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O mito do sanfoneiro

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Luiz Gonzaga é o maior ícone da canção nordestina. Uma referência cuja trajetória de vida e música se torna uma fábula sonora contada e cantada no espetáculo “Gonzagão – A Lenda”, que será apresentado nos próximos dias 04 e 05 de fevereiro no teatro Riachuelo. O musical dirigido por João Falcão reforça o lado mítico do grande cantor e compositor pernambucano, utilizando suas canções clássicas para narrar a trama.

O espetáculo conta a história de uma trupe teatral que encena momentos da vida de Luiz Gonzaga, boa parte deles tirados dos causos que o próprio contava em seus shows.  Oito atores e uma atriz se revezam no palco em uma viagem musical pela trajetória do Rei do Baião. São nove atores em cena (além de quatro músicos), cantando e interpretando as músicas de Gonzagão que são usadas para contar histórias que nem sempre aparecem nas versões mais conhecidas.

Dentre as cerca de 40 canções que estão no espetáculo há sucessos como “Cintura fina”, “O xote das meninas”, “Qui nem jiló”, “Baião”, “Pau-de-arara” e sua mais célebre criação, “Asa branca”. A direção musical não se ateve só ao triângulo e a zabumba, podendo experimentar outras sonoridades na trilha. Assim, “Assum Preto” vira uma peça para violoncelo e voz, como um “prelúdio de Bach”, “Pouca Diferença” vem como jazz e “Roendo Unha” como drum ‘n’ bass.

Como em qualquer história de homem que vira mito, a vida de Luiz Gonzaga tem passagens em que as versões de seus biógrafos não convergem, em que realidade e fantasia se confundem, e o autor e diretor João Falcão se sentiu livre para tratar mais do mito do que do homem. Mesmo sem se ater a didatismos e cronologia, a peça mostra o quão rica é a história de Gonzagão.

Filho de um lavrador e sanfoneiro, desde criança se interessou pela sanfona de oito baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas e forrós. Saiu de casa em 1930 para servir o exército como voluntário. Resolveu ficar no Rio de Janeiro, com uma sanfona recém-comprada. Por essa época percebe a carência que os migrantes nordestinos têm de ouvir sua própria música, e passa a tocar, com grande sucesso, xaxados, baiões, chamegos e cocos.

Depois de descobrir esse filão no mercado, Gonzagão começa a freqüentar programas de rádio- e a gravar discos, sempre com repertório de músicas nordestinas. Mais tarde passa a cantar também, e não apenas tocar sua sanfona, além de mostrar seu talento como compositor. Em 1943 apresenta-se vestido a caráter como nordestino, com bastante êxito. Seu maior sucesso, “Asa Branca” (com Humberto Teixeira), foi gravado em 1947 e regravado inúmeras vezes por diversos artistas até hoje.

Serviço:
Gonzagão – A Lenda. Dias 04 e 05 de fevereiro no Teatro Riachuelo. Assinantes da TN têm 50% de desconto em até dois ingressos.

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