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O HUB da GOL está em Fortaleza, diz vice de marketing

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Ricardo Araújo
Editor de Economia

A partir do próximo dia 3 de maio, a GOL Linhas Aéreas irá ampliar a ligação entre Natal e Fortaleza com dois novos voos diários. O objetivo das operações é alimentar o HUB da própria empresa instalado na capital cearense em parceria com as companhias europeias Air France e KLM. Essas empresas serão as responsáveis pelo traslado dos passageiros a caminho e/ou retornando da Europa para o Brasil. Com saídas para Paris e Amsterdam, e promessa de barateamento do custo final em até 30% comparadas com as saídas do eixo Rio de Janeiro – São Paulo para o Velho Continente, a GOL Linhas Aéreas expandiu as operações de olho nesse novo mercado a partir do Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.
Eduardo Bernardes, vice-presidente de marketing e vendas da GOL Linhas Aéreas
Eduardo Bernardes, vice-presidente de marketing e vendas da GOL Linhas Aéreas

O Rio Grande do Norte, mais uma vez, ficou de fora da rota dos grandes empreendimentos aéreos. Sem demanda interna suficiente para manter operações com o perfil acima detalhado, além de questões não divulgadas pelas companhias aéreas, o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves perdeu mais um HUB para outro aeroporto nordestino. De acordo com dados da própria GOL, a malha da companhia teve um incremento de 35% na oferta de assentos de e para a capital cearense, totalizando mais de 60 mil novos assentos por mês.                                              

Essa ampliação será a responsável pelo aumento de até 10% do quadro de colaboradores, que deverão atuar no Aeroporto de Fortaleza. Na entrevista abaixo, o vice-presidente de Marketing e Vendas da GOL, Eduardo Bernardes, detalha dados dos novos voos.

Como irão funcionar os novos voos da GOL ligando Natal à Fortaleza, como essa nova rota internacional será alimentada?

Nós aumentamos nossa oferta na conexão entre Natal e Fortaleza, de maneira a alimentar essa operação do HUB de Fortaleza que irá conectar com os voos da Air France – KLM e, também, em função do desenvolvimento dos voos próprios da GOL desde Fortaleza para os Estados Unidos. Para falar primeiramente sobre a operação com a Air France – KLM, que é a operação que começa com as aeronaves chegando ao Brasil no dia 3 de maio e saindo do Brasil no dia 4 de maio, a gente aumentou a oferta. A partir de Natal, de maneira a permitir a conexão com a Air France – KLM, a gente está disponibilizando um voo que irá decolar de Natal às 17h35 chegando em Fortaleza às 18H35, de maneira a permitir a conexão com o voo da Air France que é às 19h35 para Paris. E quando for conectando com a KLM, o voo parte às 19h50 (para Amsterdam). Essa operação para a Europa será em dias alternados: segunda, quinta e sábado teremos a operação da KLM; e quarta, sexta e domingo, as decolagens da Air France. A operação da GOL, todavia, é diária. Iremos operar todos os dias porque conectamos com as duas operações. Adicional a isso, o retorno desse voo de Fortaleza para Natal ele se dará às 20h com chegada às 20h55. Essa operação vai estar superconectada com o HUB da Air France – KLM.

O senhor acredita que a partir do início dessas operações haverá um barateamento das passagens ou isso não é previsto?

Este efeito que a gente está colocando agora não é fator gerador de movimentação de preço.  A política de preços que a gente adota é uma política de preços de modo a tornar o transporte aéreo acessível. A gente vem conseguindo fazer isso ao longo dos últimos 17 anos e dando uma contribuição para o crescimento da demanda do mercado. A gente oferece tarifas competitivas desde Natal para todos os mercados em que a gente opera e essa política de preços da GOL se mantém. A gente tem política de preços bastante acessível ao consumidor e iremos continuar. É evidente que estamos falando de dois mercados distintos. A gente também tem uma oferta de voos em João Pessoa que, nesse momento não está sendo impactada por esse movimento que estamos fazendo especificamente no Rio Grande do Norte, em Natal, para beneficiar a região Nordeste através do HUB de Fortaleza. Mas, do ponto de vista de preço, essa mudança não tem impacto em preços.

Nos últimos anos, a disputa por HUBs de companhias aéreas agitou os estados nordestinos. A Gol irá instalar uma central de conexões no Nordeste, há estudos em curso relacionado a isso ou o destino já foi escolhido?

Isso já foi decidido pela GOL. O HUB de Fortaleza é um Hub da GOL e da Air France – KLM. Não existiria o HUB se fosse por decisão somente de uma empresa. O conceito de HUB é você trazer, de várias origens, clientes para um aeroporto e, a partir dele, levar para outros pontos. Então, o HUB é da Air France – KLM e da GOL e a decisão foi do HUB do Nordeste. A gente sempre tratou como um HUB dessas empresas para o Nordeste a partir do mercado de Fortaleza. Essa construção só foi possível porque há um alinhamento total de interesses entre a GOL e o parceiro estratégico da GOL para a Europa que é a Air France – KLM. Esse trabalho foi conduzido por ambas as empresas.

Haverá aumento de voos pela GOL em Fortaleza?

O posicionamento nosso é reforçar esse HUB em Fortaleza e a gente já fez isso desde o anúncio do HUB do Nordeste em Fortaleza junto a Air France – KLM, a GOL já aumentou 35% a oferta de voos que chegam e/ou saem de Fortaleza e a parte expressiva e a grande parte desse aumento de oferta se deu através das ligações das capitais do Nordeste e do Norte com Fortaleza. Então, a maior parte desses 35% de aumento de oferta – eu diria 10% – foi reforçando as conexões de Fortaleza com as regiões Norte e Nordeste. No HUB de Fortaleza, privilegiando essas conexões que a gente com o Nordeste, estamos conectando Natal, Recife, Salvador, Belém, Manaus como prioridade, e São Luís e depois a gente também conecta Brasília, mas focando, especificamente, nas regiões Nordeste e Norte. O nosso objetivo é de agora até o final do ano, aumentar a conectividade de Fortaleza com outros mercados operados pela Gol. A nossa decisão já foi tomada. O HUB da Gol para a região Nordeste é no Aeroporto de Fortaleza. 

Para a escolha dessa sede, o Aeroporto Internacional Gov. Aluízio Alves chegou a ser avaliado?

Num projeto dessa dimensão, vários aeroportos são avaliados. Dependendo da etapa, que se começa com um escopo de estudo mais amplificado considera-se todas as alternativas e depois vai afunilando. Eu não me recordo com precisão, a gente teve um time de planejamento trabalhando nisso, até qual momento houve essa consideração (relativa ao Aeroporto de Natal). A decisão desse posicionamento de ser em Fortaleza foi uma decisão conjunta, em que entre os fatores de decisão estavam que a gente tivesse a menor distância entre os pontos de saída do Brasil e entrada na Europa.

Há previsão de novas rotas ligando o Rio Grande do Norte a novos destinos nacionais e/ou internacionais?

A gente iniciou, há pouco mais de um ano e meio, o reforço da nossa operação no Nordeste. Iniciamos uma operação no Rio Grande do Norte, com voo partindo de Natal para Buenos Aires. Isso foi um desenvolvimento de mercado muito importante, numa das primeiras capitais nordestinas que a gente conectou direto com a Argentina. Esse voo nos tem trazido um resultado bastante satisfatório e a gente está conseguindo, agora, não só trazer argentinos para o Brasil, mas tambem como prover a possibilidade de Natal chegar a um voo direto em Buenos Aires. Em relação ao aumento da oferta, essa é uma avaliação constante. Não tenho como precisar quando e para onde iremos locar novos voos.  Mas, em planejamento, a gente prevê incremento de oferta. Estamos estudando. Para se colocar novos voos, a gente precisa ter convicção que aquela demanda, aquela capacidade econômica está instalada ou muito próxima e a gente possa ativar. Nesse momento, pelo menos olhando para os próximos três meses, a gente não tem previsão de começar nenhum novo voo.

O mercado potiguar é desinteressante para a GOL Linhas Aéreas?

O mercado é muito interessante e a GOL, hoje, é líder em oferta de assentos a partir de Natal. Quarenta e sete por cento de toda a oferta de assentos saindo e/ou chegando em Natal, além de 41% das decolagens, visto que nosso avião é maior do que a média que as demais aeronaves, são da GOL. Somente em 2017, embarcando com a GOL no Aeroporto de Natal, foram mais de 450 mil clientes. É um mercado importante, no qual a gente tem uma oferta de voos que nos coloca na liderança.  A gente opera pouco mais de 70 voos semanais, saindo de Natal conectando com outros sete aeroportos em voos diretos. Do ponto de vista de mercados com atrativos para os clientes de negócios quanto para os clientes de lazer, um mercado super importante para a GOL. A gente tem, por conta disso, uma operação que iniciamos em 2002. São quase 15 anos de operação no Rio Grande do Norte e sempre crescendo nosso posicionamento com exceção, evidentemente, pelo período passado, onde o movimento da economia fez com fosse necessário revisitar a oferta como um todo. Não foi específica, mas em função do cenário macroeconômica que o País passou. Mas, desde meados de 2017, a gente voltou a investir e o Rio Grande do Norte tem importância grande para a gente. Tanto é que nós estamos fazendo esses investimentos de aumento de oferta.  

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