Nos dias dos meus vinte anos, fui certa vez abordado por uma séria candidata a ser minha sogra, que decidiu conhecer mais meu perfil com a pergunta: “você tem vícios, Alex?”. Lembrei de uma piada que meu saudoso amigo Lincoln Moraes contava nas noitadas de cerveja e cigarro pelos bares de Petrópolis, Centro, Praia dos Artistas e Ponta Negra. Parei o olhar no olhar da senhora e na bucha disparei: só tenho os grandes, porque pequenos vícios fazem mal.
Antes que ela me atirasse uma faca ou despachasse a filha para um convento de Minas, expliquei a lógica da velha piada originária das terras cearenses do meu amigo. O bebedor de cerveja, uísque e cachaça não perde tempo nem mascara a reputação com pileques de Campari, Gin, Montilla ou Vodka com laranja; nem muito menos troca um charuto, um cigarro Hollywood ou Marlboro por um finório light ou com sabor hortelã. E é só seguir a comparação em tudo.
Nos dias atuais, surgiram as alternativas fajutas que vendem saúde, mas que são piores do que os originais. É o caso do famigerado cigarro eletrônico, que já testemunhei muita gente adquirindo coisas estranhas após adotarem-no.
E me junto aos milhares de pessoas que desde janeiro estão chocadas com o caso da adolescente americana Juliet Roberts (não confundir com a cantora de jazz e rock, claro), que está entre a vida e a morte por causa do cigarro vape.
Aos 18 anos, moradora do Tennessee, ela começou a fumar a geringonça com apenas 14 anos. Em janeiro, ela acordou com uma moleza que sugeria ter pego um resfriado, e que foi aumentando seu cansaço até fazê-la desmaiar.
Ela disse que logo começou a ficar pior e três dias depois foi se levantar da cama e caiu de volta com falta de ar e sensação de desmaio. Ligou para o namorado e pediu ajuda para ir ao pronto-socorro, pois algo estava errado.
No hospital, quando as enfermeiras verificaram seus sinais vitais constataram que o nível de oxigênio estava baixo. Disseram não saber como ela ainda estava andando. Juliet foi levada de imediato para um ventilador pulmonar.
A coisa piorou muito e a tiraram do ventilador para uma estrutura de suporte de vida na UTI. Os médicos que assumiram seu caso disseram que se ela não tivesse chegado naquela noite ao hospital teria morrido no começo da manhã.
Ela estava tecnicamente morrendo, seus pulmões estavam totalmente comprometidos com uma pneumonia gravíssima. Consequência dos quatro anos de uso do famigerado cigarro eletrônico que devastaram seus brônquios.
O consumo do vape começou sem que ela jamais tivesse conhecido um cigarro tradicional; foi levada pelo impulso de compor a tribo dos adolescentes da escola. Não demorou muito e a adolescente adquiriu um vício incontrolável.
Internada em casa com um sistema de “home care” devidamente instalado em seu quarto, a garota vai se recuperando, mas ainda corre o risco de ter um ataque cardíaco por causa da tensão em seus pulmões já bastante fracos.
Juliet Roberts trabalha como garçonete e já foi informada que deverá ficar sem trabalhar por até doze meses. Enquanto luta pela vida, vai compartilhando fotos nas redes, usando a própria imagem para alertar do perigo dos falsos cigarros.
“Meus pulmões nunca mais voltarão ao que eram antes, eles ficarão fortes o suficiente para eu respirar sozinha novamente”, disse ela à imprensa. Os médicos alertaram que um simples resfriado será grave para seus pulmões.
Trapalhada
Na pandemia, o ranking do parasitismo é liderado pelas universidades federais, recordistas no tempo de folga da turma do contracheque gordo. Agora, últimas a voltarem à normalidade, ainda impõem restrições da forma mais desconexa.
Imposições
Na UFRN, por exemplo, que também já marcou a volta das aulas presenciais, querem impor todas as restrições do início da pandemia: máscaras, álcool, distanciamento (salas com até 50 alunos), sem falar do passaporte da vacina.
E o pior
Além de não disponibilizar máscaras e álcool para alunos e servidores, inclusive os carentes que são muitos, a UFRN ainda ameaça com processo administrativo quem não seguir à risca as determinações da tal trapalhada.
Transposição
Atordoada com o show das águas no Seridó, a militância vermelha tenta vender a narrativa de que a obra é de Lula e que Bolsonaro apenas concluiu 7% que faltava. Ora, o capo não faz obra, apenas desvia as verbas referentes.
Internet
A empresa Brisanet comemorando mais 20 mil novos clientes em janeiro, somando agora 864 mil assinantes distribuídos em 7 estados do Nordeste – Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Viva
Com corpo e alma fechados nos bons vícios e anjos da guarda, um poeta olhou para o Dr. Cuecão e calou sua cantilena restritiva: “Quem merece ser ouvido não é vosmicê, mas a turma da Anviva – Associação das Vítimas da Vacina”.
Faroeste
Agradecer ao poeta Volonté pelo mimo com o belo álbum de HQ da editora Faria e Silva com as aventuras do “Tenente Blueberry”, criação clássica dos belgas Jean-Michel Charlier e Jean Giraud. Bang-bang de altíssimo calibre.
Figurinhas
Enquanto as torcidas aguardam o álbum de figurinhas da Copa 22, anotem aí a curiosidade: o maior colecionador de álbuns de futebol é o italiano Gianni Bellini, 57, que acumula desde os anos 80 nada menos que 4 mil álbuns.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.