O número de passageiros internacionais que chegam ao aeroporto Augusto Severo caiu 48,6% nos últimos três anos, considerando o período de janeiro a outubro. Em 2009, foram 104.495 passageiros, enquanto em 2006, auge do turismo internacional no estado, foram 203.477, uma perda de quase 100 mil no fluxo. Enquanto isso, a quantidade de passageiros nacionais cresceu 51,2% no mesmo período.
O secretário estadual de Turismo, Fernando Fernandes, justifica que a redução no número de turistas internacionais se deve à valorização do real frente ao dólar e à concorrência entre os estados nordestinos.
Ele explica que, por ano, o Brasil recebe 5 milhões de turistas estrangeiros e o Nordeste, 1 milhão. “Quem divulgou mais teve um crescimento maior”, afirma.
A perda de voos charters nos últimos anos também influenciou na queda de passageiros internacionais. Mas, segundo o secretário, por outro lado, os voos regulares se consolidaram.
O diretor do curso de Turismo da UnP, Maurício Formiga, também aponta a taxa de câmbio como principal fator para a perda de turistas internacionais. Porém, elenca vários outros pontos que precisam ser melhorados para que o estado possa voltar a receber mais passageiros estrangeiros, como segurança e competitividade com os outros destinos. “O estado precisa ter melhores condições de infra-estrutura, a começar pelo aeroporto que está saturado. E os governos precisam ir atrás das operadoras e oferecer facilidades para poder concorrer”, destaca.
O professor lembra que Natal concorre não só com outras cidades nordestinas, mas também com outros destinos, como a região Mediterrânea e o Caribe. O presidente do conselho administrativo da Cooperativa de Desenvolvimento da Atividade Hoteleira e Turística (Coohotur), Fernando Paiva, diz que o destino precisa recuperar logo os turistas internacionais.
Paiva alega que os turistas estrangeiros são fundamentais para o desenvolvimento da atividade turística no estado. “Nós esperamos uma recuperação já no próximo ano”, afirma.
Esta é a aposta também de Fernando Fernandes. O secretário argumenta que durante a alta estação irão operar em Natal voos charters da Argentina, Itália e Espanha. Ele acrescenta que os estados nordestinos irão investir, em conjunto, este ano, R$ 16 milhões em publicidade no exterior, enquanto no ano passado foram R$ 3,5 milhões.
Na avaliação de janeiro a outubro dos últimos oito anos, o número de passageiros estrangeiros cresceu 43%. Entre 2003 e 2006, a capital passou por um franco crescimento, saltando de 72.629 para 203.477. A partir daí, a quantidade de turistas internacionais vem decrescendo.
No turismo nacional, alta chega a 125%
O aumento da renda média dos trabalhadores, a concorrência entre as empresas aéreas e a facilidade na compra de passagens fez com que o número de passageiros domésticos que chegam ao aeroporto Augusto Severo crescesse 125% nos últimos oito anos. Entre janeiro e outubro de 2009, foram 1.426.887 passageiros nacionais. No mesmo período, em 2003, o estado recebeu 632.166 passageiros domésticos.
De acordo com Maurício Formiga, diretor do curso de turismo da UnP, cada vez mais o brasileiro tem condições de viajar, devido a uma série de facilidades. “Vários fatores levaram a uma expansão do turismo interno”.
O secretário estadual de turismo, Fernando Fernandes, diz que o RN só tem a comemorar com o crescimento do número de turistas nacionais. Fernandes prevê que esta alta estação, que já começa em dezembro, será a melhor dos últimos anos.
O turista nacional, principalmente regional, é que tem mantido o desempenho da atividade turística no estado. “Nos últimos anos, os turistas internacionais vêm sendo substituídos pelos nacionais”, destaca o hoteleiro Fernando Paiva.
