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O inevitável desmanche do elenco

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ABORRECIDO - Paulinho Kobayashi não entendeu a decisão

Everaldo Lopes – Repórter e Pesquisador

A história se repete: o clube consegue seu objetivo, a torcida e os dirigentes fazem a festa, mas antes mesmo das comemorações cessarem  vêm os acertos com os jogadores, a alegria é logo esquecida e entra a dolorosa realidade: o clube está de cofre vazio, o jogador se valoriza, o reajuste para o novo contrato é negado e se dá o inevitável; o desmanche. Quando um clube consegue ser promovido de uma Série para outra a primeira dúvida do torcedor é saber  quem fica e quem sai do elenco. Assim acontece com todos os clubes, quer seja promovido para a série “B”  ou a “A”. No último sábado, ao conseguir o desejado pontinho diante do Atlético Mineiro o América conquistou o direito de disputar a divisão de elite do futebol brasileiro.  É lógico esperar que cheguem jogadores mais calejados e mais qualificados. Essa exigência não constitui nenhuma novidade, a despeito de o torcedor inclinar-se para o paternalismo e até como forma de gratidão ao jogador que concorreu para a classificação.

Em 1996, quando conseguiu, também a duras penas ser um dos dois classificados para a Série “A” o time do América mudou muito numa relação entre a equipe que chegou à classificação e a que começou a disputar na divisão de elite. A formação que chegou ao final da disputa em 1996 sofreu mudanças quando  chegou a vez  de iniciar as disputas da Série  “A”, a partir do próprio treinador. Na Série “B” o cara vitorioso foi Ferdinando Teixeira, o mesmo que havia sido campeão estadual em cima do ABC, que o havia dispensado após o primeiro turno. Já na estréia na “A” o clube tinha Júlio César Leal  no comando.

Num confronto da equipe que enfrentou o Londrina fechando a “B” em novembro de 96, para a que terminou a Série “A” em novembro de 97 a mudança foi quase total. A equipe classificada em novembro de 96 formou com Jorge Pinheiro, Cafezinho, Gito, Mota e Mingo, Washington Lobo (Toninho), Carioca, Moura (Lico) e Biro Biro, Zé Ivaldo (Cicero Ramalho) e Wanderley. Quando o América encerrou suas atividades no final da Série “A” dia 02 de  novembro de 97, garantindo nova participação em 98, o time era bem diferente do que começou as disputas. Nos 3×0 contra o São Paulo, a equipe era esta: Emerson, Airton, Marcelo Fernandes, Gito e Denys, Lobo, Carioca, Moura e Biro Biro, Richardson e Gian. Esse fenômeno é quase uma rotina no mutante futebol brasileiro. No caso atual do América, a diretoria parece ter pressa, não somente de garantir os que devem permanecer, como o acerto com os que não ficarão. Aqui, não deixa de haver um certo constrangimento motivado pela convivência jogador-diretor-torcida e comissão técnica Cria-se uma certa interação, é inevitável, até pela emotividade que é a característica do povo brasileiro.

Dez anos depois, o fenômeno se repete, o time rubro garante sua classificação fora  de  casa e volta triunfal aos braços da torcida. A equipe autora do grande feito o torcedor americano sabe de cór: Fabiano, Rôni, Robson, Eduardo, Magal, Kobayashi (Max), Souza, Adriano Peixe, Paulo Isidoro, Du (Goeber), Leandro Sena, Vainer, Diego, e mais meia dúzia de suplentes. Técnico, Heriberto da Cunha, que deve ser o da estréia na Série “A” de 2007. A diretoria  começou a série de reuniões para discutir quem fica e os que entram de férias sem saber se voltam. Esse processo é desgastante para a diretoria porque é criada uma afeição entre jogador e torcedor. As primeiras notícias mostram que a varredura vai ser maior do que se esperava. Ascensão garantida, tchau, obrigado, até outra data…Não devia ser assim, porém o futebol é um negócio como outro qualquer.  

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