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O ano da incerteza

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Lydia Medeiros

Amanhã será o primeiro dia de um ano eleitoral repleto de incertezas, a única coisa certa é a data da eleição, 7 de outubro. Lula já é um dos protagonistas da eleição presidencial, mesmo se confirmada sua condenação. O sistema judiciário oferece ao ex-presidente uma série de recursos que poderão garantir sua onipresença eleitoral, a depender da velocidade que forem analisados. Para a imensa maioria dos brasileiros (70,97%, de acordo com pesquisa Ibope/FVG-DAPP do ano passado), os políticos que estão aí não representam a sociedade. A procura por candidatos “honestos” será importante no processo eleitoral, pois 63% acham que a corrupção é o tema que mais os angustia. E pelo menos um terço disse pretender votar num candidato fora da política tradicional. O quadro é de desconfiança generalizada em relação à política, mas 83% afirmaram ter esperança no Brasil a longo prazo. O julgamento de Lula em Porto Alegre abre o calendário de um processo eleitoral em que o principal ator, o eleitor, mostra-se cada dia mais descontente e desconfiado de partidos e candidatos.

Calculadora política
Dirigentes do PSB começam a torcer para que Joaquim Barbosa desista de disputar a Presidência pelo partido. Fazem as contas e acham que bancar a campanha com o Fundo Eleitoral tiraria recursos para a eleição de uma bancada de deputados, hoje prioridade para a maioria dos partidos.

Bloco na rua
Partidos de esquerda trabalham com o lançamento de Lula como candidato à Presidência na quinta-feira, dia seguinte ao julgamento, independentemente do resultado. Líderes dessas legendas decidiram não esperar a decisão final sobre a candidatura, que pode depender de recursos, para se apresentar ao eleitorado. É o caso do PDT. Em 8 de março, o partido lança Ciro Gomes pré-candidato à Presidência, em Brasília. Com o líder do MTST, Guilherme Boulos, ou um Plano B, o PSOL também vai definir em março seu representante nas urnas.

Duas canoas
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, prometeu ao PSOL sua decisão sobre filiação e candidatura à Presidência da República para depois do carnaval. Apesar do entusiasmo da cúpula do partido com seu nome, Boulos ainda sofre pressão interna de parte do movimento, que é simpatizante de Lula.

Detox
Diante da perspectiva de condenação de Lula, o deputado Chico Alencar, do PSOL, acha que é hora de a esquerda retomar o diálogo e a autocrítica — segundo ele uma “tradição esquecida”— e pensar além de uma candidatura de outubro. “A esquerda não pode ser lulodependente”, afirma. “Precisa estabelecer um fórum permanente de diálogo, para assinar programas, pontos de vista, plataformas, análise dos erros do passado. Pode ser que dessa unidade saia uma candidatura”.

Agora vai
O governo decidiu criar um selo para a comunicação oficial sobre a reforma da Previdência. Quer lançar uma marca forte capaz de virar “bordão” para a população. Entre as ideias estudadas, estão algumas mais brandas, como “Todos pela reforma — O Brasil não pode parar”, e mais apelativas, como “Nova Previdência ou morte — O Brasil não pode quebrar”, estampada por um punho cerrado sobre uma bandeira estilizada.

Tudo ou nada
Deputados próximos ao presidente Michel Temer querem convencê-lo a levar a reforma da Previdência para a votação na Câmara em fevereiro, mesmo sem segurança dos votos necessários. Dizem que adiar para novembro seria cometer estelionato eleitoral.

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