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O melhor para o Brasil

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Alcyr Veras
Economista e professor universitário

Diante de tudo isso que vem, atualmente, acontecendo no Brasil em relação a política, a economia, a segurança pública, a saúde, a educação, e a endêmica corrupção que devastadoramente se alastrou por todas as esferas do poder público (federal, estadual e municipal), tornou-se muito difícil fazer qualquer prognóstico sobre o futuro próximo do país.

Como já afirmei em comentários anteriores, declaro-me imune ao pessimismo, mas não sou adepto do ufanismo delirante. Porém, há seis décadas, dizia-se que o Brasil era o país do futuro, com suas imensuráveis riquezas naturais e viáveis potencialidades econômicas. Hoje, o futuro chegou e virou presente. E agora, o que temos diante de nós? A economia está saindo da crise, mas precisamos superar a crise da ética e da moralidade pública.

Nós, brasileiros, temos uma histórica tendência ? uma espécie de herança “maldita” oriunda de nossos colonizadores ? de valorizar as coisas do exterior em detrimento de nossa própria produção nacional. Costumamos utilizar, com frequência, a chamada síndrome do “efeito-demonstração” ou “efeito-xerox”, que é o hábito de pretender copiar os exemplos de outros países, principalmente dos continentes europeu e norte-americano, como se eles fossem o modelo de perfeição top de linha mundial. Aquilo que é bom para um país, nem sempre é bom para outro, porque cada um tem sua própria história, sua cultura, seus valores éticos e institucionais. E são exatamente essas diferentes características individuais que formam a verdadeira identidade socioeconômica de um povo.

Há sempre uma questão recorrente e inquietante que nos incomoda, quando perguntamos: que modelo de sociedade queremos para o Brasil?  Analisando a atual conjuntura política, em artigo publicado na semana passada, o Senador Cristovam Buarque disse que: “antes de escolher os candidatos nas próximas eleições de 2018, é preciso, em primeiro lugar, definir o futuro que desejamos para o país; queremos governantes e políticos fora das páginas de denúncias policiais e que voltem às boas práticas da política pública, como era no passado; as obras devem atender ao interesse da população e não das empreiteiras e de pressões externas” ? concluiu.

Recentemente, em entrevista, José Pastore, sociólogo e professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, especialista em recursos humanos, relações de trabalho e emprego, e autor de duas dezenas de livros sobre o assunto, declarou que o Brasil tem que se afastar da prática do populismo que causa muitas lesões nas finanças públicas e prejudica a geração de empregos. Para ele, “a renovação política depende da ampliação do regime democrático, permitindo a participação ativa de todos os segmentos da sociedade: professores, cientistas, dirigentes sindicais, profissionais liberais e empresários”.

Excetuando-se o Plano Real (em 1994), cuja finalidade precípua foi a de reduzir drasticamente a inflação, por meio de mecanismos de conversão monetária (URV) e controle cambial, a verdade é que nesses últimos 23 anos o Brasil não implantou nenhuma reforma de base estrutural capaz de modernizar o país.

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