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O boom do rock em 1971

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Alex Medeiros 
Último dia de 2021, repito no móvel dos discos em vinil o ato do mestre Woden Madruga em suas estantes e gavetas. Escolhi cinco LPs marcantes de um ano histórico para o rock e que foi registrado aqui os 50 anos de lançamento. Destaquei o álbum Sticky Fingers, dos Rolling Stones, cuja imagem da capa na parede do meu quarto é uma máquina do tempo movida à saudade. Citei o lendário Imagine, segundo disco de John Lennon e que se tornou cult, gravado na Inglaterra apesar do ex-beatle morar à época nos EUA. 
Relembrei o sexto disco da banda T. Rex, cujo líder Marc Bolan também habitava a parede da minha puberdade na coleção de pôsteres que meu irmão trazia para casa. Electric Warrior foi gravado em Londres, Los Angeles e Nova York, se tornando um marco no gênero glam rock. 
Escrevi movido pelas tintas da tietagem sobre o disco Pearl, de Janis Joplin e que foi lançado depois da sua morte. É um dos que mais giram em minha vitrola, enquanto eu contemplo sua imagem na poltrona vitoriana de uma das capas mais belas do rock.
Abaixo, um pouco de cada um dos cinco grandes álbuns que fizeram de 1971 um ano de virtuosa produtividade e de explosão de talento e experimentos. 
AQUALUNG, do Jethro Tull. Em 1971 a banda rodou pela Europa e EUA no rastro do sucesso do terceiro LP “Benefit”, lançado em abril de 1970. Mesmo com todo mundo exausto, a produção de um novo disco foi tocada com afinco pelo quinteto liderado por Ian Anderson. E o quarto álbum foi de longe o melhor da banda, dando-lhe mais dimensão internacional e consagrando o talento do líder vocalista, autor de quase a totalidade das faixas. Anderson diria depois que fazer Aqualung foi uma maneira de deixar subir mais um degrau e deixar uma marca na História do rock. Subiu e deixou.
MEDDLE, sexto álbum de estúdio do Pink Floyd, chegou aos fãs em 31 de outubro daquele 1971, com o selo da Harvest Records e as vibrações do estúdio Abbey Roads, que hospedou o quarteto David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright e Nick Mason. Grande expectativa não faltava, posto que o disco anterior de 1970, “Atom Heart Mother”, se tornara uma obra de arte. O longo silêncio de 42 segundos no início é como uma concentração religiosa para o mergulho espiritual no disco. Tornou-se a definitiva alforria musical em relação aos dias de influência do gênio-louco fundador Syd Barrett.
RAM foi o segundo álbum solo de Paul McCartney após a dissolução dos Beatles e o primeiro com o nome da então esposa, Linda, creditado na parceria musical. Gravado em Nova York e Los Angeles, foi o disco que exibiu o talento múltiplo de McCartney e seu virtuosismo que os beatlemaníacos tinham dificuldade de enaltecer quando da companhia dos três amigos de Liverpool. O LP é uma variação musical riquíssima e a capa e título dizendo com todas as três letras que Paul resolveu botar o bode na sala. 
FIREBALL saiu em julho de 1971, marcante na sua conceituação caótica, quase uma marca da banda que dividia com Led Zeppelin e Black Sabath a autoridade do heavy metal e do hard rock. Foi o quinto LP do Deep Purple, um interlúdio entre os bons álbuns “In Rock”, de 1970, e “Machine Head”, de 1972. Não foi unânime entre os integrantes, tendo cada um dos cinco opiniões distintas. Mas marcou o diferencial da banda em relação às duas referências: se não tinha a pegada endiabrada do Zeppelin nem a bruxaria do Sabbath, o Deep Purple era o rock pé no chão, selvagem e seminal.
L.A. WOMAN foi o sexto álbum do The Doors, lançado em abril e o último antes da morte de Jim Morrison. Mas não foi o único disco de 1971, já que em outubro saiu “Other Voices” como uma obra póstuma do líder poeta. A década de 70 começou com sinais de decadência na banda californiana. Os jornais diziam que o gás que alimentava a combustão da banda estava acabando, numa alusão às incursões de Morrison ao LSD e ao álcool. Os fãs cobravam a qualidade dos dois primeiros LPs. E saiu “L.A. Woman”, abrindo com funk e ainda Jim berrando “estou deixando a cidade no trem da meia-noite”. Pareceu um adeus. E foi.
Feliz 2022 para todos os leitores, de todos os ritmos.
Previsões
Falecida em 1996, a vidente (cega) búlgara Baba Vanga deixou um livro redigido em 1984 com previsões para o século XXI. De lá para cá, acertou mais de 80%, algo de gerar inveja em qualquer instituto de pesquisa brasileiro.
Previsões II
Para 2022, o que a cega viu é de arrepiar. Tsunami devastando a Austrália e localidades da Ásia; o ataque de um vírus de alta letalidade; o risco da colisão de um asteroide com a Terra; e o primeiro contato de terceiro grau dos ETs.
Cachê
Realmente, há mal que vem para o bem. É preciso agradecer ao coronavírus por salvar o RN de tirar dos cofres públicos R$ 90 mil para o cachê de um show de Chico César, que hoje atua nos palcos como um esfuziante militante do PT.
Crítica
Nos últimos 2 anos, o melhor trecho das análises dos críticos de cinema da Folha e do UOL está exatamente no final de cada um dos textos publicados no espaço chamado Splash: “Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL”.
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