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O amor exalta

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Diogenes da Cunha Lima 
Advogado, escritor e presidente da ANL

O amor é a mais elevada dimensão da natureza humana. Nenhum outro sentimento tem a sua grandeza. É um poliedro luminoso. Quem ama tem direito ao que os franceses chamam de joie de vivre, alegria de viver, a exaltação de espírito que pode se dar em qualquer ato ou momento.  Quem ama tem gosto pela vida, um certo entusiasmo pelo lado bom que a vida pode oferecer.

Uma definição abrangente não é fácil, haja vista a diversidade de como se apresenta o amor. Na infância é elo da criança com o seu brinquedo. Na adolescência, mescla impulso e fantasia. Na maturidade, para quem tem aptidão, uma razão íntima de existir. São múltiplos o objeto do amor. Amor à família, a amigos, parceiros, a coisas, ao povo, a Deus ou à natureza.

Todo amor é livre na sua origem. É impossível coagir uma pessoa a amar. Ele liberta o ser humano do egoísmo e do egocentrismo natural, transcende as limitações da condição humana.

O sentimento amoroso tende a persistir enquanto a paixão não resiste ao tempo. Quando o amor é perfeitamente correspondido, os dois desejam ser um. O amante tem afetos positivos, perdura por devoção, zelo, solicitude.

O tema é predominante na literatura, no teatro e no cinema. Pode-se dizer que há amores épicos, líricos e dramáticos. Têm sempre natureza seletiva. O altruísta é unilateral, não espera reciprocidade.

Um padre graduado, amigo meu, disse-me que, mesmo seguindo o ensinamento de São Paulo para quem o amor é paciente, achava que não iria conseguir cumprir a ordem de Jesus, amando os seus inimigos. Depois, exacerbando o argumento, tentou explicar-se: “Como vou poder amar o meu maior inimigo, o demônio?”.

As leis, seguindo a ortodoxia da época, condenavam os amores não heterossexuais. Na Grécia antiga, o amor homossexual era comum à classe mais elevada. O amor sáfico, nos tempos atuais, tem sido admitido como prática natural. Safo, na Ilha de Lesbos, criou uma escola de sedução em que se ensinava poesia, canto, música, dança, postura, gestos e até a arte de caminhar.

O século XXI já mereceu um dicionário do economista e filósofo francês, Jacques Attali, no qual ele qualifica o amor como o último objeto do consumo, mas, ao mesmo tempo, o último refúgio da humanidade. Todo ser humano carece de harmonia. Só o amor pode trazer a harmonia universal.    

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