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O abismo do futebol do RN

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Ainda vivendo a expectativa da liberação do futebol no Rio Grande do Norte, os clubes classificados para disputar a Série D do Brasileiro, hoje, se encontram num período de desnivelamento. O único que já retomou os trabalhos totais, foi o América, os demais ainda aguardam por um novo posicionamento das autoridades de saúde  do estado em relação ao relaxamento do isolamento social ou começam a costurar planos para retomar os treinos em outros centros. 
Diretoria americana tomou uma medida extrema para não ficar dependendo do controle da pandemia no RN e levou o elenco para treinar fora do RN
O abismo econômico no futebol potiguar se acentuou neste momento de crise, provocada pela pandemia de Covid-19. Isso vem contribuindo para traçar o RN como uma terra de extremos no esporte. 
Se o treinador Roberto Fernandes já vem trabalhando o aperfeiçoamento tático e o entrosamento da equipe americana, por sua vez, o quarto representante local na Série D, o Potiguar de Mossoró, está com as portas fechadas. A diretoria se recusa a falar de futebol durante o período de isolamento social.
O presidente do representante mossoroense, Benjamin Machado, deixou de falar com a imprensa e o que se sabe atualmente do clube, é que apenas oito atletas, três profissionais e outros cinco jovens promovidos das divisões de base, compõem o elenco com o qual a diretoria pretende disputar o restante do Campeonato Estadual e o Brasileirão. Os três atletas sob contrato são: Michael, Palominha e Wallace Ferreira.
Para se ter uma ideia da dificuldade encontrada pelo clube de Mossoró, nem treinador o clube tem apalavrado ainda. Após a saída de João Maria Menezes (Barata), a equipe chegou a abrir negociação com Higor César, nome pretendido para comandar o clube na Série D, mas as negociações esfriaram.
Vice-campeão estadual pelo Globo, Higor treinava um clube do interior pernambucano quando foi sondado, mas confessou que após os contatos iniciais e a paralisação do futebol, não recebeu mais qualquer tipo de ligação por parte do comandante do Potiguar.
O retrato também mostra de forma fidedigna a situação dos demais clubes do interior, a exceção do Globo. O fato de estarem “destroçados” por não possuírem meios de manter o elenco frente a paralisação total, faz sete dos oito clubes na divisão de elite do Estadual, pensar em empurrar a continuidade da competição para os meses de novembro e dezembro, quando os clubes daqui já estarão em pré-temporada, visando a temporada de 2021.
A vontade desse grupo não encontra ressonância por parte do presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), José Vanildo, que não deseja correr risco frente ao imponderável,  caso ocorra de um ou mais clubes potiguares irem avançando de fase na Série D, fato que colocaria em risco a continuidade da competição no final do ano.
Globo
Fora da capital, mas em situação financeira um pouco melhor que os co-irmãos do interior, o Globo, de acordo com o técnico Renatinho, está com tudo pronto para regressar, mas vem esbarrando na falta de entendimento entre a FNF e os representantes da área sanitária do RN.
“Nós estamos com o elenco principal completo, não perdemos nenhum dos titulares. Tivemos de realizar um enxugamento durante o período de recesso forçado, acertamos algumas rescisões, em outros casos não renovamos os contratos que se encerraram e, nisso tudo, perdemos oito atletas. Porém temos três contratações para anunciar daqui a mais alguns dias”, afirmou Renatinho.
O comandante técnico da equipe de Ceará-Mirim se diz simpatizante da proposta formulada pelo representante do Santa Cruz, Lupércio Segundo, visando levar o prosseguimento do campeonato local para o final do ano. Segundo ele, forçar um retorno a qualquer custo agora, seria forçar os clubes de menor investimento a partirem para uma espécie de tudo ou nada na remontarem suas equipes, o que poderia colocar em risco de perda, por contusão, de algumas peças consideradas importantes das equipes que vão disputar o Brasileiro.
Renatinho disse ainda que até o próximo dia 15 o Globo deverá retomar suas atividades, agora eles estão se preparando para testagem do elenco, uma exigência que faz parte do protocolo de saúde formulado pelo clube.
América
Em estado bem mais avançado que os demais, o América que trabalha na Grande Recife desde o dia 1 de julho, já recebeu Felipe Guedes como novo reforço e hoje  realizará o primeiro treino coletivo, ação já  liberada para os clubes pelo governo pernambucano.
“No treino de hoje vou colocar no grupo considerado titular, a formação que está na minha cabeça. Se a gente tivesse de jogar no domingo, diria que esse grupo poderia ser alterado. Futebol é um esporte muito momentâneo é difícil, em um clube de massa,  técnico projetar um time para atuar daqui a três meses, não dá é impossível. Porém, quem começar trabalhando no grupo titular, vai ter de brigar muito pela vaga. A cada dia de treinamento, principalmente com o elenco há mais de cem dias parado, a readaptação se torna muito individual, o que pode fazer eu ser obrigado a modificar algumas peças”, disse Fernandes. 
O treinador americano ressaltou que os clubes para conquistarem objetivos, têm de centrar o foco em duas questões básicas muito importantes: manter o salário, com premiações, em dia e condição de trabalho. Roberto Fernandes considera esses dois pontos como indissolúveis no futebol moderno. Ele acredita que o América está no caminho correto para atingir esse patamar. 
ABC
No ABC a preocupação do treinador Francisco Diá, é evitar que o clube fique muito atrás dos futuros adversários em termos de preparação. Ele acredita que após a paralisação, nos primeiros confrontos, o preparo físico será o termo de desequilíbrio entre as equipes. Em crise financeira e ainda com alguns compromissos a cumprir com o elenco, o treinador preferiu não formular planos para tirar o Alvinegro do RN. Mas a aposta de que a celeuma com o governo estadual seria resolvida na última quarta-feira, acabou furada e gerou frustração no comandante.
A luz no fim do túnel está começando a surgir com a sinalização da Liga do Nordeste, em bancar até 15 dias de uma inter temporada para os clubes, cujos estados ainda não promoveram o relaxamento social permitindo o retorno do futebol. A definição sairá nos próximos dias e, caso Salvador seja mesmo confirmada como sede da fase final da competição nordestina, a delegação abecedista seguirá para capital baiana no próximo dia 7 de julho.
Na obrigação de reduzir os custos e enquadrar a folha salarial as novas condições do Alvinegro, a diretoria desfez contrato com oito atletas e passou a economizar R$ 80 mil. Só que entre os atletas que saíram estavam peças consideradas importantes por Diá.
Por sua vez, com a folga de caixa, os dirigentes conseguiram acertar novos contratos com a dupla Joilson e João Paulo, jogadores bem importantes no novo estilo de jogo abecedista. A promessa do presidente Bira Marques é de melhorar a situação do elenco, para disputar o Brasileirão. 
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