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O mapa da dramaturgia infantil

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Tadzio França
Repórter

O teatro infanto-juvenil visto e produzido com a seriedade de gente grande. É o objetivo do projeto que está mapeando o setor das artes cênicas para a infância e juventude no Brasil, que vem sendo realizado desde julho de 2012 em todo território nacional. A etapa nordestina desse mapeamento foi encerrada nos últimos dias 22 e 23 de novembro, em Natal. O projeto é aprovado pela Lei Rouanet, com patrocínio do Ministério da Cultura e Petrobras. 
Estação de Teatro é um dos grupos pesquisados
O Rio Grande do Norte foi o 25º estado visitado pelo projeto de mapeamento. A etapa seguinte ao processo de mapeamento será a produção de um catálogo impresso que traçará o perfil analítico  de como é a produção teatral infanto-juvenil de cada um dos 27 estados brasileiros. “É um trabalho inédito e fundamental para o segmento, já que ajudará a nortear as políticas públicas voltadas para esse tipo de teatro no país”, afirma Ricardo Schöpke, produtor cultural, diretor e crítico de teatro. Ele integra a Cia Boto-Vermelho, radicada no Rio de Janeiro, e criadora do projeto.

O foco do mapeamento é a questão estadual, já que um painel nacional fiel só poderá ser feito a partir da soma de todas as partes. Alcança todas as áreas de atuação de um grupo ou cia que trabalha profissionalmente ou amadoristicamente com artes cênicas para a infância e juventude: formação, espaço físico, formas de produção, relação com as leis de incentivo, os editais, prêmios, temporadas, festivais, penetração na mídia, etc.

Ricardo Schöpke ressalta a necessidade de ver o teatro para a juventude além do eixo Rio-São Paulo. “No Sudeste há um cenário mais sedimentado. Nas outras regiões observamos problemas mais urgentes”, diz. Ele ressalta que os grupos geralmente não conseguem palcos nobres ou mais descontos. “No teatro infantil há preocupações específicas em relação a estética, abordagem e conteúdo. Requer um olhar especial não só dos produtores, mas também dos governantes”, completa.

O mapeamento  pretende fazer um diagnóstico completo da economia criativa praticada no segmento infanto-juvenil. “Nos editais de cultura, as produções da área são sempre relegadas ao segundo plano, como se fosse um teatro ‘menor’. Nosso projeto quer   nivelar por cima”, diz. Ricardo lamenta o fenômeno das produções que ele define como “caça-níqueis”, baseadas em desenhos animados do momento ou clichês de fábulas sem nenhuma pesquisa envolvida. “Esse tipo de teatro deturpa a visão séria que queremos dar à cena. É um retrocesso que combatemos”, ressalta.

O catálogo do projeto está previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2015, segundo Ricardo. A publicação terá 27 textos críticos escritos por Ricardo, índices técnicos, fotos dos grupos mais significativos, e serão distribuídos entre empresas, prefeituras, e governos estaduais. Essa projeção ajudará a estabelecer o IDC – Índice de Desenvolvimento Cultural – dos Estados, ajudando a criar soluções para cada um. O projeto também vai gerar um site e a realização do 2º Seminário de Teatro Para a Infância e a Juventude.

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