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O cinema infantil no olhar de Carla Camurati

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Tádzio França – repórter

A Sétima Arte pelo olhar da criança pode ser uma experiência mais original do que se pensa. O Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), que em sua 10ª edição chega pela primeira vez a Natal, é uma prova disso. A partir desta sexta-feira até o dia 14 de outubro, será exibida no Cinemark uma maratona eclética de produções nacionais e internacionais, numa ampla variedade de gêneros, em sessões das 10 às 18h30. “O nosso mote já diz tudo: cinema para crianças de todas as idades”, afirma a cineasta e atriz Carla Camurati, idealizadora do festival, em entrevista ao VIVER. A programação inclui oficinas de cinema de animação e debates. O Fici tem entrada a preço acessível, devido ao patrocínio da Petrobras através do MinC.
Para Camurati, o Fici é cinema que apresenta o máximo de variedade nivelado por cima.
Segundo Carla Camurati, mais do que oferecer apenas entretenimento puro, o FICI tem o cuidado de apresentar um material diferenciado, nivelando por cima a produção cinematográfica para crianças. “A tecnologia avançou bastante nos últimos dez anos, e a relação com a imagem ficou complexa para todos nós – imagine para as crianças. Hoje qualquer um com um celular faz um vídeo. Portanto o festival nasceu com a intenção de aprofundar o olhar infantil sobre a imagem, mas de uma forma mais rica que aquela oferecida normalmente pelos meios de comunicação de massa”, explica. O objetivo é formar futuras plateias mais exigentes.

FORMAÇÃO DE PLATEIAS SELETAS
O festival conta com uma equipe de programação e seleção de conteúdo que seleciona os filmes a partir de diversos festivais de cinema ao redor do mundo. “Não é tão difícil manter contato e trocar informações, porque os produtores que trabalham com cinema infantil são mais ou menos os mesmos”, explica Camurati. O resultado é um panorama diverso da produção internacional que cruza variadas culturas, pois na programação há desde as conhecidas produções da Pixar até filmes da Dinamarca, Finlândia, Argentina, Índia, Estônia, Quênia, Estados Unidos, Rússia, Japão, entre outros.

LINGUAGENS E HISTÓRIAS DIFERENTES

“O critério de seleção é proporcionar o máximo de variedade de linguagens e histórias”, diz a diretora. Há filmes de linguagem documental, outros realistas ou fantasiosos, teatrais, de animação em aquarela ou de recortes de papel, filmes inéditos ou clássicos, curtas-metragens brasileiros e internacionais, e até série de televisão. “É um caleidoscópio de gêneros, mas com a intenção de ser saboroso, que a família possa ir junta ao cinema e voltar no outro dia, com a expectativa de ver algo diferente e prazeroso”, ressalta a organizadora. A programação multicultural do FICI evidencia que a produção brasileira voltada às crianças ainda é pequena, mas, segundo ela, está crescendo. “Aqui só se pensa em programação infantil no fim de semana. Daí as crianças ficam expostas ao óbvio. O Brasil não desenvolveu sua cultura cinematográfica para criança como os outros países, mas há uma melhora recente. Estamos fazendo muita animação”, analisa. Aliás, foi uma experiência internacional que despertou em Carla a vontade de criar o festival. “Em 2001 fui a Estocolmo, na Suécia, para um festival de cinema que homenagearia minha obra dentro e fora das telas. Na ocasião estava havendo um festival de cinema infantil. Decidi conferir e foi bárbaro. Não havia nada assim no Brasil, e aí nasceu o FICI. O audiovisual brasileiro precisa se entrosar mais com os pequenos”, diz. O segmento educacional do FICI promove a ação Tela na Sala de Aula e Oficina de Animação, que é realizada junto às escolas, mas que pode ser estendida a demais crianças. “Soube que em Natal já temos 1.900 crianças que participarão dessas sessões”.

NO TEATRO E CINEMA, SÓ NOS BASTIDORES

Carla Camurati brilhou como atriz de televisão e cinema nos anos 80, e a partir dos 90 seguiu para a direção cinematográfica. Há cinco anos é presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “Não tenho mais tempo para dirigir cinema e muito menos atuar. Ou bem um ou bem outro”, brinca. A atriz se diz satisfeita ficar nos bastidores, dirigindo a produção de óperas, e cuidado do FICI. “Estou feliz apenas em proporcionar essa relação saudável do cinema com as nossas crianças. Infelizmente não poderei ir a Natal por razões pessoais. Mas ano que vem estarei aí, se Deus quiser”, conclui.

PROGRAMAÇÃO

O primeiro dia do FICI, nesta sexta-feira, já oferece uma visão geral de sua multiculturalidade. Abrirá com o filme holandês “Iep!”, a história de uma menina que tem asas, em vez de braços; “Oceanos”; “Circolina e a Grande Ratinha”, da Dinamarca, sobre amigos ratinhas que embarcam numa aventura de navio; o americano “Operação presente 3D”, que mostra como o Papai Noel consegue entregar todos os presentes na noite de Natal: “Piratas pirados 3D”, outro sucesso norte-americano; “O segredo de Eleonor”, da França, mostrando como uma criança pode salvar os personagens dos contos de fadas; o também francês “As aventuras de Azur e Asmar”, sobre como dois irmãos adotivos se enfrentam para salvar a Fada dos Djins; e “Os três ladrões”, da Alemanha, história de uma garotinha que consegue ludibriar um grupo de ladrões. Outros nomes exibidos ao longo do festival serão “O rei leão 3D”, “Quais são as chances” (Holanda), “A família Trom” (Holanda), “Um gato em Paris”, “Eu e meu guarda-chuva” (Brasil), “O diário de Tati” (Brasil), “O circo” (Índia), “Zé Colméia” (EUA), “31 minutos” (Brasil), “Uma professora muito maluquinha” (Brasil),  “Budrus” (Israel/EUA/Palestina).

Serviço: 10º Festival Internacional de Cinema Infantil. De 05 a 14 de outubro, no Cinemark (Midway Mall). Entrada: R$7.

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