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O Brasil está preparado

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Gilmar Machado – Professor de história, deputado federal

Estamos vivendo um momento extremamente delicado e importante da vida do Brasil e do mundo. Todos nós – e eu, na posição de homem cristão – temos que saber sempre, que depois de anos de bonança, vêm os anos de crise. Essa é uma realidade expressa na Bíblia Sagrada. Nós sabemos que, sempre, depois de anos de fartura, vêm dificuldades. Mas, felizmente, o Brasil se preparou para enfrentar este momento de turbulência e dificuldade, que já se arrasta desde julho de 2007, quando a crise se manifestou com maior intensidade. Neste momento, todos percebem que em alguns países ela já se aprofundou muito mais do que em outros, exatamente em virtude dos problemas que apresentam. Alguns países ainda vão ter reflexos mais graves, como é o caso da Venezuela e da Rússia, que contaram com o barril do petróleo perto de 130 dólares e agora essa commodity está com seu preço em queda – o preço do barril já chegou à casa dos 60 dólares e vai ficar entre 70 e 80 dólares. No final do ano, quando tiverem que refazer seu orçamento com o barril do petróleo quase pela metade do preço, com certeza as dificuldades se apresentarão enormes.

A Argentina também tem apresentado dificuldades. Quanto aos Estados Unidos, em um momento de eleição para substituir o presidente George W. Bush, que demonstrou toda a sua incompetência e incapacidade, tendo levado o país a uma crise ainda mais profunda, além das crises normais, ainda enfrentam a crise política. Felizmente, nós estamos trabalhando, no Brasil, com outro cenário, o que tem sido possível justamente porque criamos as condições para que isso ocorresse.

Há alguns dias, no Palácio do Planalto, houve uma belíssima solenidade em comemoração aos 20 anos da Constituição Federal. Muita gente fez críticas ao texto constitucional, mas foi ele que nos permitiu estar hoje mais estruturados e organizados no que diz respeito à Previdência. Nós optamos por assegurar o benefício da aposentadoria aos trabalhadores rurais que não tinham registro no INSS. É verdade também que temos alguns problemas e alguns déficits, como o da Previdência — este ano na ordem de 38 bilhões de reais. Vamos conseguir reduzir esse valor em 6 bilhões de reais, com a eficiência da gestão que está sendo demonstrada. Temos, neste momento de crise, uma estrutura montada para enfrentá-la.

Os críticos dizem que estamos aumentando o número de funcionários e o salário de servidores públicos. Mas essa é uma negociação que já existe há dois anos – tempo durante o qual os servidores ficaram aguardando. A responsabilidade pela crise não é dos servidores, e é preciso considerar que precisamos de um Estado estruturado e bem organizado. Por isso, mesmo no meio da crise, estamos votando aumentos de salário para eles, embora estejamos sendo criticados. Tem que haver, sim, a reestruturação do Estado. Nós precisamos, sim, dos servidores bem remunerados, com carreiras claras e estruturadas, para que o Estado, de fato, funcione. Estamos aumentando o número de universidades e de escolas técnicas – isso porque queremos competir em nível internacional, uma vez que já sabemos que sem educação e sem qualificação, não vamos conseguir fazer. Precisamos que a área de educação e a de saúde cresçam. E não há como fazer isso sem gente.

Precisamos nos aprofundar no debate e ter calma. Muita gente deve ter visto nos jornais que a Comissão de Orçamento está cortando 20% do Orçamento. Isso acontece todos os anos. Esse é um processo normal. A revisão, sim, teremos que fazer em razão da crise, e vamos realizá-la no momento correto, no tempo definido pela Constituição. Enquanto isso, vamos nos preparar para fazê-lo. A crise financeira atual é prolongada e séria, mas, este eficiente governo vai oferecer toda a condição necessária para que o Brasil sofra menos do que outros países.

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