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Números da dengue estão estáveis, mas preocupam

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COORDENADOR - William de Miranda

Os primeiros números do quadro da dengue no estado, este ano, começam a ser identificados. Apesar do registrado esse ano ser inferior aos de 2005 e 2006, a situação não se torna menos preocupante. A tendência deste número é aumentar no período chuvoso, que está por vir, e o tipo de dengue que circula no RN poderá sofrer uma evolução para uma manifestação mais grave da doença.

Até o momento, 1.281 casos já foram notificados e 47 suspeitas de febre hemorrágica foram levantadas. Somente em Natal, estes números chegam a 572 e sete suspeitas de febre hemorrágica. Os números no estado inferiores aos registrados no mesmo período em 2006 (1.350) e 2005 (2.045), apontam uma possível estabilização da doença, mas não descartam a preocupação de uma endemia – como a ocorrida em 2003, onde 11.500 casos foram notificados –  caso a população não coopere.

A notícia deixou a Secretaria de Saúde Estadual e da Capital em estado de alerta e o trabalho de combate à doença começa a ser intensificado. No interior do RN, o município com maior número de casos notificados é o de Jaçanã com 138 ocorrências.

De acordo com a responsável pela subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Suvige), Sueli Pereira “Não podemos baixar a guarda. A dengue é uma doença traiçoeira, que sem cuidado pode voltar com força total. É hora das prefeituras vasculharem suas cidades atrás dos focos do mosquito Aedes aegypti, causador da doença”, alerta.

Segundo Sueli, a população está exposta a um risco maior porque o vírus tipo III, em circulação, pode evoluir para o tipo hemorrágico, levando o paciente à morte se não existir um tratamento rápido e adequado. “Todo caso suspeito deve ser notificado. Febre, sintomas de gripe, devem servir de alerta e um diagnóstico precoce pode salvar a pessoa”, orienta.

A falta de conscientização de alguns moradores que jogam em áreas abandonadas garrafas, latas, copos plásticos, pneus, garrafas e qualquer objeto que possa acumular água, está contribuindo decisivamente para o aparecimento de casos da dengue no Rio Grande do Norte.

Agentes intensificam visitas aos bairros com mais focos

Em Natal, a intensificação das ações de combate à dengue está sendo realizada em áreas onde há mais focos, com base no levantamento do índice de infestação predial. Uma equipe composta por 428 agentes de saúde estão percorrendo estas áreas desde o último dia 18. Amanhã, a equipe estará realizando o mutirão no bairro de Bom Pastor, seguido do Pitimbú/Cidade Satélite, no dia 27 e fechando o cronograma do mês com o bairro do Alecrim, no dia 30 de abril.

“O município todo está em situação de vigilância, pois se aproxima a época das chuvas. Por isso, é importante que a população também participe, pois o controle é responsabilidade de ambas as partes. Evitar sempre acumular água parada. Reservatórios de água ou vasilhames para colocar água para animais, por exemplo, têm que ser lavados constantemente. É que as larvas (do mosquito) podem ficar na parede do recipiente”, alertou o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Natal, Dr. Willian de Miranda Bonfim.

Segundo Willian, a dengue é um problema de saúde ligado ao lixo. Por isso, é importante manter os terrenos baldios livres do lixo, mas a própria casa não deve ser esquecida. “As casas se constituem em criadouro natural do mosquito, tanto é que 70% dos casos são registrados nas residências e 30% nos terrenos baldios”, informa Willian.

Saiba mais sobre a dengue

Autoridades de saúde orientam a população sobre  como identificar os sintomas e o que fazer para prevenir a proliferação do mosquito da dengue  e reduzir a incidência dos casos

Dengue:

Como dá para saber?

Os sintomas da dengue são febre alta, dores musculares e nas juntas, dor atrás dos olhos, fortes dores de cabeça, manchas avermelhadas na pele, fraqueza e falta de apetite. Pessoas que apresentam esses sintomas podem estar com dengue.

Desenvolvimento: processo todo leva, em média, de nove a dez dias. O ovo leva 48 horas para se transformar em larva, O estágio da fase larval para o estágio de pupa leva de cinco a seis dias. Em mais dois dias a pupa terá se transformado no mosquito atingindo a fase adulta. A fêmea põe, em média, de 200 a 250 ovos e é somente ela que realiza incursões – preferencialmente ao amanhecer e nos finais de tarde – para se alimentar do sangue necessário para a maturação dos ovos.

Prevenção

Não deixe acumular água empratos de vasos de plantas e xaxins. Na hora de lavar o recipiente, passe um pano grosso ou bucha nas bordas. Substitua a água dos vasos de plantas por areia grossa umedecida.

Esvazie as garrafas sem uso. Elas devem ser guardadas de boca para baixo, de preferência em lugares cobertos

Todo material descartável que acumula água. como copos de plástico, latas e tampinhas de garrafa, deve ser jogado no lixo

Pneus velhos são um dos lugares preferidos do mosquito da dengue. Por isso, eles devem ser guardados em lugar coberto ou furados.

Mantenha as caixas d´água, poços, latões e filtros bem fechados

Troque diariamente a água de bebedouros de animais. Leve bem o recipiente com uma escova ou bucha.

Mantenha limpas as calhas, lajes e piscinas

Elimine a água acumulada em bambus, bananeiras, bromélias, etc. Evite plantas que acumulem água, como gravatás, babosa, espada-de-São-Jorge, entre outras.

Tratamento

Quando não há dúvida que a pessoa tem dengue, na maioria das vezes o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, basicamente com anti-térmicos e com uma solução para reidratação oral (disponível nas Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível. Alguns cuidados devem ser observados:

Não tomar remédios sem recomendação do médico. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até agravar a doença.

Alguns medicamentos para dor e febre podem aumentar o risco de sangramento, como os que contém ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® e outros). Outros podem ocasionar erupções na pele, semelhantes às causadas pelo dengue, como os que contém dipirona Novalgina®, Dipirona®, Dorflex® e outros). Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas. O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre no dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática. Beber a maior quantidade possível de líquido. Não é necessária nenhuma dieta. Procure alimentar-se normalmente e repouse.

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