Woden Madruga
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Foi lançado sábado em Recife o livro inédito de Ariano Suassuna, Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores, obra dividida em dois volumes: O Jumento Sedutor e O Palhaço Tetrafônico, num total de 1.024 páginas. Trata-se de um trabalho inédito que levou 33 anos para ser concluído. Os originais foram encontrados pelos familiares do escritor após a sua morte em julho de 2014 e agora publicados pela Nova Fronteira. O livro foi organizado pelo escritor e poeta Carlos Newton Junior, considerado como o mais importante pesquisador da sua obra.
Carlos Newton recebeu a tarefa de transcrever os manuscritos da última obra de Ariano que ele considera como um testamento literário. Cada um dos quatro volumes é composto por cartas escritas pelos personagens Antero Saverda (pseudônimo Dom Pantero) destinadas “aos nobres cavaleiros e belas damas da Pedra do Reino”. O autor das cartas seria uma espécie de alter ego de Ariano. O livro está sendo considerado como uma autobiografia de Ariano, que também ilustrou dezenas e dezenas de suas páginas.
O pintor Manoel Dantas Suassuna, filho de Ariano presente no lançamento, considera o livro autobiográfico, sim: “Esse é um livro autobiográfico, porque ele ia acrescentando as coisas que aconteciam com ele. Para nós é um momento de celebração, estamos muito emocionados e felizes por termos conseguido realizar este lançamento da forma que ele queria”. A viúva, Zélia Suassuna, também estava presente ao lado de outros filhos e netos do grande escritor.
O jornalista e escritor paulista Galeno Amorim, em seu blogue “Por um Brasil que lê mais”, escreveu assim sobre o livro póstumo de Ariano:
– Autobiografia, ficção, ensaio, poesia, teatro ou artes plásticas? Não há porque classificar “O Romance Dom Pantero no Palco dos Pecadores” em apenas um gênero, já que todos estão presentes nas mais de mil páginas do livro. Essa amálgama literária e visual e justamente o que define o livro como sendo, para Carlos Newton, “o mais pós-moderno da literatura brasileira”. “Através da história de Dom Pantero e seus alter egos, Ariano está falando de si e do Brasil. É um grande ensaio sobre o nosso país, ressalta Raimundo Carrero, leitor assíduo de Ariano e autor da contracapa do primeiro volume. São inúmeros os personagens que permeiam o livro e muitos deles baseados em pessoas que passaram pela vida do autor, às vezes com seus verdadeiros nomes e outros não. ”
Cartas de Getúlio
Deu na coluna Painel das Letras, da Folha de S. Paulo:
– A editora Ouro Sobre Azul e a Fundação Getúlio Vargas preparam, para o próximo ano, dois volumes com a correspondência entre Getúlio e sua filha Alzira Vargas, cartas trocadas entre 1946 e 1950 – período posterior ao fim do Estado Novo, quando os dois tramavam a volta do político como presidente eleito.
– Com organização e notas de Adelina Novaes e Cruz e Regina da Luz Moreira, as cartas trazem, além do interesse político, o cotidiano do pai e filha, caçoando de figurões, mandando fazer sapatos e ternos no alfaiate. Nesse período, o ex-presidente vivia isolado em suas propriedades no interior gaúcho.
Sem deputado
O leitor José Praxedes Ferreira me manda imeio para dizer que achou esquisita a ausência de representantes da Assembleia Legislativa do Estado no seminário ‘Motores do Desenvolvimento do RN’, realizado segunda-feira na Fiern, quando se discutiu o tema “Reforma, Mercado e Novas Relações de Trabalho”.
O Praxedes lembra que um dos palestrantes era um ministro de Estado, Ronaldo Nogueira, exatamente o da pasta do Trabalho. Não viu no auditório um deputado sequer. A Assembleia Legislativa tem 24.
Aliás, naquele dia na Fiern, de político só foi visto o senador Garibaldi Filho.
Na Procissão
Bom, se José Praxedes Ferreira não viu nenhum deputado estadual no “Motores do Desenvolvimento do RN”, certamente alguns deles poderão ser vistos hoje na procissão de Santa Luzia, em Mossoró. Ali por perto do andor.
Atraso
Nenhuma notícia de quando o governo do Estado pagará a primeira parcela do 13º salário de seus servidores que também ainda não receberam (a maioria das categorias) o mês de novembro.
O governo da Paraíba, ali ao lado, já pagou ontem o 13º do seu funcionalismo. Por sinal o secretário da Fazenda daqui é paraibano, sempre ausente,
Pela lei o Estado terá que pagar até o dia 20, lua nova, de hoje a uma semana. Até lá muita reza.
Reta
O ano vai findando e as obras de duplicação da chamada Reta Tabajara não aumentaram neste semestre dez milímetros. Não se ver ninguém de pá, nem picareta (picareta?) nas duas margens paralisadas.
A tortura continua para quem é obrigado a passar por ali. Coisa de mais de três anos, num trecho que não chega a 15 quilômetros de extensão. Os japoneses realizariam aquela obra em dois meses. Bom, ano que vem é ano de eleição.
Política
Deu na coluna Painel, da Folha de S. Paulo:
– Diante das divergências sobre eventual apoio à candidatura presidencial de Lula (PT), a Frente Brasil Popular elaborou um documento no fim da semana no qual diz que “um projeto nacional não se constrói com hegemonia”.
– O texto defende o direito do petista de ser candidato, mas não oferece o suporte da frente. O grupo – formado por nomes do PT, PC do B e MST – vai elaborar um programa que servirá de parâmetro para definir quem terá seu endosso.
