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O mundo sem Joan Didion

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Alex Medeiros 
Fecharam-se os olhos de Joan Didion, a consagrada escritora de ficção, uma das maiores ensaístas e memorialistas da literatura e do jornalismo americanos. Seu estilo considerado hiperobservador e altamente perceptivo fez dela uma personagem grandiosa do século XX e um ícone do New Journalism, a técnica narrativa adotada nos anos 1960 por Truman Capote, Tom Wolfe, Gay Talese e Norman Mailer a partir de um ainda imperceptível estilo surgido nas primeiras décadas do século XIX. Joan morreu aos 87 anos na manhã do dia 23, em sua casa de Nova York. Sofria da doença de Parkinson.
Nasceu em 1934 na cidade de Sacramento, na Califórnia, e concluiu o ensino superior na UC Berkeley, a prestigiada universidade californiana. A partir dali, Joan Didion iniciou sua carreira no jornalismo na revista Vogue, em Nova York. A Califórnia teve grande participação em seus escritos, principalmente na primeira coletânea de ensaios de não ficção, “Rastejando até Belém”, lançada em 1968 repleta de tópicos sobre a contracultura em São Francisco. 
A escritora publicou cinco romances de ficção ao longo da sua carreira e auxiliou seu marido, John Gregory Dunne, em roteiros como “Panic in Needle Park” e na versão de 1976 do clássico “Nasce uma Estrela”. Na maturidade da sua atividade, Joan se tornou uma das cronistas mais importantes sobre temas obituários, com sua percepção de morte e perda nos livros “O Ano do Pensamento Mágico”, de 2005, e “Noites Azuis”, de 2011. 
Ela escreveu sobre quase tudo que foi relevante no século XX, desde os grandes eventos como a Segunda Guerra, a Guerra Fria, a contracultura, os conflitos de 1968, o verão do amor em San Francisco, o movimento hippie. E também explorou personagens instigantes como Ernest Hemingway, William Faulkner, Jack Kerouac, Al Capone, John Kennedy, Luther King, John Wayne, Sharon Tate, Nancy Reagan, entre tantos. 
Em 2013, Didion recebeu a Medalha Nacional de Artes e Humanidades, direto das mãos do então presidente dos EUA, Barack Obama. Seu editor Alfred Knopf, afirmou na ocasião: “Joan é uma observadora e ouvinte brilhante, uma contadora sutil e sábia de verdades sobre nosso presente e futuro. Ela foi feroz e destemida em suas reportagens. Sua escrita é atemporal e poderosa, e sua prosa influenciou milhões”.
As observações de Joan Didion sobre movimentos sociais e culturais, sobre alterações urbanas, sobre comportamento e política definiram uma época e permanecem formando gerações de escritores e jornalistas. Sua morte nos coloca diante de uma pergunta praticamente sem resposta: qual o impacto literário da sua ausência? Afinal, foi ela mesma que um dia disse “é fácil ver o início das coisas e mais difícil ver o fim”.
Quem a leu e a conheceu, tanto os que se encantaram com sua beleza estética no começo da carreira e os que foram tragados por sua escrita arrebatadora, sabe quanto é difícil assimilar que alguém com tanto fôlego literário pudesse chegar ao fim. Vale parafrasear e ao mesmo tempo retocar Maiakovski para dizer que Joan Didion foi um espelho refletor e uma lente de aumento do século XX.  
Papai Noel
Milhões de pessoas acompanharam na sexta-feira a jornada do Papai Noel pelo planeta através de um programa da NASA transmitido pelo YouTube. Ao parar de vez o trenó, o bom velhinho visitou 7.623.693.263 bilhões de pessoas.
A ceia
Pelos dados do Carrefour é possível imaginar o movimento nos supermercados na semana do Natal. A rede francesa vendeu meia tonelada de batata inglesa entre os dias 19 e 24 e apurou a soma de R$ 95 mil em verduras só no dia 23.
Vacinados
Com a maioria dos seus cidadãos vacinada, os países europeus estão desnorteados com a nova onda de Covid-19, onde há até mais de cem mil casos diários de infectados. E no meio disso tudo, o avanço da cepa Ômicron.
Infiltrado
Após a confirmação de que a Ômicron dribla a vacina da Pfizer e BioNTech, como foi confirmado na Bloomberg News, alguns cientistas temem que a variante seja um malware (cavalo de troia) surgindo na vacina após aplicada.
Lacraching
O aplicativo chinês Tik Tok, que aceita vídeos erotizando menores, está censurando alguns animais em sua lupa de busca. Macaco e viado são considerados discurso de ódio. Mas exibe homossexuais no nome veado.
Lacracine
Os observadores de filmes do grupo UOL/Folha atingiram o ápice da lacração. Estão achando que o diretor Adam McKay, de Não Olhe Pra Cima, gastou seu talento pensando no Brasil. Os textos tentam vender ironia às coisas do Brasil.
Lacracine II
O filme de McKay é um caleidoscópio de chacotas contra a Casa Branca, a imprensa, a ciência, a NASA, as Big Techs, os chineses, os russos, os negros, a religião, os milionários. O cometa é como Covid, há quem vê e quem não vê.
Iaperi Expo
Abertura amanhã, no Palácio Potengi, da exposição “A Arte Bruta e Naif de Iaperi Araújo”, aberta ao público até 31 de janeiro. Tem o apoio do Conselho Estadual de Cultura, Fundação José Augusto e Associação Amigos da Pinacoteca.
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