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O livro de Geraldo Melo

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Antônio Câmara
Conselheiro aposentado do TCE-RN
Sem tirar o brilho e o talento do autor, a apresentação do livro é primorosa. Afinal de contas, são ícones da intelectualidade norte-rio-grandense. Diógenes da Cunha Lima, o nosso admirador de Pablo Neruda. Vicente Serejo, o discípulo de Câmara Cascudo, e o nosso jurista, Ivan Maciel, apologista de Machado de Assis.
Voltamos ao autor, Geraldo Melo, inteligência precoce, desde os tempos da cruzada no Marista, surpreende-nos, aos 85 anos (permissão para tornar público a idade) com este drama do nosso coronelismo, que é um romance de tradições e costumes do sertão. A coragem, a lealdade, o respeito e a hierarquia são dogmas sagrados dos sertanejos. 
Não vou usar aqui expressões linguísticas muitas vezes desconhecidas na cidade, mas não posso deixar de citar algumas para despertar a curiosidade deste livro. Essas expressões nos fazem lembrar a música de Luiz Gonzaga… “Lá no meu sertão pru caboclo ler tem que aprender outro ABC…”
Inhô-sim (sim senhor) era um sinal de respeito absoluto. Donana (era Dona Ana). Abaixo de Deus, confio no senhor meu marido. Com licença seu coroné, vou verter água (era mijar) pra não dizer o nome na frente do patrão e tantas outras que você vai encontrar na leitura desse romance de ficção. Nomes de animais de estimação, enfim você vai se deliciar com as tradições e costumes do sertão.
O que mais nos surpreende é a história do menino nascido e vivido em Natal que não esqueceu as raízes sertanejas da terra dos avós. É como diz Ivan Maciel na contracapa do livro: “Sentimos saudade ao chegar às páginas finais”. Tem uma dose de suspense.
Já falei demais, mas encerro parafraseando Vicente Serejo em um dos seus artigos de “Cena Urbana”, publicado nesta TRIBUNA DO NORTE: Geraldo Melo tornou-se imortal na imortalidade do seu livro” Luzes e sombras do Casarão. Viva seu “Tonho do Umbuzeiro”. Meu pai era amigo dele, chamavam-no seu “Tonho da fazenda Boa Esperança” e o tio Tonho dos sobrinhos.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.
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