sem lugar”, explica. “Quando a palavra entra vem junto da imagem, não é uma explicação, uma descrição, são autônomas. Porém, resistentes no sentido de sugerir, significar”, conclui. As atuais ações no IHGRN são organizadas pelo jornalista e pesquisador Gustavo Sobral.

Ângela também continua com a mostra “Quando a pele incendeia a Memória”, sobre a fotografia de José Ezelino no Natal Shopping.

Já o Instituto Histórico mantém suas atividades regulares com outras exposições e palestras. Continua em cartaz na galeria a exposição de peças museológicas do acervo do IGHRN. As próximas palestras são com jornalista Vicente Serejo falará sobre “Câmara Cascudo e o Pelourinho” (12/10) e a professora Zélia Brito, sobre o Atol das Rocas (9/11).

Serviço
Exposição Fingimento das Palavras, de Ângela Almeida, aberta no IHGRN. Rua da Conceição, Centro.

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