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O futuro?

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Vicente Serejo
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Dinheiro

Não tenha ilusões, Senhor Redator. O governo Fátima Bezerra sustenta em três suportes básicos o alivio que imagina conquistar até final do ano: a nova tentativa da venda antecipada dos royalties, a exclusividade da folha de pessoal e o empréstimo de R$ 1,1 bilhão garantido pelo Banco Central dentro do anunciado programa de socorro aos Estados. E, mesmo assim, a perspectiva não é de salvação definitiva, mas de zerar uma dívida do passado, por suposto.

É o possível e sem os três aportes seria impossível sonhar. Mas, não são estruturalmente inafastáveis, a menos que se queira um governo apenas bom pagador, mas sem as condições mínimas para ter capacidade de investimento, única saída para a geração de riqueza, emprego e renda. Até agora, o leilão de royalties fracassou, o BB não pagou a exclusividade da folha de pessoal e o Banco Mundial não fechou o novo empréstimo, embora prometa fazê-lo a tempo.

O governo adotou, sem discutir regras e a partir de simples decisão interna imposta por decreto, uma moratória branca. A partir da decretação do estado de emergência ou calamidade financeira no início da gestão. Com isto, adiou sem previsão de retomada os compromissos de pagamento de dívidas pendentes junto a fornecedores. O comércio e a indústria reagiram nos seus temores e foi proposta uma mesa de negociação para evitar o desenho trágico do calote.

Não significa ter aberto mão de pagamentos mensais mais sensíveis e urgentes, como o abastecimento dos seus 23 hospitais, combustíveis para as viaturas policiais e alimentação dos presídios, para citar três exemplos. Mas emparedou fortemente as pressões que poderiam advir das inadimplências e, com isto, adiou sem prazo e sem crivo. A mesa, a rigor, e se chegou a ser notícia, nela não sentaram os comensais para o jogo transparente das prioridades partilhadas.

 Sem que se possa duvidar da boa fé da governadora, como se existisse algum desejo de calote, o fato enxuga o meio circulante e atinge o ritmo de drenagem financeira dos mercados. E revela uma profundidade de crise que, embora vigiada pelo governo, não será menor pelo fato de adiar os compromissos. Depois, note-se mais uma vez, ninguém forneceu ao governo de plantão ou submetido ao tempo de gestão, mas ao ente jurídico e permanente que é o Estado.

Tudo gira em torno de uma tese muito bem sustentada por seu secretário de tributação, de que não há interesse da governadora em promover arrocho fiscal, o que seria desastroso a essa altura da crise. Mas, de cobrar a quem deve pagar. O programa da Nota Potiguar é uma ação salutar, mas ainda tímida. Deixa a arrecadação longe do que seria justo para um patamar financeiro saudável e necessário. Pensar de outro jeito é acreditar na jurisprudência da ilusão.

BAÚ – O empresário Mário Rosado vem tirando do baú de família e publicando no seu blog, as suas velhas lembranças políticas. O que quer chamar de a memória de uma Coroa de Espinhos.

ALVO – Ninguém sabe em Mossoró se suas lembranças serão apenas narrativas para a história político-familiar ou se os espinhos um dia foram de uma rosa que prometeu o suave das pétalas.

OLHO – O empresário Tião Couto não revela nenhum sintoma de que pode voltar à politica. A sua estratégia tem sido cuidar dos elevados contratos de concorrência que sua empresa venceu.

ATENÇÃO – Os poderes Legislativo e Judiciário depositam no Ipern as parcelas patronais, equivalentes a 20%. O Ipern é que completa os valores e paga aos aposentados. Fica a correção. 

BEST – Um livro vai contar a história do hoje empresário Paulo de Paula, do menino do sítio Cocuruto, lá nos grotões de Minas, ao empresário vitorioso. E com revelações surpreendentes.

BACTÉRIA – A luta dos produtores de camarão é impedir a exportação direta do Equador. No camarão de lá pode vir uma bactéria que não existe nas fazendas de criação do Brasil e do RN.

OMISSÃO – O leitor Alberto de Souza Bezerril lembra o nome de José Fernandes Dantas, do STJ, entre os norte-rio-grandenses que se projetaram nas letras jurídicas. Fica o registro justo.

AVISO – A quem ainda pensa que o ofício de amar é muito fácil, a definição, sucinta e sincera, da escritora Martha Medeiros, e antes que seja tarde demais para saber: ‘O amor é uma raposa’.

UNP – O grupo Laureate Internacional Universities, controlador absoluto da UnP, continua nos cortes de professores, principalmente nos cursos de odontologia, medicina e direito, sem que se saiba até agora se é motivado por novos ajustes diante da crise ou por uma disposição de venda.

CORTES – Medicina teve corte de oito professores e odontologia mais de uma dezena, além de nomes também dispensados em direito. Fonte ligada à UnP admite que o grupo se prepara para se retirar do Brasil. Neste caso, seria repassado a um novo grupo empresarial na área educativa.

TRADIÇÃO – A Universidade Potiguar foi fundada pelo empresário Paulo de Paula e chegou ater mais de 20 vinte cursos e quinze mil alunos. O grupo Laureate não confirma a venda ou a saída do Brasil, mas segue firme reduzindo custos com professores e convênios hospitalares. 

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