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O medo do Planalto

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Lauro Jardim

Um dos grandes temores de auxiliares de Michel Temer é que os chips na mala de dinheiro entregue a Rodrigo Rocha Loures ou o uso de notas marcadas em meio à propina compliquem a situação do presidente. Embora Temer siga dizendo que não recebeu propina alguma, assessores do Palácio do Planalto temem que a Polícia Federal consiga identificar que, de alguma maneira, o dinheiro chegou até ele.

A denúncia de Temer

A Procuradoria-Geral da República considera já ter elementos probatórios suficientes para denunciar Michel Temer ao STF, ou seja, pedir a transformação do inquérito em um processo penal. A convicção da PGR é forte em relação aos crimes de organização criminosa e corrupção passiva. A denúncia será em breve. Pela Constituição, após Rodrigo Janot fazer a acusação formal, dois terços da Câmara teriam que dar o aval para o STF votar se aceita a acusação. Recebida a denúncia pelo Supremo, Temer se torna réu e é obrigado pela Constituição a se afastar do cargo por 180 dias. Rodrigo Maia assumiria. Se o plenário do STF não julgar o caso nesses seis meses, Temer retornaria para o Planalto.

Indignada  A diferentes interlocutores, Cármen Lúcia mostrou-se profundamente indignada com tudo o que a delação da JBS revelou sobre Michel Temer.

Punhos de renda  Lula deu sinal verde para o PT fluminense leve adiante a ideia de lançar Celso Amorim como candidato ao governo em 2018. Consultado, o ex-chanceler ficou de pensar no assunto.

Céu cinzento
O impacto das revelações da semana bagunçará ainda mais a sucessão de Rodrigo Janot na PGR, em setembro. A preferida de Michel Temer, se ele ainda for presidente até lá, é Raquel Dodge. O sonho de Janot, Nicolao Dino, não tem a menor chance. Temer fez uma promessa a José Sarney que jamais nomeará o irmão do arqui-inimigo Flávio Dino.

Eu fico 
Rodrigo Janot deixa de ser PGR em setembro, mas seguirá trabalhando como subprocurador. Nada de se aposentar por enquanto.

Crise do dízimo
A crise econômica pegou de jeito as igrejas evangélicas. A oferta de dízimo diminuiu pesadamente em 2016 e segue em queda em 2017. Silas Malafaia, que até então não havia sido atingido, teve que reduzir nos últimos meses o ritmo de reformas e construções de novas unidades da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. A média mensal antes da crise era, entre reformas e construções, dez frentes de obras simultâneas. Agora, a média caiu para três por mês.

Aviso aos navegantes
Quando decidiu fazer sua delação premiada, no ano passado, Emílio Odebrecht marcou uma conversa com a cúpula do Bradesco. Foi até a sede do banco, na Cidade de Deus (SP), e lá se reuniu com Lázaro Brandão, Luiz Trabuco e o então vice-presidente Sérgio Clemente. Antecipou o que decidira fazer. Explicou que era a única maneira de salvar a Odebrecht. Mas que livraria a cara de Lula, FHC e Michel Temer. Não citou Dilma.

Mea culpa…
Depois da Andrade Gutierrez e Odebrecht, foi a vez da JBS pedir desculpas aos brasileiros e reconhecer seus erros como injustificáveis em notas oficiais. Um pedido de perdão desses é sempre uma ferramenta de marketing. Ok, é do jogo.

… mas nem tanto
Mas o da JBS teve uma diferença em relação às das duas empreiteiras: enquanto a Andrade sugere modos de evitar a corrupção em licitações, e a Odebrecht afirma que “não importa” se cederam a pressões externas, a empresa dos Batista culpa mais o próprio Brasil por seus erros. Lá pelas tantas, o seu mea culpa afirma que o “espírito empreendedor” do grupo se deparou com um “sistema brasileiro que muitas vezes cria dificuldades para vender facilidades”, e os “levaram a optar por pagamentos indevidos a agentes públicos”.

Sob investigação 
O MPF está investigando a compra do Banco Matone pela J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em 2011. Mais tarde, o Matone virou o Banco Original.

Vencendo dificuldades
  O novo presidente da Odebrecht, Luciano Guidolin, 44 anos, é provado em adversidades. Aos 16 anos, superou um câncer.

Ferrari usada  A compra e venda de carros de luxo usados está aquecida na OLX. Foram 1.188 automóveis vendidos por mais de R$ 300 mil entre abril de 2016 e o mesmo mês de 2017, um aumento de 112% em relação ao ano anterior. Dentre os negócios fechados, doze Porsches, seis Ferraris e um Jaguar.

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