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O iê iê iê continua

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Yuno Silva
repórter

Embalado pelo  iêiêiê, e sempre munido de poesias cheias de significado, Arnaldo Antunes está de volta a Natal para apresentar o recente “Ao vivo lá em casa” (CD/DVD) na próxima sexta-feira (27), às 21h, no Teatro Riachuelo. A passagem de Antunes pela capital potiguar está inserida na turnê do Projeto MPB Petrobras, realizada pela Caderno 2 Produções Artísticas (Via MinC e Petrobras), cujo intuito é oferecer show de qualidade a preços populares – no caso, R$ 20 (inteira) e R$ 10. 

Arnaldo Antunes, que faz show em natal, diz que topou tocar nos 30 anos dos titãs, e que parcerias com a jovem guarda continuam

Os ingressos, porém,  se esgotaram em menos de 24 horas, provocando uma certa gritaria entre os fãs.  O produtor local Alexandre Maia explicou: “o show será em formato plateia, com todos sentados. Além da cota de ingressos destinada à instituições sociais – uma exigência da Lei Rouanet — somando-se a setores do teatro destinados à convidados, só foram vendidos 1,2 mil ingressos”.
A cantora Khrystal abrirá a noite apresentando dez músicas de seu novo show: “Vou focar minha apresentação nas canções que fazem parte de meu novo show. Também aproveito para mostrar duas composições inéditas e adiantar parte do repertório que estará registrado no CD/DVD ‘Trem’, gravado em outubro do ano passado na Casa da Ribeira”, disse ela. Khrystal estará acompanhada do baixista Júnior Primata e de Wallyson Santos (guitarra e cavaquinho).
Ao vivo, agora com banda
“Ao vivo lá em casa” comemora os 50 anos do artista, e pode ser encarado pelo público como uma versão ampliada e ao vivo de “Iê iê iê” (2009). A bordo deste novo trabalho, o ex-Titã deixa para trás um período introspectivo de tranqüilidade musical, visto e ouvido em “Qualquer” de 2006, para reler um dos gêneros que mais influenciaram sua carreira: o rock melódico e comportado feito pela turma da Jovem Guarda, da qual é fã confesso. O DVD, gravado em agosto do ano passado na casa do cantor, mostra a intimidade do artista, que  resolveu abrir as portas para amigos e convidados especiais como Erasmo Carlos, Jorge bem Jor, o grupo Demônios da Garoa e o cidadão instigado Fernando Catatau.
Acompanhado de Edgar Scandurra e Chico Salem nas guitarras, Betão Aguiar no baixo, Curumin na bateria e Marcelo Jeneci nos teclados, Arnaldo Antunes brinda o público com releituras personalizadas de músicas autorais e outras que fazem sua cabeça: “Já fui uma brasa”, de Adoniran Barbosa e Marcos César; “Americana”, de Frank Carlos; “Pra aquietar”, Luiz Melodia; “Sou uma criança não entendo nada”, de Erasmo Carlos e Guioseppe Ghiaroni; “Jogo sujo”, Erasmo Carlos” e “Quando você decidir”, de Odair José.
A TRIBUNA DO NORTE conversou com Arnaldo Antunes sobre o novo disco e outros projetos como o programa “Grêmio recreativo” (MTV) e o reencontro dos Titãs em 2012:
Bate-papo

O “Ao vivo lá em casa” tem tudo a ver com o “Iê iê iê”?
Sim, tudo. Já vínhamos rodando com o show “Iê iê iê” há um ano e quando surgiu a oportunidade de registrar em DVD me lembrei de uma ideia que tive desde que mudei para a casa onde moro até hoje. Isso há uns sete anos atrás. A configuração da casa, especialmente o terraço, parece muito com um palco, e sempre tive vontade de fazer um show. Convidei o (diretor) Andrucha (Waddington) que topou na hora.
“Ao vivo lá em casa” incorpora composições que não estão no “Iê iê iê”…
Ah sim, inclusive no CD  a gente privilegiou as músicas que já estavam no show mas que não faziam parte do “Iê iê iê”, muita coisa inédita. Como temos mais espaço no DVD, o repertório do “Iê iê iê” está mais presente. Também incluímos algumas releituras de outros autores e novas versões para músicas minhas de outras fases.
Como esse novo repertório foi formado? Influências, coisas que estavam guardadas? Como você chegou à lista final?
Pois é, a inspiração, o impulso foi mesmo a ideia do  Iê iê iê, desse gênero, dessa busca de fazer um rock mais melódico, muito voltado para canções de impacto imediato e melodias fáceis. Fui compondo basicamente dentro desse contexto e incluímos coisas que tivessem afinidade com esse perfil.
Li uma frase sua, interessante, que considera ser uma “releitura da releitura”. Os Titãs já faziam uma releitura e agora você está apresentando uma releitura da releitura. Podemos considerar isso?
Realmente no começo dos Titãs tínhamos essa ideia de ter uma inspiração ali nesse universo da Jovem Guarda, dos programas de auditório, então tínhamos esse nome. Mas já na gravação do primeiro disco o iê iê caiu e ficou só Titãs. Já achávamos na época que aquilo era uma releitura, uma coisa diferente com a fusão dos anos 1980. E hoje em dia já temos que levar em conta não só o iê iê iê dos anos 1960, mas também toda a experiência dos anos 1980. Então já é uma terceira coisa.
Há planos dos Titãs se reunirem em 2012?
Ano que vem os Titãs completam 30 anos de carreira, e o pessoal me procurou falando: ‘a gente pensou em se juntar para fazer um show comemorativo, chamar você, o Nando (Reis) e o Charles (Gavin, baterista) como convidados e tal, você toparia?’ Disse que sim, que toparia. Não é uma volta da banda, são apenas alguns shows, foca na participação especial nas músicas que fiz durante os dez anos que eu estive na banda.
Você como fã da Jovem Guarda, que convidou o Erasmo Carlos para participar do “Ao vivo lá em casa”, e ainda vão dividir palco durante o Rock in Rio. Há planos de parceria musical entre você e o Erasmo?
Parece que você adivinhou, acabamos de compor duas músicas. O Erasmo me convidou para fazer duas parcerias: me mandou duas melodias para eu colocar a letra, que devem ser lançadas no próximo disco dele. Deve ser lançado em breve. Fora isso, ele participou de uma edição do programa “Grêmio recreativo” (programa apresentado por ele na MTV), onde convido vários músicos para um show num clima bem informal. Gravei com ele e a Wanderléa. 
O formato do “Grêmio recreativo” foi pensado junto contigo? Ou o projeto já veio pronto da MTV?
Eles me procuraram para fazer alguma coisa, não tinha nenhum formato, era mesmo o que eu quisesse. Falei que não daria conta de fazer um trabalho de VJ, entrevistar as pessoas, ser apresentador de um programa de auditório e tal. Mas chamar os amigos para fazer um show e vocês (MTV) captarem os ensaios, os bastidores, os papos espontâneos, o show, e montar um programa a partir disso  poderia ser muito legal. Sugeri que eu fizesse meio que a curadoria, que fosse o anfitrião, é um encontro muito espontâneo. Está indo muito bem e estou muito feliz com o resultado.

Confira a entrevista com Arnaldo Antunes:

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