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O encontro com Jesus, a grande meta da Igreja

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Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal

Queridos irmãos e irmãs! Nesse segundo semestre de 2019 a nossa Igreja Particular iniciará o processo de avaliação e renovação do Plano Pastoral para os anos de 2010-2023. Para tanto, a Coordenação Pastoral elaborou um itinerário de assembleias onde a característica principal é a “sinodalidade”. Todos os agentes de pastoral (leigas e leigos engajados e consagrados, presbíteros, diáconos permanentes, religiosos e religiosas,) são convocados a participar em suas paróquias, nos zonais e nos Vicariatos, das Assembleias Pastorais para elaborar as metas e estratégias para os quatro anos (2010-2023) e as ações para o ano de 2020. Em novembro, como conclusão do processo teremos a última etapa da Assembleia Pastoral.

Por isso, creio oportuno chamar a atenção para a luz que guiará esse processo: “a vida da Igreja é Jesus Cristo”; é necessário e urgente, portanto, que o nosso projeto pastoral e nosso projeto de formação permanente recomece de Cristo. O que significa, portanto, recomeçar a partir de Jesus Cristo? Em primeiro lugar somos convidados a nos perguntar: na nossa fé pessoal, no conteúdo de nossa fé, a pessoa de Jesus Cristo ocupa o lugar central? A relação que temos com Jesus ou com Deus é uma relação abstrata, de tipo comercial, de uma espécie de tapa-buracos ou de busca de prosperidade sem alcance do Reino? Jesus é para nós o mediador, o redentor? Aceitamos Jesus como aquele que exige um seguimento, um discipulado? Reconhecemos que Jesus é a medida e o motivo do reto agir, que ele provoca uma decisão de nossa parte? Reconhecemos que Jesus está presente na vida do cristão e na Igreja? Reconhecemos que Jesus é princípio e fim de todas as coisas?

São os Evangelhos que vão dar uma resposta a todos esses questionamentos. Recomeçar a partir de Jesus Cristo requer que reflitamos sobre nossa fé. Ela nos diz tudo isso: Jesus Cristo é o Filho de Deus, o Mediador entre Deus, Mistério inefável e nosso Pai, e nós, criaturas de Deus, chamadas nele, em Jesus Cristo, à graça da filiação divina. Ele nos redime de nossos pecados e com a redenção nos convida a fazer parte de seu corpo, que é a Igreja. Fazer parte de seu corpo significa elegê-lo como medida e motivo de nosso agir, que é direcionado por Ele e pelo seu Espírito a ser um reto agir. Pelo seu Espírito, Ele se faz presente em nós, pelos sacramentos da Igreja, sinais de sua graça e da plenitude de seu amor. Somos convocados por Ele a sermos discípulos missionários, anunciadores de sua Pessoa, que é princípio e fim de todas as coisas.

Por isso tudo, não tem sentido procurar Jesus somente quando não podemos mais agir pelas nossas próprias forças; não podemos tratar Jesus como tratamos os poderosos deste mundo. De fato, é difícil chegar até os poderosos e então procuramos representantes, secretários, ministros, alguns bajuladores. Com Jesus é diferente. De um certo modo Jesus se uniu a todo ser humano, por causa da Encarnação, nos diz o Concilio Vaticano II (cf. GS 22). Partindo de Jesus Cristo somos chamados a fazer um balanço de nossas atividades pastorais, a rever e avaliar nosso plano pastoral: ele reflete a Pessoa de Jesus Cristo? Nossas atividades pastorais estão conduzindo as pessoas ao encontro pessoal com Jesus Cristo, mediador e redentor? Avaliemos para que recomecemos a partir d’Ele.

Não esqueçamos dessa verdade orientadora para nós, presente no ensinamento de Papa Bento XVI e que o Papa Francisco sempre lembra: “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (n. 1).

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